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Publicada em 27 de Novembro de 2024 às 11:21

Museu de Arte Contemporânea inaugura exposição que repensa memórias Guarani na Porto Alegre pós-enchente

"Testemunhos da Terra" resgata indícios da ocupação Guarani na capital gaúcha

CAMILA PROTO E ANELISE DE CARLI/MACRS/DIVULGAÇÃO/JC
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O Ministério da Cultura (MinC) e a Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), por meio do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), inauguram nesta quinta-feira (28/11), a partir das 18h, a mostra “Testemunhos da Terra”. Serão expostos trabalhos que relacionam as raízes Guarani de Porto Alegre com a enchente que afetou o Estado em 2024. Com entrada gratuita, a exposição pode ser visitada na Fotogaleria Virgílio Calegari, 7º andar da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), até o dia 2 de março de 2025.
O Ministério da Cultura (MinC) e a Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), por meio do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), inauguram nesta quinta-feira (28/11), a partir das 18h, a mostra “Testemunhos da Terra”. Serão expostos trabalhos que relacionam as raízes Guarani de Porto Alegre com a enchente que afetou o Estado em 2024. Com entrada gratuita, a exposição pode ser visitada na Fotogaleria Virgílio Calegari, 7º andar da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), até o dia 2 de março de 2025.
Selecionada no Edital “Chamada Aberta” do MACRS, “Testemunhos da Terra”, das artistas e pesquisadoras Anelise De Carli e Camila Proto, resgata e fabula indícios da ocupação Guarani em uma capital gaúcha que viveu uma catástrofe climática. A mostra explora as memórias soterradas da ocupação milenar Guarani no território, um passado profundamente conectado ao presente, embora seja frequentemente tratado sem o devido protagonismo. A proposta procura despertar a imaginação para as possibilidades de criação de uma nova narrativa sobre a cidade, depois da cheia de maio deste ano.
“Os primeiros grupos Guarani por aqui são tão antigos quanto o Império Romano. E o racismo nos impede de ver isso. Nosso projeto procura criar legibilidade e, assim, reconhecimento dessa ancestralidade originária do Brasil e do Rio Grande do Sul. É especialmente marcante contar essa história aqui, um lugar precioso para a identidade da cidade, que esse ano ficou, como ela, soterrada pelas águas”, afirma Anelise.
Por meio de uma combinação de investigação artística e científica, as artistas propõem um exercício de fabulação, em que objetos e fragmentos cerâmicos – imaginados como resquícios da presença Guarani – emergem de um território inundado. A exposição é o resultado de estudos arqueológicos, antropológicos e históricos realizados pelas pesquisadoras. Esses indícios fictícios procuram encorajar os visitantes a refletir sobre as fronteiras entre ciência e arte, questionando o que consideramos como verdade ou ficção.
“Fabulação é uma metodologia de criação. A palavra é nova, mas o sentido não tanto. Fabular é fazer o sentido de algo exceder o sentido original, é ultrapassar a fronteira do que se espera daquilo. Então a fabulação não é “só” ficção, é também reimaginação, imaginar mais, imaginar melhor”, comenta Camila sobre a fabulação como método artístico.
A mostra representa um gesto de valorização e reinterpretação das raízes guaranis, revelando histórias e objetos que, ainda que imaginários, nos conectam profundamente com a ocupação original do Rio Grande do Sul.
Também nesta quinta-feira, a partir das 17h, acontecerá a ação educativa “Conversas de Casa”, na Sala Sérgio Napp 2, 2º andar da CCMQ. A edição especial do encontro, além de contar com a presença de Anelise e Camila, também apresentará a exposição “Deságua”, com a participação de artistas e colaboradores da mostra, resultado da 2ª Residência Formigueiro, marcando a 9ª edição do Festival Kino Beat.

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