O presságio contido na figura, no talento, na voz e na performance de Ney Matogrosso, lá em 1973, quando surgiu nos Secos e Molhados, só fez se confirmar ao longo das décadas e chega a 2025 com seu lugar assegurado no topo da música popular brasileira e no coração de um público que se renova. Ney de Souza Pereira virou livro, filme (Homem com H, que chegou as cinemas neste feriado), exposição no Museu da Imagem e do Som (MIS) em São Paulo, e está com seu Bloco na Rua em turnê pelo Brasil com agenda até 2026.
Em um Auditório Araújo Vianna absolutamente lotado, com gente em pé nas laterais, o cantor entrou em cena pontualmente às 21h12min envolto em seu figurino brilhante, em seus requebros e braços erguidos a simbolizar o eterno pássaro da juventude em uma explosão de energia e vigor que sacudiram a MPB dos anos 1970. A canção Bloco na Rua abre o show enfileirando sucessos seus e de outros intérpretes, numa sucessão de momentos ovacionados por um público cativo.
Tudo que Ney agora apresenta em contenção física, entrega em sua voz e interpretação irretocáveis, um cantar explosivo, libertário, amoroso e límpido que ecoa desde sua chegada à cena nacional, sem pedir licença, mas como uma deliciosa intervenção. Só ele tem licença poética para pedir ao público para sair um instante do palco pois bebe muita água e precisa resolver uma necessidade fisiológica e ainda assim, ser aplaudido. Só Ney é capaz de silenciar uma plateia de quatro mil pessoas e cantar Como 2 e 2, de Caetano Veloso, num quase sussurro de voz. Só ele para cantar Homem com H, com o aval de Gonzaguinha – filho do autor, Luiz Gonzaga, e eternizar a canção em seus shows, tirando a plateia para dançar. Só Ney para entoar o Pavão Misteriozo, de Ednardo e voar na mesma intensidade que o autor. Só ele para consultar o público se poderia alterar o roteiro e partir logo para o bis sem sair de cena. Enfim, só sendo quem realmente se é, com a força e o poder de seu canto, de sua personalidade e maestria para chegar aos 83 anos encantando multidões de todas as idades. Sim, idosos de bengala, muito bem dispostos, estavam lá conferindo todas as transgressões e amorosidades de que Ney Matogrosso é capaz.
Em um Auditório Araújo Vianna absolutamente lotado, com gente em pé nas laterais, o cantor entrou em cena pontualmente às 21h12min envolto em seu figurino brilhante, em seus requebros e braços erguidos a simbolizar o eterno pássaro da juventude em uma explosão de energia e vigor que sacudiram a MPB dos anos 1970. A canção Bloco na Rua abre o show enfileirando sucessos seus e de outros intérpretes, numa sucessão de momentos ovacionados por um público cativo.
Tudo que Ney agora apresenta em contenção física, entrega em sua voz e interpretação irretocáveis, um cantar explosivo, libertário, amoroso e límpido que ecoa desde sua chegada à cena nacional, sem pedir licença, mas como uma deliciosa intervenção. Só ele tem licença poética para pedir ao público para sair um instante do palco pois bebe muita água e precisa resolver uma necessidade fisiológica e ainda assim, ser aplaudido. Só Ney é capaz de silenciar uma plateia de quatro mil pessoas e cantar Como 2 e 2, de Caetano Veloso, num quase sussurro de voz. Só ele para cantar Homem com H, com o aval de Gonzaguinha – filho do autor, Luiz Gonzaga, e eternizar a canção em seus shows, tirando a plateia para dançar. Só Ney para entoar o Pavão Misteriozo, de Ednardo e voar na mesma intensidade que o autor. Só ele para consultar o público se poderia alterar o roteiro e partir logo para o bis sem sair de cena. Enfim, só sendo quem realmente se é, com a força e o poder de seu canto, de sua personalidade e maestria para chegar aos 83 anos encantando multidões de todas as idades. Sim, idosos de bengala, muito bem dispostos, estavam lá conferindo todas as transgressões e amorosidades de que Ney Matogrosso é capaz.