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Publicada em 15 de Agosto de 2024 às 11:26

Sérgio Faraco é o patrono da 70ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre

Aos 84 anos de idade, hoje residindo na capital gaúcha, o escritor acumula prêmios e reconhecimentos pelos seus contos, memórias, crônicas e obras de ficção

Aos 84 anos de idade, hoje residindo na capital gaúcha, o escritor acumula prêmios e reconhecimentos pelos seus contos, memórias, crônicas e obras de ficção

Eduardo Fernandes/ Divulgação/Jc
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Adriana Lampert
Adriana Lampert Repórter
O escritor Sérgio Faraco – reconhecido pela Academia Brasileira de Letras, com o Prêmio Nacional de Ficção de 1999 por seu livro Dançar tango em Porto Alegre – foi anunciado como patrono da 70ª edição da Feira do Livro da Capital, na manhã desta quinta-feira, dia 15. O evento literário irá ocorrer entre 1 e 20 de novembro, na Praça da Alfândega, local do Centro Histórico do Município, que foi atingido pela enchente de maio. 
O escritor Sérgio Faraco – reconhecido pela Academia Brasileira de Letras, com o Prêmio Nacional de Ficção de 1999 por seu livro Dançar tango em Porto Alegre – foi anunciado como patrono da 70ª edição da Feira do Livro da Capital, na manhã desta quinta-feira, dia 15. O evento literário irá ocorrer entre 1 e 20 de novembro, na Praça da Alfândega, local do Centro Histórico do Município, que foi atingido pela enchente de maio. 
"É uma homenagem importante que recebo da Câmara Rio-Grandense do Livro e sempre vou lembrar. Não a recebo por mim, que pouco mereço, mas em nome daqueles que sinto representar nessas duas semanas, os escritores desta cidade e deste estado. A distinção é deles", afirmou o autor, de 84 anos de idade. Durante a coletiva de imprensa, ocorrida no Master Grande Hotel, ele fez ainda uma reverência ao patrono do ano anterior, Tabajara Ruas, e ressaltou a importância do evento literário acontecer em um momento de retomada das editoras gaúchas.
"Hoje é um dia feliz para nós todos. Quem diria que estaríamos aqui, às vésperas de uma Feira do Livro, depois de tudo o que aconteceu no nosso Estado", disse o autor. "Espero que a Feira seja um sucesso e que possa atenuar as perdas que tiveram nossos livreiros e editores no primeiro semestre do ano. Como patrono, apesar da minha discrição e do meu comedimento, que eu possa contribuir de algum modo que esse êxito aconteça."
Alcançar a simetria entre o que escreveu e aquilo que o levou a escrever é um dos aspectos que diferencia o trabalho do patrono da edição que marca os 70 anos ininterruptos da Feira do Livro de Porto Alegre. "Tenho um impulso, pode ser uma ideia, uma circunstância, uma emoção, uma frase, uma música, algo que vejo ou alguém comenta, e então começo a escrever e a reescrever para descobrir a história que está por trás do impulso. O resultado é sempre um conto", destacou Faraco. Além dele, a coletiva desta quinta-feira contou com a presença do presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, Maximiliano Ledur; do chefe de gabinete do ministro Paulo Pimenta (chefe da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul), João Ferrer; da secretária de Cultura do Estado, Beatriz Araújo; e da secretária Municipal de Cultura e Economia Criativa, Liliana Cardoso Rodrigues. 
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Três vezes agraciado com o Prêmio Açorianos de Literatura, o escritor já teve contos publicados em mais de dez países, como Alemanha, Argentina, Bulgária e Chile. Em seu trabalho mais recente, Faraco escreveu uma memória que, segundo ele, o leitor poderá considerar uma continuação de Lágrimas na chuva. "Reproduz as dificuldades que tive em 1965, após ter voltado da Rússia. Se chama Digno é o cordeiro e será publicado um pouco antes na Feira do Livro pela L&PM, a casa que edita meus livros há quase 40 anos", destacou o escritor.

Em sua fala, Ledur afirmou que a escolha de Faraco é uma forma de homenagear sua contribuição à literatura regional. "Ele é um dos maiores nomes da literatura gaúcha, um 'contador de histórias', que dedicou a sua pena às diversas regiões do Rio Grande do Sul, e também na nossa capital", destacou.  Segundo o dirigente, este ano estão previstos 176 eventos literários durante a Feira, além da participação de 259 autores gaúchos e dez internacionais. Além disso, diversas secretarias e órgãos públicos municipais estarão mobilizados para garantir a estrutura e o funcionamento da feira, que, entre outros apoios, conta recursos da prefeitura (R$ 150 mil) e do governo do Estado (R$ 1,4 bilhão).

Quem é Sérgio Faraco

Nascido em Alegrete, em 1940, viveu por dois anos na União Soviética entre 1963 e 1965, quando cursou o Instituto Internacional de Ciências Sociais, em Moscou. O escritor também é formado em Direito. Ao longo da sua trajetória literária, acumulou prêmios e reconhecimentos pelos seus contos, memórias, crônicas e obras de ficção.
Em 1988, com a obra A dama do Bar Nevada, conquistou o Prêmio Galeão Coutinho, reconhecido pela União Brasileira de Escritores como o melhor volume de contos lançado no Brasil no ano anterior. Alguns anos depois, em 1994, com A lua com sede, recebeu o Prêmio Henrique Bertaso de melhor livro de crônicas. Nos anos de 1995, 1996 e 2001, foi agraciado com o Prêmio Açorianos de Literatura, principal premiação cultural da capital gaúcha. Em 2008 recebeu a Medalha Cidade de Porto Alegre, como homenagem da prefeitura da Capital.

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