"Voltar a Porto Alegre é voltar às origens, onde tudo começou", traduz o jazzista gaúcho Gili Lopes, que desembarcou na Capital para o show Jazz Meeting, nesta sexta-feira (27), no Espaço 373, no bairro Floresta. Gili, com seu contrabaixo, tem composições e interpretações explorando sons da musicalidade brasileira e de nome do jazz norte-americano.
É um dos raros momentos para ver Gili em palco local, porque está difícil disputar posição na maratona de agendas do músico em Nova York, onde reside - onde chega a fazer três sessões em um único dia e em locais diferentes - , e outros pontos do planeta.
O jazzista toca com Paulinho Fagundes (guitarra) e Lucas Fê (bateria), primeiro encontro do trio no palco. "Volto para onde tudo continua acontecendo, novas conexões, novos sons e novas parcerias musicais", valoriza Gili, nativo de São Lourenço do Sul, a cidade das lagoas do Sul gaúcho.
"Nos encontramos uma semana antes do show brevemente para passar umas coisas e foi uma conexão musical instantânea. Cada um trazendo suas andanças e experiências musicais", observa.
O músico, há mais de 15 anos longe da terrinha, entre um período de residência e carreira na Europa e agora nos Estados Unidos, tem como marca composições e execução de sons folclóricos e populares do Brasil.
Sobre a sessão no 373, Gili diz que será uma noite "mais intimista, um repertório de coisas daqui e de lá combinadas numa roupagem livre com muito espaço".
Quem for ao show, que começa às 21h (ingresso pelo Sympla), poderá conferir uma composição inédita que estará em um "trabalho novo que ainda não foi lançado". Previsão: dezembro deste ano chegar ao público. A novidade deve trazer o gaúcho de novo ao Brasil, quem sabe ao Rio Grande do Sul.
Sobre 2024, o jazzista e seu baixo gigante cruzaram pontos e estações bem extremas. "O ano voou. Comecei no calor do Brasil e frio do Canadá no mesmo mês e depois entre viagens pelos EUA e Europa. Visitei muitos lugares que não conhecia ainda.
Um deles foi, em junho, quando toquei em um festival na Transilvânia, na Romênia. Uma experiência incrível", descreve o músico. Aliás, a Transilvânia é a mesma do castelo do Drácula, o vampiro mais famoso do mundo.
"Fomos de carro de Budapeste, na Hungria, até a Romênia. Um lugar carregado de história com pessoas muito queridas e hospitaleiras", recorda.
"Volto pra Nova York semana que vem para muitas tocadas. No fim do mês, tenho shows em Paris e Londres. Em novembro, gravo meu disco novo e, em dezembro, volto ao Brasil para mais shows", adianta Gili, para tirar o fôlego do leitor, né.