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Publicada em 29 de Novembro de 2023 às 19:44

Nenhum de Nós celebra 100 shows no Theatro São Pedro com temporada em formato acústico

Grupo  fundamental do pop rock gaúcho celebra marca histórica com série de shows  em um 
dos palcos mais nobres do Estado

Grupo fundamental do pop rock gaúcho celebra marca histórica com série de shows em um dos palcos mais nobres do Estado

TÂNIA MEINERZ/JC
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Bruna Tkatch
Bruna Tkatch
A banda porto-alegrense Nenhum de Nós faz seu centésimo show no Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/nº), tradicional casa de espetáculos e patrimônio histórico do Estado. Com uma carreira de quase 40 anos, Thedy Corrêa (voz), Sady Homrich (bateria), Carlos Stein (violão e guitarra), Veco Marques (violão e guitarra) e João Vicenti (teclado) sobem ao palco, depois de três anos, para mais um encontro acústico com seu público. A temporada vai de quinta-feira (30) a domingo (3), com um show extra na próxima terça-feira (5); para todas as apresentações, os ingressos já estão esgotados, o que dá uma boa ideia do sucesso que a ideia encontra junto aos fãs da banda.
A banda porto-alegrense Nenhum de Nós faz seu centésimo show no Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/nº), tradicional casa de espetáculos e patrimônio histórico do Estado. Com uma carreira de quase 40 anos, Thedy Corrêa (voz), Sady Homrich (bateria), Carlos Stein (violão e guitarra), Veco Marques (violão e guitarra) e João Vicenti (teclado) sobem ao palco, depois de três anos, para mais um encontro acústico com seu público. A temporada vai de quinta-feira (30) a domingo (3), com um show extra na próxima terça-feira (5); para todas as apresentações, os ingressos já estão esgotados, o que dá uma boa ideia do sucesso que a ideia encontra junto aos fãs da banda.
Em entrevista ao Jornal do Comércio, os dois guitarristas da banda, Carlão e Veco, descrevem o momento com a mesma palavra: empolgação. "O São Pedro é sempre muito generoso conosco e as pessoas que vão lá também, então, é como se a gente estivesse jogando em casa", diz Carlão. "É uma empolgação juvenil, até porque alguns fãs vão estar no seu décimo show, e outros nunca nos viram tocar lá. E estamos em uma etapa na qual já vemos pais e filhos no nosso show, gerações diferentes de fãs", acrescenta Veco.
"A música é um setor onde conseguir começar alguma coisa já é um feito, ainda mais manter por quase 40 anos. É uma sensação de vitória, sem dúvidas", celebra Carlão. Ele ainda relembra os fatores que antecederam o primeiro show no Theatro São Pedro, em 1994. A banda estava em um momento confuso, e havia a expectativa de que repetissem músicas no show, como O astronauta de mármore. Contudo, eles queriam experimentar outras coisas - e estavam atentos, em especial, à ascensão de bandas dos EUA fazendo uso do formato acústico. "Por isso, a gente pensou em fazer um show acústico. O formato parecia adequado e, quando fizemos, pareceu que nos reencontramos como músicos", reflete Carlão.
Já o guitarrista Veco conta que, na época, era um tabu que uma banda de rock cogitasse se apresentar no imponente São Pedro. Apesar disso, eles não apenas se apresentaram, como também já gravaram o álbum Acústico ao Vivo no local. "Eram dois desafios, a apresentação e gravação no formato acústico e também o fato de ser lá, local que agora é um templo para a banda", comenta Veco. Ele ainda fala sobre a atenção que a banda tem ao fazer um show no teatro: na hora de preparar o espetáculo, eles consideram a repercussão dos sons e também o fato de o público estar sentado, em um local fechado, com toda atenção focada no quinteto.
Com décadas de carreira, a banda coleciona treze álbuns de estúdio e cinco ao vivo. E o desejo é continuar compondo, gravando e caindo na estrada. O grupo teve sua origem ainda no ensino fundamental, com os colegas Sady, Carlão e Thedy - que, na época de faculdade, decidiram formaram a banda, e pouco tempo depois foram chamados para seu primeiro trabalho profissional. Já em 1990, Veco se junta aos guris, e um ano depois João faz sua primeira participação com a banda, como músico convidado no Rock in Rio. O trio se transforma em quinteto, em uma formação que segue sólida até hoje.
"Acho que nossa maior motivação para seguir fazendo música está na percepção de que a gente tem uma relevância para muitas pessoas", reflete Carlão. Para Veco, por sua vez, sempre haverá inspiração e inovação. "Eu imagino a nossa criação como um grande caldeirão: você vai jogando um monte de influência ali para dentro e acaba saindo uma sonoridade totalmente única", conta o músico.
Outro fator que impressiona é a união dos cinco músicos por tantas décadas, sem hiatos e nem separações temporárias. O conceito chave para a longeva parceria, segundo os dois guitarristas, é a democracia. Para Carlão, é impossível não haver discordância em grupos, com pessoas diferentes entre si. "Colocamos o respeito pelo nosso projeto acima e procuramos lidar com opiniões diferentes de maneira produtiva". Veco ressalta a importância da conversa interna e acrescenta que "não temos um líder, tudo é pensado por todos e sempre pensando no melhor que podemos oferecer pra quem curte a banda".
Nos shows desta temporada, eles cantam seus sucessos, como Você vai lembrar de mim, Camila, Camila, Amanhã ou depois e Vou deixar que você se vá, entre outros. Os planos do Nenhum de Nós para 2024 ainda estão sendo discutidos e ajustados, mas os dois já adiantam que querem continuar fazendo shows. A banda pensa em gravar um novo álbum, de repente reciclando algumas das canções que foram cortadas de outros discos e estão na gaveta do grupo.
Além disso, Carlão ressalta que gostaria de continuar com o show acústico, se houver demanda. No ano que vem, o álbum Acústico ao Vivo no Theatro São Pedro completa 30 anos de lançamento. Sempre com a inspiração falando alto, como, Carlão comenta: "acho que está na hora de a gente lançar algum material novo".
 

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