Apesar de já ter evoluído significativamente ao longo dos últimos anos, a abertura de um espaço para mulheres na indústria da música segue sendo uma tarefa difícil de assumir. Essa problemática motivou a artista e pesquisadora musical Bruna Paulin no desenvolvimento de seu novo projeto A Voz e a Vez Delas, que propõe uma alternativa em direção ao crescimento da representatividade feminina no cenário artístico gaúcho.
Com estreia nesta sexta-feira (4), a nova iniciativa vai reunir nove cantoras radicadas no Rio Grande do Sul em de uma série de atividades culturais que estimulam a confraternização e o apoio entre mulheres inseridas no mundo da música. Nesta semana, às 19h, a programação inicia com um recital conjunto e gratuito de Adriana Deffenti, Loma Pereira e Ana Clara Matielo, realizado na Sala Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736).
Com a curadoria de Bruna Paulin, acompanhada por Brenda Vidal e Marilis Felix, o projeto selecionou, a partir de um edital aberto, artistas independentes que trabalham com estilos musicais variados, passando por nomes como Jessie Jazz, que explora vertentes contemporâneas do jazz, Paola Kirst, que trabalha com uma pegada de rock, ou até Ana Clara Matielo, referência no tradicionalismo moderno. De acordo com a idealizadora, o diferencial buscado pelo A Voz e a Vez Delas reside justamente na sua multiplicidade de ideias. “No início, a única coisa que a gente sabia é que a gente queria diversidade. A sonora acima de tudo, mas a diversidade de corpos também. Nosso foco foi contemplar artistas de idades diferentes, de múltiplas sexualidades e identificações de gênero, além de uma diversidade de linguagens”, explica.
Outro foco assumido pelo time curatorial foi promover a criação de uma comunidade entre as artistas, de modo que elas construíssem uma rede de apoio duradoura, que permaneça mesmo depois da conclusão do projeto. Bruna conta que a ideia foi disponibilizar um espaço para que elas pudessem se desenvolver nas áreas profissional e pessoal também. “A gente espera provocá-las de alguma forma a seguir trabalhando juntas e botando para fora o seu trabalho. A Camila Lemos, por exemplo, que é super novinha, tem várias coisas escritas, mas não mostra para as pessoas. Então, eu espero muito ouvir coisas autorais da Camila nesse show, que ela se sinta segura nesse espaço para experimentar e compartilhar. Desejo que as pessoas se emocionem como a gente se emociona ouvindo elas”.
A própria estrutura do show já foi pensada nesse sentido. Montado para integrar a participação de duas artistas principais e uma responsável pela abertura em cada uma das datas, nos dias 4, 10 e 16 de julho, o espetáculo sempre prevê um bloco de performances coletivas, onde as vocalistas, que nunca antes se apresentaram em conjunto, são convidadas a promover trocas e compartilhar experiências musicais no palco.
Para além da apresentação, ainda foram realizadas atividades externas entre as duplas, financiadas pelo projeto como uma forma de estimular a criação de conexões entre elas. Cada um dos duos – Adriana Deffenti e Loma Pereira, Jessie Jazz e Viridiana, e Camila Lemos e Paola Kirst – realizou um encontro cultural de sua preferência, como um piquenique, um dia de pintura e uma visita no Museu do Hip-Hop.
Essas atividades foram registradas através de uma produção audiovisual, que pretende documentar todas as etapas do projeto. Segundo a curadora, o curta-metragem, disponibilizado posteriormente através das redes sociais e do canal do YouTube da iniciativa, surge a partir de um desejo de preservação da memória desse projeto, e abre possibilidades para a criação de novas edições no futuro.
Além disso, o projeto pretende oferecer, ainda, oficinas gratuitas e técnicas de produção sonora, de discotecagem e de composição destinadas ao público feminino. Mesmo que ainda sejam poucas as mulheres trabalhando como artistas, a idealizadora do projeto ressalta que a disparidade de gênero se torna ainda mais evidente nas áreas técnicas. “A Voz e a Vez Delas vem muito nesse lugar de vitrine. Não só vitrine para a gente poder mostrar o que a gente faz, mas para a gente se reconhecer como um espelho, para olharmos para as outras e pensar que também podemos. A intenção é de instrumentalizar, de poder viabilizar que outras mulheres também tenham acesso à informação e à formação para poderem atuar no campo”, explica Bruna.
