Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 08 de Junho de 2025 às 18:45

Exposição 'Gema' traz a arte feminina com sarcasmo e poesia no CHC Santa Casa

Composta por obras de 18 artistas visuais gaúchas, mostra Gema estará no CHC Santa Casa até o dia 10 de agosto

Composta por obras de 18 artistas visuais gaúchas, mostra Gema estará no CHC Santa Casa até o dia 10 de agosto

MARIA LIDIA MAGLIANI/Pinacoteca Barão de Santo Ângelo/Divulgação/JC
Compartilhe:
Adriana Lampert
Adriana Lampert Repórter
Reunindo obras de 18 artistas visuais gaúchas de diferentes gerações – desde nomes consagrados a talentos emergentes –, a mostra Gema está em cartaz na sala Múltiplos II do Centro Histórico-Cultural (CHC) Santa Casa (av. Independência, 75). Contando com a curadoria da pesquisadora e professora Marina Câmara e das artistas Marcela Futuro e Sammy Duarte, a exposição oferece um olhar sarcástico sobre as questões do feminino, permeado por incursões literárias e uma programação especial que celebra a amizade entre mulheres, objetivando a tomada de consciência sobre a condição da mulher. 
Reunindo obras de 18 artistas visuais gaúchas de diferentes gerações – desde nomes consagrados a talentos emergentes –, a mostra Gema está em cartaz na sala Múltiplos II do Centro Histórico-Cultural (CHC) Santa Casa (av. Independência, 75). Contando com a curadoria da pesquisadora e professora Marina Câmara e das artistas Marcela Futuro e Sammy Duarte, a exposição oferece um olhar sarcástico sobre as questões do feminino, permeado por incursões literárias e uma programação especial que celebra a amizade entre mulheres, objetivando a tomada de consciência sobre a condição da mulher. 
O coquetel de abertura do evento acontece nesta terça-feira (10), das 18h às 21h30min, com entrada franca. Na ocasião, a dupla Gabriela Bittencourt e Joana Falleiro realizará a ação Simpatia do amor farto, uma brincadeira com a imposição do desejo romântico sobre as mulheres. A mostra segue até o dia 10 de agosto, com visitação gratuita de segunda a sábado, das 8h às 19h30min. 
Ao todo, 28 trabalhos transitam por uma ampla gama de suportes, incluindo áudio, texto, instalação, gravura, bordado, vídeo, fotografia e objetos artísticos, apresentando um olhar feminista que se manifesta de forma irreverente. "Não se trata de um discurso ativista e panfletário", pondera Marcela. "É mais ácido, que age como deboche às opressões ao feminino", explica. "Algumas obras utilizam a hiperfeminização e o uso do rosa como forma de satirizar o que é tradicionalmente associado ao feminino", exemplifica. A curadora ressalta que a mostra trata de questões que atravessam "histórica e diariamente a absolutamente todas as mulheres", ainda que se tenha diferentes graus de consciência sobre essa condição.
Em meio às obras, o público ainda poderá conferir poemas da pelotense Angélica Freitas e da mineira Ana Martins Marques. De acordo com Marcela, a escrita da Angélica contribui com um tom engraçado, onírico e debochado, e seus versos inspiraram diretamente duas obras na mostra: uma é musicada por Fabiana Faleiros e outra é um vídeo de autoria Isabel Ramil. "Já Ana Martins Marques estabelece, em especial, um diálogo com a obra de Dione Veiga Vieira. Mas em geral, os poemas dialogam com toda a exposição."
Inserido no Edital de Ocupação para Exposições de Artes Visuais, o projeto da mostra Gema reúne, ainda, nomes como Regina Silveira, Maria Lídia Magliani, Mitti Mendonça e Martina Nickel. "A seleção das artistas e obras ocorreu de forma orgânica, onde os trabalhos, ao serem reunidos, começaram a dialogar e a construir o discurso curatorial", observa Marcela. "A proposta nasceu como um ovo: uma ideia simples, que foi sendo 'chocada' (gestada) até se tornar algo mais complexo e robusto", descreve a curadora. 
Marcela destaca que o título da exposição pode ser relacionado ao imperativo do verbo gemer, bem como ao adjetivo perjorativo 'galinha', além de fazer uma alusão ao núcleo (as artistas) "desse ovo" (o projeto). "Mas Gema é um registro de tempo, de materialidade, de conteúdo e de memória", pondera. Segundo a curadora, as artistas visuais selecionadas para integrar a mostra representam diversas vivências femininas. Utilizando seus trabalhos para abordar os lugares físicos e simbólicos nos quais as mulheres são colocadas, e aqueles onde seus acessos são dificultados ou não autorizados, respondendo às opressões impostas com ironia, elas encontram na arte uma forma capaz de responder e lidar com o peso da violência experimentado em todos os âmbitos das vidas das mulheres sem, no entanto, repeti-lo, observa a curadora.
Marcela, assim como Sammy Duarte, também integra a lista de artistas da mostra, composta ainda pelas gaúchas Ana Bertoldi, Bianca Knaak, Gabriela Bittencourt, Joana Falleiro, Giulia Muller, Helena Pavan, Joana Custódio, Mariani Pessoa, Maria Helena Bernardes e Ana Flávia Baldisserotto. Durante o período expositivo, as duas últimas ainda irão conduzir uma roda de conversa sobre as potencialidades da amizade feminina, com data e horário a serem divulgados pelo Instagram do CHC Santa Casa.
"Maria Helena e Ana Flávia são mulheres incríveis e são amigas; tocam projetos juntas, inclusive os não-artísticos, a exemplo de um santuário de pôneis resgatados de maus tratos", comenta Marcela. "Então, a ideia de chamar elas para essa roda de conversa parte disso. A partir desse tom fabulatório, pretendemos que as pessoas que participarem da atividade também compartilhem suas experiências e vivências de amizades femininas", emenda a curadora.

Notícias relacionadas