Ver o mundo de forma inusitada, revertendo o que parece 'maldição' em 'benção', é um dos principais recados que a comédia A Iluminada pretende passar ao público. Escrita e interpretada por Heloísa Périssé, sob a direção de Mauro Farias, a peça terá uma única apresentação às 21h deste sábado, no Salão de Atos da PUC (avenida Ipiranga, 6.681, prédio 4). Os ingressos custam entre R$ 45,00 e R$ 140,00 e estão à venda pela plataforma Sympla.
À tarde, a atriz também estará em cartaz com o espetáculo musical infantil D.P.A. A Peça 2 - Um Mistério em Magowood, que terá duas sessões no mesmo local: às 14h30min e às 17h. Inspirada na série D.P.A. - Detetives do Prédio Azul, do Gloob, a montagem - dirigida por Ernesto Piccolo - segue com mais duas apresentações (nos mesmos horários) no domingo. Os ingressos custam entre R$ 19,80 e R$ 170,00 e seguem à venda no Sympla.
"Estou com muita saudade do público de Porto Alegre e animadíssima por chegar na cidade com esses dois trabalhos", afirma Heloísa. A atriz, que sobe ao palco (como a bruxa Cassandra Brum) ao lado da filha, Luisa Périssé (bruxa Anabel), e do elenco original da série (Samuel Minervino, Emilly Puppim, Stéfano Agostini, Cléo Faria, Nicole Orsini, Claudia Netto, Charles Myara, Ronaldo Reis), adianta que o musical tem "um cenário lindo" e que "é muito divertido". "As crianças amam!", garante.
"Vai ser uma correria boa! E logo após as sessões de sábado, à noite, eu me 'transformo' na Tia Doro, que vai apresentar para o público a palestra mais animada da face da terra, que além de ser motivacional, é quântica", emenda Heloísa. Ela garante que o assunto é sério, ainda que vá ser tratado em tom de comédia. "O segredo da vida é aprender a ressignificar, essa mudança de olhar nos permite entender que a realidade é neutra. Quero muito que quem assistir com sabedoria e ouvir com o coração saia da palestra com os mantras de ensinamento da Tia Doro."
A personagem criada por Heloísa é antiga e já havia aparecido através de esquetes e cenas curtas, mas ganhou carreira solo após a atriz escrever a peça, em meio à pandemia de Covid-19. Inspirada em falar de uma forma humorada sobre superação, vencer seus medos, ter coragem e confiança, ela afirma que a montagem acaba sendo uma "grande sessão de terapia em grupo". "É uma peça onde a plateia ri muito, mas que traz muita mensagem: quem lê a Bíblia, quem pratica a física quântica e o autoconhecimento vai se identificar. A ideia do espetáculo é também falar das nossas sombras, daquilo que muitas vezes a gente não quer ver na gente e tem a tendência de varrer para baixo do tapete. Aí a gente vive na hipocrisia, mas uma hora o universo faz a gente se tocar."
Segundo Heloísa, antes de se autodenominar Tia Doro, a palestrante foi batizada pelos pais como Dorotéia das Dores quando nasceu. "Ela é um exemplo de superação absoluta. Por ter tido uma família excêntrica, passou por bullying na escola, com os amigos, nos relacionamentos, e em todas as coisas que pudessem configurar sua existência. Até que um dia, ela chegou ao fundo do poço", adianta a atriz e dramaturga da peça. "Mas o que poderia ser seu fim, acaba sendo seu recomeço, pois ela percebe que essa coleção de fracassos é exatamente o que a poderia levar ao sucesso. Ao abrir os olhos para o invisível, seu coração se enche de gratidão e ela se harmoniza com seu destino."
Heloísa conta que, em 2021, decidiu "apostar" na sua intuição, acreditando que o momento pedia que ela levasse palavras de otimismo às pessoas. Ela iniciou o texto em agosto e em 20 de outubro de 2021 estreou em Lisboa, no Teatro Tivoli, abrindo a programação do espaço depois de quase dois anos fechado. Após uma temporada de três semanas, e em turnê pelo país nas cidades de Braga, Póvoa de Varzim e Porto, comprovou "a grandeza" do espetáculo e a aceitação do público. "As pessoas saiam do teatro transformadas", recorda.
"A personagem de A Iluminada é muito para cima, muito astral. Fiz essa peça para que as pessoas saíssem do teatro com a frequência muito elevada, só atraindo coisas boas", continua a atriz. Ela destaca que a Tia Doro oferece "um novo olhar sobre o mundo": "Estamos aqui para galgar essa transformação, essa é a dimensão do casulo: a verdade é que as coisas que não saem como a gente espera podem ser até melhores do que aquilo que estamos esperando - mas para isso, tem que acessar este olhar diferente."
No Brasil, a peça já passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Bahia. "Em Salvador, eu ia fazer três apresentações e acabei fazendo cinco sessões, todas lotadas", celebra. Depois de Porto Alegre, ela segue com A Iluminada para Florianópolis (SC).