Com estreia nesta sexta-feira (4), a nova iniciativa vai reunir nove cantoras radicadas no Rio Grande do Sul em de uma série de atividades culturais que estimulam a confraternização e o apoio entre mulheres inseridas no mundo da música. Nesta semana, às 19h, a programação inicia com um recital conjunto e gratuito de Adriana Deffenti, Loma Pereira e Ana Clara Matielo, realizado na Sala Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736).
Com a curadoria de Bruna Paulin, acompanhada por Brenda Vidal e Marilis Felix, o projeto selecionou, a partir de um edital aberto, artistas independentes que trabalham com estilos musicais variados, passando por nomes como Jessie Jazz, que explora vertentes contemporâneas do jazz, Paola Kirst, que trabalha com uma pegada de rock, ou até Ana Clara Matielo, referência no tradicionalismo moderno. De acordo com a idealizadora, o diferencial buscado pelo A Voz e a Vez Delas reside justamente na sua multiplicidade de ideias. “No início, a única coisa que a gente sabia é que a gente queria diversidade. A sonora acima de tudo, mas a diversidade de corpos também. Nosso foco foi contemplar artistas de idades diferentes, de múltiplas sexualidades e identificações de gênero, além de uma diversidade de linguagens”, explica.
Outro foco assumido pelo time curatorial foi promover a criação de uma comunidade entre as artistas, de modo que elas construíssem uma rede de apoio duradoura, que permaneça mesmo depois da conclusão do projeto. Bruna conta que a ideia foi disponibilizar um espaço para que elas pudessem se desenvolver nas áreas profissional e pessoal também. “A gente espera provocá-las de alguma forma a seguir trabalhando juntas e botando para fora o seu trabalho. A Camila Lemos, por exemplo, que é super novinha, tem várias coisas escritas, mas não mostra para as pessoas. Então, eu espero muito ouvir coisas autorais da Camila nesse show, que ela se sinta segura nesse espaço para experimentar e compartilhar. Desejo que as pessoas se emocionem como a gente se emociona ouvindo elas”.
A própria estrutura do show já foi pensada nesse sentido. Montado para integrar a participação de duas artistas principais e uma responsável pela abertura em cada uma das datas, nos dias 4, 10 e 16 de julho, o espetáculo sempre prevê um bloco de performances coletivas, onde as vocalistas, que nunca antes se apresentaram em conjunto, são convidadas a promover trocas e compartilhar experiências musicais no palco.
Para além da apresentação, ainda foram realizadas atividades externas entre as duplas, financiadas pelo projeto como uma forma de estimular a criação de conexões entre elas. Cada um dos duos – Adriana Deffenti e Loma Pereira, Jessie Jazz e Viridiana, e Camila Lemos e Paola Kirst – realizou um encontro cultural de sua preferência, como um piquenique, um dia de pintura e uma visita no Museu do Hip-Hop.
Essas atividades foram registradas através de uma produção audiovisual, que pretende documentar todas as etapas do projeto. Segundo a curadora, o curta-metragem, disponibilizado posteriormente através das redes sociais e do canal do YouTube da iniciativa, surge a partir de um desejo de preservação da memória desse projeto, e abre possibilidades para a criação de novas edições no futuro.
Além disso, o projeto pretende oferecer, ainda, oficinas gratuitas e técnicas de produção sonora, de discotecagem e de composição destinadas ao público feminino. Mesmo que ainda sejam poucas as mulheres trabalhando como artistas, a idealizadora do projeto ressalta que a disparidade de gênero se torna ainda mais evidente nas áreas técnicas. “A Voz e a Vez Delas vem muito nesse lugar de vitrine. Não só vitrine para a gente poder mostrar o que a gente faz, mas para a gente se reconhecer como um espelho, para olharmos para as outras e pensar que também podemos. A intenção é de instrumentalizar, de poder viabilizar que outras mulheres também tenham acesso à informação e à formação para poderem atuar no campo”, explica Bruna.