Às vezes, uma leitura pode marcar tão profundamente que parece impossível tirá-la da cabeça. Algumas histórias têm esse poder de nos acompanhar por dias, ou até semanas, como uma sombra persistente. Uma das formas de dar vazão a essa intensidade é transformá-la em uma criação artística, como fez o diretor Luciano Alabarse ao adaptar o livro Da Sempre Tua (Editora Arquipélago, 191 páginas, R$59,90), escrito por Claudia Tajes e Diana Corso. A peça homônima será encenada em uma curta temporada no Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/n) no próximo final de semana. As apresentações acontecem na sexta-feira (20) e no sábado (21), ambas às 20h, e no domingo (22) às 18h. O espetáculo é realizado pela Alabarse Produções Artísticas e conta com patrocínio do Programa Banrisul de Patrocínios ― Edição Cultural Reconstruir RS. Os ingressos estão à venda no site oficial do teatro, www.theatrosaopedro.com.br, e custam entre R$40,00 e R$80,00. Além disso, quem levar 1kg de alimento não perecível garante o benefício da meia entrada.
O diretor da peça conta que, desde o momento em que terminou o livro, sabia que ele tinha que se tornar uma peça. “É um livro epistolar, então é muito interessante fazer essa experiência, porque não é texto escrito para teatro, mas tem uma dramaturgia muito interessante”. Formado inteiramente por correspondências trocadas entre C. e D., Da Sempre Tua foi criado ora pensando em Claudia e Diana, ora em personagens fictícios, misturando verdadeiros sentimentos com outros inventados.
São cartas confessionais, marcadas por um humor afiado e uma leveza sutil, nas quais elas compartilham suas vivências — por vezes com encanto, outras com inquietação. As correspondências também servem como uma forma de exorcizar frustrações e encontrar humor nas próprias adversidades. Uma apoia a outra, criando um amparo mútuo. Diretor conhecido por seus textos e por ser apaixonado pelas palavras, Alabarse relata que a peça segue a ordem das cartas contidas no livro, pouco editadas e minimizadas para o tempo de palco. “Uma carta dialoga com a anterior, responde, levanta questões. Apesar de que elas só se encontram no finalzinho da peça, elas estão ali o tempo inteiro a escrever”.
Ele conta que a escolha de atrizes foi pensada também no talento que cada uma poderia trazer à montagem. Sandra Dani e Janaina Pellizzon se tornam C. e D. de uma forma peculiar, e que só poderá ser entendida ao assistir a peça. O que pode ser dito é que o cenário criado por ele e por Ricardo Roman Ross acrescenta ainda mais vitalidade ao espetáculo, onde as duas atrizes predominam em monólogos, com poucos momentos de diálogo.
O texto, predominantemente feminista, traz um toque de humor ácido com a dureza e os sentimentos fortes que toda mulher possui em si. Culpa, angústia, leveza e felicidade. “Apesar de usar um recurso anacrônico das cartas, é um texto muito contemporâneo, escrito a partir da inteligência e da percepção de vida de duas mulheres maravilhosas”, relata Luciano. Assim como a obra de Claudia e Diana, a peça é, essencialmente, uma celebração da amizade feminina. De forma comovente, o final do espetáculo contará com cartas inéditas e exclusivas das autoras, onde as mesmas citam a tragédia climática que assolou o Rio Grande do Sul. O intuito é deixar uma mensagem de esperança para o recomeço e a reconstrução, que ainda vão perdurar por muito tempo por aqui.
Luciano confessa que o intuito da peça, nesse momento, é trazer felicidade e leveza ao coração dos gaúchos. “Eu queria contribuir para que o público ficasse leve e tivesse momentos agradáveis”. Ele complementa dizendo que “depois daquela tristeza toda de ver Porto Alegre inundada, casas destruídas, pessoas que perderam tudo, a gente queria nesse momento dar um abraço no público”. Uma certeza Luciano tem: essa não será a única temporada de Da Sempre Tua, e as palavras por vezes doídas, mas reconfortantes das amigas ainda irão trazer emoção a outros públicos.
O diretor da peça conta que, desde o momento em que terminou o livro, sabia que ele tinha que se tornar uma peça. “É um livro epistolar, então é muito interessante fazer essa experiência, porque não é texto escrito para teatro, mas tem uma dramaturgia muito interessante”. Formado inteiramente por correspondências trocadas entre C. e D., Da Sempre Tua foi criado ora pensando em Claudia e Diana, ora em personagens fictícios, misturando verdadeiros sentimentos com outros inventados.
São cartas confessionais, marcadas por um humor afiado e uma leveza sutil, nas quais elas compartilham suas vivências — por vezes com encanto, outras com inquietação. As correspondências também servem como uma forma de exorcizar frustrações e encontrar humor nas próprias adversidades. Uma apoia a outra, criando um amparo mútuo. Diretor conhecido por seus textos e por ser apaixonado pelas palavras, Alabarse relata que a peça segue a ordem das cartas contidas no livro, pouco editadas e minimizadas para o tempo de palco. “Uma carta dialoga com a anterior, responde, levanta questões. Apesar de que elas só se encontram no finalzinho da peça, elas estão ali o tempo inteiro a escrever”.
Ele conta que a escolha de atrizes foi pensada também no talento que cada uma poderia trazer à montagem. Sandra Dani e Janaina Pellizzon se tornam C. e D. de uma forma peculiar, e que só poderá ser entendida ao assistir a peça. O que pode ser dito é que o cenário criado por ele e por Ricardo Roman Ross acrescenta ainda mais vitalidade ao espetáculo, onde as duas atrizes predominam em monólogos, com poucos momentos de diálogo.
O texto, predominantemente feminista, traz um toque de humor ácido com a dureza e os sentimentos fortes que toda mulher possui em si. Culpa, angústia, leveza e felicidade. “Apesar de usar um recurso anacrônico das cartas, é um texto muito contemporâneo, escrito a partir da inteligência e da percepção de vida de duas mulheres maravilhosas”, relata Luciano. Assim como a obra de Claudia e Diana, a peça é, essencialmente, uma celebração da amizade feminina. De forma comovente, o final do espetáculo contará com cartas inéditas e exclusivas das autoras, onde as mesmas citam a tragédia climática que assolou o Rio Grande do Sul. O intuito é deixar uma mensagem de esperança para o recomeço e a reconstrução, que ainda vão perdurar por muito tempo por aqui.
Luciano confessa que o intuito da peça, nesse momento, é trazer felicidade e leveza ao coração dos gaúchos. “Eu queria contribuir para que o público ficasse leve e tivesse momentos agradáveis”. Ele complementa dizendo que “depois daquela tristeza toda de ver Porto Alegre inundada, casas destruídas, pessoas que perderam tudo, a gente queria nesse momento dar um abraço no público”. Uma certeza Luciano tem: essa não será a única temporada de Da Sempre Tua, e as palavras por vezes doídas, mas reconfortantes das amigas ainda irão trazer emoção a outros públicos.