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Publicada em 17 de Setembro de 2024 às 19:22

Peça 'Da Sempre Tua' leva a emoção da troca de cartas para os palcos teatrais

Sandra Dani e Janaina Pellizzon incorporam no palco C. e D., personagens do livro de Claudia Tajes e Diana Corso

Sandra Dani e Janaina Pellizzon incorporam no palco C. e D., personagens do livro de Claudia Tajes e Diana Corso

JULIANA ALABARSE/DIVULGAÇÃO/JC
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Maria Eduarda Zucatti Repórter
Às vezes, uma leitura pode marcar tão profundamente que parece impossível tirá-la da cabeça. Algumas histórias têm esse poder de nos acompanhar por dias, ou até semanas, como uma sombra persistente. Uma das formas de dar vazão a essa intensidade é transformá-la em uma criação artística, como fez o diretor Luciano Alabarse ao adaptar o livro Da Sempre Tua (Editora Arquipélago, 191 páginas, R$59,90), escrito por Claudia Tajes e Diana Corso. A peça homônima será encenada em uma curta temporada no Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/n) no próximo final de semana. As apresentações acontecem na sexta-feira (20) e no sábado (21), ambas às 20h, e no domingo (22) às 18h. O espetáculo é realizado pela Alabarse Produções Artísticas e conta com patrocínio do Programa Banrisul de Patrocínios ― Edição Cultural Reconstruir RS. Os ingressos estão à venda no site oficial do teatro, www.theatrosaopedro.com.br, e custam entre R$40,00 e R$80,00. Além disso, quem levar 1kg de alimento não perecível garante o benefício da meia entrada.O diretor da peça conta que, desde o momento em que terminou o livro, sabia que ele tinha que se tornar uma peça. “É um livro epistolar, então é muito interessante fazer essa experiência, porque não é texto escrito para teatro, mas tem uma dramaturgia muito interessante”. Formado inteiramente por correspondências trocadas entre C. e D., Da Sempre Tua foi criado ora pensando em Claudia e Diana, ora em personagens fictícios, misturando verdadeiros sentimentos com outros inventados. São cartas confessionais, marcadas por um humor afiado e uma leveza sutil, nas quais elas compartilham suas vivências — por vezes com encanto, outras com inquietação. As correspondências também servem como uma forma de exorcizar frustrações e encontrar humor nas próprias adversidades. Uma apoia a outra, criando um amparo mútuo. Diretor conhecido por seus textos e por ser apaixonado pelas palavras, Alabarse relata que a peça segue a ordem das cartas contidas no livro, pouco editadas e minimizadas para o tempo de palco. “Uma carta dialoga com a anterior, responde, levanta questões. Apesar de que elas só se encontram no finalzinho da peça, elas estão ali o tempo inteiro a escrever”.Ele conta que a escolha de atrizes foi pensada também no talento que cada uma poderia trazer à montagem. Sandra Dani e Janaina Pellizzon se tornam C. e D. de uma forma peculiar, e que só poderá ser entendida ao assistir a peça. O que pode ser dito é que o cenário criado por ele e por Ricardo Roman Ross acrescenta ainda mais vitalidade ao espetáculo, onde as duas atrizes predominam em monólogos, com poucos momentos de diálogo.O texto, predominantemente feminista, traz um toque de humor ácido com a dureza e os sentimentos fortes que toda mulher possui em si. Culpa, angústia, leveza e felicidade. “Apesar de usar um recurso anacrônico das cartas, é um texto muito contemporâneo, escrito a partir da inteligência e da percepção de vida de duas mulheres maravilhosas”, relata Luciano. Assim como a obra de Claudia e Diana, a peça é, essencialmente, uma celebração da amizade feminina. De forma comovente, o final do espetáculo contará com cartas inéditas e exclusivas das autoras, onde as mesmas citam a tragédia climática que assolou o Rio Grande do Sul. O intuito é deixar uma mensagem de esperança para o recomeço e a reconstrução, que ainda vão perdurar por muito tempo por aqui.Luciano confessa que o intuito da peça, nesse momento, é trazer felicidade e leveza ao coração dos gaúchos. “Eu queria contribuir para que o público ficasse leve e tivesse momentos agradáveis”. Ele complementa dizendo que “depois daquela tristeza toda de ver Porto Alegre inundada, casas destruídas, pessoas que perderam tudo, a gente queria nesse momento dar um abraço no público”. Uma certeza Luciano tem: essa não será a única temporada de Da Sempre Tua, e as palavras por vezes doídas, mas reconfortantes das amigas ainda irão trazer emoção a outros públicos.
Às vezes, uma leitura pode marcar tão profundamente que parece impossível tirá-la da cabeça. Algumas histórias têm esse poder de nos acompanhar por dias, ou até semanas, como uma sombra persistente. Uma das formas de dar vazão a essa intensidade é transformá-la em uma criação artística, como fez o diretor Luciano Alabarse ao adaptar o livro Da Sempre Tua (Editora Arquipélago, 191 páginas, R$59,90), escrito por Claudia Tajes e Diana Corso. A peça homônima será encenada em uma curta temporada no Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/n) no próximo final de semana. As apresentações acontecem na sexta-feira (20) e no sábado (21), ambas às 20h, e no domingo (22) às 18h. O espetáculo é realizado pela Alabarse Produções Artísticas e conta com patrocínio do Programa Banrisul de Patrocínios ― Edição Cultural Reconstruir RS. Os ingressos estão à venda no site oficial do teatro, www.theatrosaopedro.com.br, e custam entre R$40,00 e R$80,00. Além disso, quem levar 1kg de alimento não perecível garante o benefício da meia entrada.

