Nesta quinta-feira (17), o cantor e compositor paulistano Guilherme Arantes sobe ao palco do Teatro da Pucrs (Av. Ipiranga, 6681), para realizar um show solo, em formato de concerto (voz, piano e setup de eletrônicos). A apresentação, com pelo menos duas horas de duração, inicia às 21h. Os ingressos custam a partir de R$ 103,50 e estão disponíveis para compra pela plataforma zig.tickets.
No espetáculo, algumas das canções do novo álbum A Desordem dos Templários (2021) se incorporam aos grandes sucessos do artista, em uma celebração aos seus mais de 48 anos de carreira e 70 anos de vida. "Tenho uns 20 clássicos que jamais poderão faltar no repertório", adianta o compositor, afirmando que músicas antigas que seguem em alta nas plataformas digitais, como Cheia de charme, Meu mundo e nada mais, Planeta água, Êxtase, e Um dia, um adeus devem integrar o setlist.
"Além dessas, entram muitas outras antigas, como Amanhã, Brincar de viver, Cuide-se bem, Aprendendo a jogar, Deixa Chover, Lindo Balão Azul; e várias lados "B" ... vai ser um show em profundidade de compositor", destaca Arantes. "O mais importante é brindar o público com todos os destaques de uma carreira de quase meio século, percorrendo várias gerações. Estar nesse palco diferenciado em Porto Alegre é um privilégio imenso para mim, que adoro e sou fã ardoroso da cidade. Será um reencontro mágico!", emenda.
Somando 27 álbuns lançados e 21 álbuns de inéditas, o artista pondera que não tem "um roteiro muito fechado". "São tantas as músicas do afetivo do público, para revisitar tantas épocas diferentes, que eu prefiro não predeterminar", explica. Desde 2019, dividindo sua moradia entre Salvador (no Brasil) e Ávila (Espanha), durante a pandemia de Covid-19 o artista estudou orquestração e música barroca na Europa, fato que influenciou o seu novo disco, com forte tempero progressivo. "O disco dos Templários, feito também na pandemia, foi um momento especial na curva do tempo, e eu gostei muito dele", avalia o compositor. "Ficou muito bem feito e é duradouro, por mais que eu agora já esteja na produção de um outro momento, com outras elucubrações. Acho que esse mergulho progressivo valeu muito pra me redirecionar para uma definição mais pop/MPB num novo momento", afirma.
Repleto de tons medievais, renascentistas e barrocos, misturados à balada pop tradicional de suas composições, como o lundu, a valsa, a modinha, a bossa nova, a toada ternária mineira e até o baião, o novo disco de Guilherme Arantes conta com dez faixas inéditas, sendo oito canções, um tema instrumental e, ainda, uma vinheta de sonoplastia conceitual. Como inspiração para as melodias, o artista se debruçou sobre os compositores barrocos Domenico Scarlatti, Haendel, Couperin e Fauré.
O título do álbum, segundo ele, "é um delírio influenciado pelo realismo fantástico, pano de fundo da cultura reminiscente de uma mocidade vivida em tempos de rock progressivo, viajeiro, com elementos da cultura armorial, do cordel, trazendo através de um olhar ibérico um resgate sonoro de algumas mitologias ancestrais do povo brasileiro.
"A vida intermitente lá na Europa se revelou muito possível, muito viável pra mim nesta fase da vida, até porque fico numa cidade de pequeno porte, acolhedora, bonitinha, florida, de clima de montanha, muito parecida com o Interior do Brasil na minha infância, na casa da minha avó", comenta Arantes "Então, é um ambiente muito inspirador, ouvindo música barroca no rádio, sinfonias, óperas, além de vanguardas jovens da música mundial. Mas o Brasil está sempre presente em mim, e a distância só reforçou o meu afeto pelo nosso país", revela.
Ao falar sobre suas influências sonoras mais recentes, Arantes comenta que no ano passado estudou a fundo os prelúdios de Chopin. "Aí, me vi direto diante do Tom Jobim... esse é o meu universo de maior fascínio atualmente", destaca o artista, que, por sua vez, tem músicas gravadas por Roberto Carlos, Maria Bethânia, Elis Regina, Caetano Veloso, Gal Costa, entre outros.
"Tenho novas canções, ainda, nas vozes da Alaíde Costa, da Claudete Soares, e do grupo Boca Livre, que vou mostrar também em Porto Alegre", afirma o compositor. Segundo ele, desde os primórdios de sua trajetória musical até os dias de hoje, os temas que norteiam suas músicas seguem sendo "o amor e a dimensão afetiva". "É o que mais me fascina, porque é o lado mais profundo e inesgotável do mundo e da vida. Agora, na maturidade da terceira idade, se agregam reflexões bastante interessantes, já que o amor toma formas e significados, os poemas tendem a ser muito mais bem elaborados... o fato é que amar não tem idade e é uma linguagem universal."