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Publicada em 12 de Abril de 2024 às 17:17

Luciana Maas apresenta exposição Balanço na Fundação Iberê

Artista paulista Luciana Maas apresenta suas obras na Fundação Iberê Camargo com a exposição Balanço, disponível para visitação até 9 de junho

Artista paulista Luciana Maas apresenta suas obras na Fundação Iberê Camargo com a exposição Balanço, disponível para visitação até 9 de junho

Ana Pigosso/Divulgação/JC
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Bruna Tkatch
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Apaixonada pelas expressões que a pintura permite explorar, Luciana Maas apresenta a exposição Balanço. O conjunto de obras da artista paulista mostra a pluralidade de sua obra em três séries de pinturas, mais outras artes frutos de curiosidade de técnicas e formas. A primeira mostra individual de Luciana em um museu acontece na Fundação Iberê Camargo (avenida Padre Cacique, 2.000), até o dia 9 de junho, de quinta-feira a domingo, das 14h às 18h. A curadoria foi realizada por José Augusto Pereira Ribeiro.
Apaixonada pelas expressões que a pintura permite explorar, Luciana Maas apresenta a exposição Balanço. O conjunto de obras da artista paulista mostra a pluralidade de sua obra em três séries de pinturas, mais outras artes frutos de curiosidade de técnicas e formas. A primeira mostra individual de Luciana em um museu acontece na Fundação Iberê Camargo (avenida Padre Cacique, 2.000), até o dia 9 de junho, de quinta-feira a domingo, das 14h às 18h. A curadoria foi realizada por José Augusto Pereira Ribeiro.
Luciana começou a desenhar durante sua infância, e em entrevista ao Jornal do Comércio, relembra um episódio que lhe marcou: “Minha família estava no museu do Francisco Brennand em Recife e eu não parava quieta. Aí minha mãe me disse para parar de bagunçar e copiar as obras em desenho. Quando ela voltou, eu tinha desenhado todas as obras do museu e ela ficou espantada”. Ao voltarem para São Paulo, a então iniciante começou a frequentar ateliês, como o de Osmar Pinheiro.
Formada em arquitetura e urbanismo, a pintora acumula muitos cursos em arte, em São Paulo e no Rio de Janeiro, além de experiências internacionais como uma residência em Salzburg, na Áustria e uma exposição em Nova York, nos Estados Unidos. Mas foi em um curso de arte contemporânea em Londres, na Inglaterra, que ela teve uma revolução artística. Luciana conta que se sentiu bastante tímida e, em determinado momento, entrou debaixo de uma mesa. “Fiquei horas lá, escutando as conversas sobre arte e vendo os pés dessas pessoas, e estava super à vontade, tirando fotos dos calçados e conversando com os pés”.
Assim surgiu a série Tênis, após a volta ao seu ateliê no Brasil, quando começou a pesquisa. Ela passou cerca de dez anos envolvida com este universo dos calçados, pintando, colando, destruindo e descobrindo novas possibilidades com as solas e cadarços. Com o passar do tempo, as telas foram crescendo e Luciana passou a usar mais do que os pinceis e os dedos, espalhando as tintas com cotovelos e ombros. Junto com o processo, os tênis também se tornaram “quase uma abstração, em que as pessoas enxergam outras figuras e cenas urbanas. O tênis acabou virando quase uma desculpa para a pintura acontecer”, conta a artista.
Sua próxima série foi as Lonas, trazendo uma nova textura e técnica, com spray de pintura. “Eu comecei a usar justamente por não saber lidar com o spray, então veio esse ponto de causar estranhamento e brigar com a pintura”, explica a paulista. Depois, veio a era das Palafitas, que surgiram a partir de algumas telas queimadas, e em 2022 ganharam exposição no Projeto Vênus, em São Paulo. Em seguida, iniciou um curso de gravura em metal no Atelier Piratininga, também na capital paulista. “Nesta época eu voltei a usar as linhas, pintar mais com os pinceis. E essas linhas viraram fios, que acabam movimentando e balançando as figuras”, comenta Luciana.
O resgate do movimento deu início aos Balanços, série que abrange seus trabalhos mais recentes e dá nome à mostra. “É uma exposição que realmente abrange um balanço do meu trabalho nesses 15 anos de produção, e é uma honra, eu mal estou acreditando que estou expondo no Iberê”, comenta a artista. Ela ainda relembra o início da carreira e ressalta que sempre preferiu trabalhar com tinta, apesar de ter descoberto e explorado outras técnicas. “Eu acho que a pintura é uma ponte do artista para si mesmo, é uma conexão com outra linguagem. Também tem o aspecto do respeito à tinta. Realmente é uma coisa difícil de falar porque é tão maior (do que eu) que eu nem compreendo, mas me ajuda a estar inteira”, elabora Luciana.
Para a artista, a pintura é um templo, e elaborar novas obras é entrar em contato com a alma. Esse contato com o sagrado não parte de nenhum processo pré-estabelecido, pois a fagulha da inspiração surge de diversas formas. “São situações que me tocam de alguma forma, e isso vai desde ver uma coisa incrível, algum movimento, até alguém segurando uma pipoca. E se tem um amor ali, vale a pena”, relata a pintora.
Já as suas inspirações na arte vão desde Iberê Camargo a Rembrandt, passando ainda por Goya e Philip Guston. Luciana também gosta muito de se inspirar por meio da música, com as composições clássicas de Bach, principalmente a sonoridade do violoncelo - além de sons tropicais, como o samba. “Acho que tudo isso pode motivar, é um caldeirão de referências e sentimentos, e eu sinto várias possibilidades de caminho. A partir de um gesto, vai se construindo conforme o momento.”

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