Porto Alegre amanheceu mais triste neste sábado, 7 de setembro, com a notícia do falecimento do repórter fotográfico Ricardo Stricher, aos 67 anos. Segundo informações obtidas por amigos, Stricher teria falecido em sua residência.
Figura conhecida em Porto Alegre, Stricher tinha como marca do seu trabalho o registro do cotidiano, dos detalhes da cidade. Esse olhar cuidadoso ficou registrado no livro “Porto Alegre Invisível”, lançado pela editora Libretos, em 2012.
A paciência para circular pelas ruas avenidas de Porto Alegre em busca do melhor registro fazia do fotógrafo um andarilho sempre presente e seguidamente visto, principalmente na região do Centro Histórico.
"Prefiro andar um dia inteiro com a máquina do que passar o resto da vida lamentando a foto que não tirei", disse em entrevista ao site Coletiva.net, no ano de 2016. À câmera fotográfica, sua companheira inseparável pelas andanças, ele dava uma importância menor. "Eu fotografo com o olhar, a máquina é apenas um acessório."
Fotógrafo por mais de quatro décadas, Stricher trabalhou na Prefeitura Municipal de Porto Alegre, na Câmara Municipal, no Palácio Piratini, no Jornal Zero Hora e, como freelancer, em jornais e revistas locais e nacionais. Ricardo teve 17 exposições individuais onde apresentou seu trabalho.
Rodrigo Ziebell, presidente da Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado (Arfoc-RS), lembrou que Stricher era uma referência na fotografia e um ícone de Porto Alegre. "Ricardo Stricher era muito mais do que um repórter fotográfico de renome; ele era uma verdadeira referência no campo da fotografia e do fotojornalismo. Sua generosidade e entusiasmo por ensinar eram incomparáveis. Ricardo não apenas capturava imagens com maestria, mas também compartilhava seu conhecimento de forma calorosa e inspiradora. Era um professor dedicado, que adorava transmitir suas habilidades e experiências para os outros, moldando a próxima geração de fotógrafos com seu amor pela arte", disse Ziebell.
"Sua habilidade em contar histórias através das lentes e seu comprometimento em capturar a essência da nossa Porto Alegre, faziam dele um ícone em nossa comunidade. A perda de Ricardo representa um golpe profundo para todos nós, pois não só perdemos um grande profissional, mas também um mentor e um amigo querido. Sua ausência será sentida profundamente, mas seu legado viverá através das imagens e ensinamentos que deixou. Que possamos honrar sua memória continuando a valorizar e promover a excelência na fotografia e no fotojornalismo, assim como ele fez com tanto brilhantismo", complementou Ziebell.
Nas redes sociais, amigos e parceiros de longa data de Stricher lamentaram o falecimento. “O Ricardo era um sujeito querido, generoso, divertido e um grande artista fotográfico”, salientou o músico Henrique Mann. “Ricardo Stricher era um grande artista. Que tristeza!”, disse o ator Oscar Simch.
O jornalista José Antônio da Silva, por sua vez, destacou o espírito brincalhão, mas sempre com um toque crítico de Stricher. “Apreciava em especial seu olho talentoso de fotógrafo. Um dos melhores. Deixa saudades, mas também uma obra importante”, enfatiza.
O também jornalista e fotógrafo Rogério Soares lembrou da relação de Stricher com Porto Alegre. “Sujeito Ímpar! Sabia respirar e fotografar Porto Alegre como poucos. Pai amoroso e grande amigo”, observa.
Em nota curta em suas redes sociais, o Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul lamentou o falecimento, unindo-se à família no momento de tristeza.
A cerimônia de despedida de Stricher ocorreu neste domingo (8), às 16h na Capela Histórica do Crematório Metropolitano de Porto Alegre. A irmã de Ricardo, Luzimar Stricher, informa que o velório e a cerimônia de despedida será feita na capela Ecumênica do Crematório Metropolitano às 18h. Não haverá missa de Sétimo Dia.
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