Nesta terça-feira, às 20h, a comediante Nany People sobe ao palco do Teatro CIEE-RS Banrisul (avenida Dom Pedro II, 861) para estrear nacionalmente uma nova versão da peça Como salvar um casamento. Dirigido por Bruno Motta de Lima, o espetáculo integra a programação do 25º Festival Porto Verão Alegre, e tem ingressos à venda pelo site do evento ou em pontos de venda presencial na recepção da Casa de Cultura Mario Quintana e no Praia de Belas Shopping. O público também poderá adquirir entradas na bilheteria do Teatro, a partir de uma hora antes da apresentação, mediante disponibilidade de lugares.
Aos 60 anos de idade e completando cinco décadas de carreira artística, a mineira Nany People comemora mais este trabalho, em meio às diversas comédias que já interpretou em sua jornada. "Fiz dois personagens dramáticos em toda minha vida, meu lance é o humor", explica a artista, que também atua como entrevistadora, apresentadora de shows e eventos performáticos, feiras e convenções. Sozinha em cena, ela interpreta uma coaching e outros personagens para falar - no formato de palestra - sobre as divergências entre casais dos mais diversos gêneros. "Essa nova versão do espetáculo (que, anteriormente, contava com um segundo ator) ficou mais ágil, com novas cenas (que substituem outras que foram cortadas) e mais abrangente, já que não trata mais apenas de uma visão heterossexual do casamento - pelo contrário, a variável contempla todas as linhas de relacionamentos", destaca.
Escrito por Motta em parceria com Daniel Alves, o novo texto apresenta sete temas em torno da vida de diversos tipos de casais, "desde a fecundação do óvulo pelo espermatozoide 'machista' até o dilema de pessoas que nunca quiseram se relacionar e, de repente, se encontram apaixonadas por alguém", conta Nany. "Incluímos nessa versão os vários pontos de vista de um gênero e outro, a exemplo dos conceitos distintos do homem e da mulher sobre a primeira transa", emenda.
A comediante recorda que a primeira versão da peça surgiu em 2005, quando ela se deparou repentinamente com o divórcio de seus dois irmãos. A partir daí, a comediante - que afirma ter se casado somente uma vez até hoje, para depois perceber que prefere não repetir a fórmula - resolveu investigar o que havia acontecido de errado em cada um dos casos. Nany afirma que viu os casamentos de seus irmãos se desfazerem por motivos que considera totalmente irrelevantes e entendeu que existe muito pouco diálogo entre os casais atualmente, "principalmente os mais jovens". Munida desses dados, decidiu encomendar o texto aos autores, marcando sua volta aos palcos teatrais, na época (primeiro ao lado do ator Pierre Bittencourd, depois com o humorista Gus Fernandes).
Agora remasterizado, o espetáculo apresenta 12 esquetes, novamente inspiradas nos relacionamentos dos dois irmãos (que casaram pela segunda vez) e também de grupos de amigos da artista. "Ao escutar as muitas considerações de cada pessoa envolvida, posso resumir que, no geral, mulher quer romance, carinho e conversa; enquanto o homem quer sexo (risos)." Piadas (não tão longe da realidade) à parte, Nany pondera: "cada um tem seu jeito, seu tempero para os relacionamentos." Ao afirmar que o texto é "interativo", a atriz adianta que a plateia participa da palestra, não somente respondendo às provocações da personagem. "A gente percebe que o pessoal ri e se diverte, mas também pensa e analisa as situações expostas", garante.
A comediante adianta que o espetáculo ainda permite "muita improvisação no palco", além de "receitas de como se relacionar melhor", contornando momentos que vão desde "a saia justa" comum na primeira vez do casal na cama, passando pelos primeiros dias de união no mesmo teto (somados às revelações de diferenças cotidianas), até a rotina após 50 anos de casamento. "No final, eu passo uma última receita, que é infalível", sinaliza, em tom de mistério, mas também com um certo deboche.