O diretor da peça conta que, desde o momento em que terminou o livro, sabia que ele tinha que se tornar uma peça. “É um livro epistolar, então é muito interessante fazer essa experiência, porque não é texto escrito para teatro, mas tem uma dramaturgia muito interessante”. Formado inteiramente por correspondências trocadas entre C. e D., Da Sempre Tua foi criado ora pensando em Claudia e Diana, ora em personagens fictícios, misturando verdadeiros sentimentos com outros inventados.

São cartas confessionais, marcadas por um humor afiado e uma leveza sutil, nas quais elas compartilham suas vivências — por vezes com encanto, outras com inquietação. As correspondências também servem como uma forma de exorcizar frustrações e encontrar humor nas próprias adversidades. Uma apoia a outra, criando um amparo mútuo. Diretor conhecido por seus textos e por ser apaixonado pelas palavras, Alabarse relata que a peça segue a ordem das cartas contidas no livro, pouco editadas e minimizadas para o tempo de palco. “Uma carta dialoga com a anterior, responde, levanta questões. Apesar de que elas só se encontram no finalzinho da peça, elas estão ali o tempo inteiro a escrever”.

Ele conta que a escolha de atrizes foi pensada também no talento que cada uma poderia trazer à montagem. Sandra Dani e Janaina Pellizzon se tornam C. e D. de uma forma peculiar, e que só poderá ser entendida ao assistir a peça. O que pode ser dito é que o cenário criado por ele e por Ricardo Roman Ross acrescenta ainda mais vitalidade ao espetáculo, onde as duas atrizes predominam em monólogos, com poucos momentos de diálogo.

O texto, predominantemente feminista, traz um toque de humor ácido com a dureza e os sentimentos fortes que toda mulher possui em si. Culpa, angústia, leveza e felicidade. “Apesar de usar um recurso anacrônico das cartas, é um texto muito contemporâneo, escrito a partir da inteligência e da percepção de vida de duas mulheres maravilhosas”, relata Luciano. Assim como a obra de Claudia e Diana, a peça é, essencialmente, uma celebração da amizade feminina. De forma comovente, o final do espetáculo contará com cartas inéditas e exclusivas das autoras, onde as mesmas citam a tragédia climática que assolou o Rio Grande do Sul. O intuito é deixar uma mensagem de esperança para o recomeço e a reconstrução, que ainda vão perdurar por muito tempo por aqui.

Luciano confessa que o intuito da peça, nesse momento, é trazer felicidade e leveza ao coração dos gaúchos. “Eu queria contribuir para que o público ficasse leve e tivesse momentos agradáveis”. Ele complementa dizendo que “depois daquela tristeza toda de ver Porto Alegre inundada, casas destruídas, pessoas que perderam tudo, a gente queria nesse momento dar um abraço no público”. Uma certeza Luciano tem: essa não será a única temporada de Da Sempre Tua, e as palavras por vezes doídas, mas reconfortantes das amigas ainda irão trazer emoção a outros públicos.

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