Post scriptum - Um museu como memória é a primeira exposição a ocupar o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) após a Instituição passar sete meses de portas fechadas, em decorrência da enchente de maio em Porto Alegre. A visitação ocorre de terças a domingos, das 10h às 19h, até o dia 9 de março, com entrada gratuita. A programação inclui visitas mediadas e atividades educativas que aprofundam o debate sobre memória e preservação cultural.
A reabertura do Margs (localizado na Praça da Alfândega) aconteceu na sexta-feira e foi marcada pela solenidade inaugural da mostra expositiva, contando com as presenças do governador Eduardo Leite, da titular da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac-RS), Beatriz Araujo, e do presidente do Banrisul, Fernando Lemos. A instituição financeira aportou R$ 5,6 milhões, por meio do programa de patrocínios do banco, para contribuir com o plano abrangente de recuperação do Museu. Para as obras de restauração acontecerem, ainda foram aplicados R$ 1,6 milhão do Fundo da Defesa Civil, e, ainda, recursos do orçamento da Sedac-RS e de doações da sociedade.
Além de custearem o reparo de obras do acervo do Margs, os valores foram aplicados no conserto da subestação de energia, do sistema de climatização e na adequação do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI). Também foram realizadas obras de requalificação do acesso ao Museu, o restabelecimento dos sistemas do alarme de incêndio, das câmeras de segurança e da rede lógica, além da reposição de equipamentos e mobiliários atingidos.
Segundo a Sedac-RS, a criação de uma nova reserva técnica em andares superiores está em andamento, com o objetivo de garantir melhores condições de preservação do acervo. A Instituição também busca patrocínios via Lei Federal de Incentivo à Cultura para seu Plano Bianual 2025-2026.
A mostra atual, que ocupa todo o primeiro andar expositivo do Museu, foi concebida para narrar o impacto do evento climático no Margs, ao mesmo tempo em que celebra a resiliência da Instituição. Com mais de 100 obras de artistas como Tarsila do Amaral, Alfredo Volpi, Alberto da Veiga Guignard, Glauco Rodrigues e Pedro Weingärtner, a exposição conecta acervo e memória, apresentando também itens afetados pela enchente que já foram restaurados.
Dividida em cinco seções temáticas, Post scriptum propõe um diálogo entre passado e presente. As seções da mostra abordam, por exemplo, o impacto das cheias históricas em Porto Alegre e o processo de restauro das obras atingidas. Uma das áreas mais impactantes da exposição, segundo o diretor e curador do Margs, Francisco Dalcol, é o Laboratório de Restauração, onde o público pode acompanhar os trabalhos realizados por especialistas diretamente no espaço expositivo.