O espetáculo de teatro de dança G.H., dirigido por Renato Del Campão (Cia. Teatrofídico), estreia nesta sexta-feira (6), às 20h, na Galeria La Photo (Travessa da Paz, 44). Livremente inspirada no romance A paixão segundo G.H., de Clarice Lispector, a montagem terá outras duas apresentações, sempre às 20h, no sábado (7) e no domingo (8). Os ingressos custam R$ 25,00 (meia-entrada) e R$ 50,00 (inteira) e estão à venda pela plataforma Sympla. Cada sessão comporta 40 pessoas na plateia.
Adaptada por Del Campão, a peça é uma grande partitura que resgata o Teatro do Oprimido de Augusto Boal (de quem o ator e diretor foi aluno em 1999) em um ato único. "Teatro de dança é um estilo que estudei com a bailarina Graziela Rodrigues e a coreógrafa Lia Lobato, nos anos 1980", explica o artista. "São coreografias encenadas, onde o teatro é mais visível que a técnica da dança", pondera.
Adaptada por Del Campão, a peça é uma grande partitura que resgata o Teatro do Oprimido de Augusto Boal (de quem o ator e diretor foi aluno em 1999) em um ato único. "Teatro de dança é um estilo que estudei com a bailarina Graziela Rodrigues e a coreógrafa Lia Lobato, nos anos 1980", explica o artista. "São coreografias encenadas, onde o teatro é mais visível que a técnica da dança", pondera.
O enredo do espetáculo trata de uma mulher identificada apenas pelas iniciais G.H., que depois de demitir a empregada e tentar limpar seu quarto, relata a perda da individualidade após ter esmagado uma barata na porta de um guarda-roupas. No dia seguinte, ela narra a própria impotência de escrever o episódio.
Em cena, o elenco formado por Ana Maria Mainieri, Célia Trevisan, Francisco Aguiar, Jairo Klein, Karen Dombkowitsch, Kiko Noir e Thuanie Cigaran, além de Del Campão, interpreta a mesma dupla de personagens: G.H. – um ser indecifrável e de gênero fluido em transição – e a barata/barato – essa, uma projeção do irreal em lente de aumento.
A história se organiza em capítulos de sequência sistemática – cada um começa com a mesma frase que serve de fechamento ao anterior. A interrupção, assim, é elemento de continuidade, numa representação simbólica do que é a experiência de G.H.
Lançado em 1964, o romance A paixão segundo G.H. é permeado por fluxos de consciência, assim como outras obras da escritora, fornecendo o lugar de sujeito à linguagem, que constrói ao redor de si um labirinto cuja saída está na essência do ser. "É uma obra polêmica que fala de solidão, abandono, opressão e renascimento", destaca Del Campão. A peça integra as comemorações de 20 anos de trajetória da Cia Teatrofídico.