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Publicada em 11 de Junho de 2025 às 16:09

Morre Luiz Carlos Felizardo, mestre da fotografia em preto e branco

Nome central na história da fotografia gaúcha, sua obra se destacou pela sensibilidade estética

Nome central na história da fotografia gaúcha, sua obra se destacou pela sensibilidade estética

MARCO ANTONIO FILHO/DIVULGAÇÃO/JC
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Morreu nesta quarta-feira (11), aos 75 anos, em Porto Alegre, o fotógrafo Luiz Carlos Rosa Felizardo, vítima de insuficiência respiratória causada por uma ataxia hereditária. Nome central na história da fotografia gaúcha e brasileira, sua obra se destacou pela técnica apurada, sensibilidade estética e olhar dedicado ao que o tempo costuma apagar: muros descascados, galhos retorcidos, paisagens silenciosas. Com câmeras de grande formato e cópias em preto e branco de ampla escala tonal, redesenhou o Rio Grande do Sul, seu principal território de criação, com nitidez, rigor e lirismo. Ele deixa a esposa e um casal de filhos.
Morreu nesta quarta-feira (11), aos 75 anos, em Porto Alegre, o fotógrafo Luiz Carlos Rosa Felizardo, vítima de insuficiência respiratória causada por uma ataxia hereditária. Nome central na história da fotografia gaúcha e brasileira, sua obra se destacou pela técnica apurada, sensibilidade estética e olhar dedicado ao que o tempo costuma apagar: muros descascados, galhos retorcidos, paisagens silenciosas. Com câmeras de grande formato e cópias em preto e branco de ampla escala tonal, redesenhou o Rio Grande do Sul, seu principal território de criação, com nitidez, rigor e lirismo. Ele deixa a esposa e um casal de filhos.
Nascido na Capital em 1949, Feliz, como era conhecido, iniciou a carreira profissional entre 1968 e 1972, enquanto cursava a Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Começou com fotografia publicitária e industrial, mas logo voltou seu foco à documentação da paisagem urbana, rural e natural de seu Estado. Com olhar detalhista e linguagem própria, tornou-se referência nacional por capturar a beleza do cotidiano com precisão técnica e profundidade poética. “Fotografar é conferir importância às coisas”, dizia.
Entre 1984 e 1985, foi bolsista da Capes e da Comissão Fulbright, vivendo na cidade de Prescott, nos Estados Unidos, sob orientação do fotógrafo ítalo-americano Frederick Sommer. O ensaio realizado durante essa temporada resultou em exposições no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) e marcou de vez seu reconhecimento como autor de linguagem madura e internacionalmente respeitada.
Sua produção integrou ainda mostras individuais e coletivas em instituições como Museu de Arte de São Paulo (Masp) e Museu de Arte Moderna (MAM), além de museus e coleções privadas no México, Cuba, Argentina, Estados Unidos e Europa. Também atuou como professor e palestrante em diversos estados brasileiros, entre 1986 e 1990, difundindo sua técnica e o pensamento fotográfico.
Além da produção visual, Luiz Carlos Felizardo foi um importante crítico e ensaísta. É autor dos livros O Relógio de Ver (2000) e IMAGO (2010), que reúnem reflexões sobre fotografia e linguagem visual. No início dos anos 2000, foi colunista da revista Aplauso, editada em Porto Alegre. 

Nos últimos anos, mesmo enfrentando limitações físicas impostas pela ataxia e, mais recentemente, por um AVC, Felizardo seguiu presente na vida cultural da Capital. Em 2023, foi homenageado com o Prêmio Açorianos de Artes Plásticas e participou ativamente das celebrações em sua homenagem, consolidando ainda em vida a reverência de seus pares.
O velório ocorre nesta quinta-feira (12), das 11 às 18h, na Capela Histórica do Crematório Metropolitano.  

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