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Música

- Publicada em 30 de Agosto de 2023 às 17:36

Paralamas do Sucesso promete quatro décadas de clássicos em show no Araújo Vianna

Bi Ribeiro (esq), João Barone e Herbert Vianna trazem show da turnê 'Paralamas Clássico' à Capital neste sábado (2)

Bi Ribeiro (esq), João Barone e Herbert Vianna trazem show da turnê 'Paralamas Clássico' à Capital neste sábado (2)


MAURICIO VALLADARES/DIVULGAÇÃO/JC
Quatro décadas, como qualquer um sabe, é bastante tempo para qualquer iniciativa humana. No caso de bandas de rock, sobreviver às idas e vindas em um universo tão vulnerável ao sabor dos ventos pode ser uma tarefa quase impossível - o que, é claro, não é e nunca foi o caso do Paralamas do Sucesso. Dá quase para dizer que Herbert Vianna (voz e guitarra), Bi Ribeiro (baixo) e João Barone (bateria) escolheram um nome que condiciona destinos: afinal, não apenas a banda segue firme e forte depois de 40 anos, como sempre pôde contar com alguns (muitos) sucessos na bagagem.
Quatro décadas, como qualquer um sabe, é bastante tempo para qualquer iniciativa humana. No caso de bandas de rock, sobreviver às idas e vindas em um universo tão vulnerável ao sabor dos ventos pode ser uma tarefa quase impossível - o que, é claro, não é e nunca foi o caso do Paralamas do Sucesso. Dá quase para dizer que Herbert Vianna (voz e guitarra), Bi Ribeiro (baixo) e João Barone (bateria) escolheram um nome que condiciona destinos: afinal, não apenas a banda segue firme e forte depois de 40 anos, como sempre pôde contar com alguns (muitos) sucessos na bagagem.
Quem for ao Auditório Araújo Vianna (avenida Osvaldo Aranha, 685) neste sábado (2), a partir das 21h, terá a oportunidade de reviver vários desses hits, em mais uma apresentação da turnê Paralamas Clássico. Ingressos, entre R$ 100,00 e R$ 600,00, seguem disponíveis no Sympla. 
A própria turnê, aliás, acaba ganhando uma camada extra de sobrevivência. Afinal, ela foi originalmente planejada antes da temível pandemia da Covid-19, e só conseguiu concretizar-se plenamente anos depois. "A turnê acaba tendo essa camada extra de resistência artística, mesmo, porque ninguém sabia onde ia acabar aquele negócio", relembra Bi Ribeiro, em conversa com o Jornal do Comércio. Como conta o baixista, o Paralamas ficou dois anos sem se encontrar pessoalmente, em especial para preservar a saúde um pouco mais frágil de Herbert Vianna.
"A gente também celebra isso de ter passado (superado essa situação), porque infelizmente muita gente não conseguiu. E a demanda (pelos shows) tem sido incrível, as pessoas estão realmente felizes por poderem ir aos shows, é um reencontro com o público também."
Esses meses de distanciamento social, aliás, devem ter sido o período mais longo em que Herbert, Bi e Barone ficaram sem se ver pessoalmente. O trio tem se mantido sólido desde 1982, e passou unido por todas as ondas e marés que o cercaram nesses anos todos - sempre mantendo, segundo o baixista, a paixão pela música como norte. 
"Não tem fórmula, não é algo que você conseguiria premeditar", diz. "Foi acontecendo: o próximo show, o próximo disco, ano que vem o próximo projeto. A gente não imaginou nem planejou durar (por tanto tempo): a gente foi construindo e, ao mesmo tempo, nos unindo cada vez mais em torno da banda. E acho que teve uma sabedoria nossa meio sem querer, sem ser intencional, que foi a gente sempre conseguir lidar com os egos, com as ideias diferentes de cada um". Algo facilitado, como o próprio Bi Ribeiro admite, pela presença permanente do empresário José Fortes, o 'quarto elemento' que está junto ao Paralamas desde os primeiros dias. "Ele é fundamental. A gente têm confiança cega nas coisas que ele decide. O dinheiro é com ele, então essa parte chata da história não passa por nós, a gente fica só com a parte artística, e isso é um alívio", admite, rindo. 
O repertório de Paralamas Clássico é quase óbvio, no bom sentido. Afinal, não haveria mesmo como o trio subir ao palco e não tocar sucessos como Lanterna dos Afogados, Meu Erro, Alagados, Vital e Sua Moto, Ela Disse Adeus, Uma Brasileira, O Beco e tantos outros. O que não impede que se abra espaço para algumas surpresas. "Tem umas músicas que a gente acha que é clássico na nossa cabeça, é meio psicológico", brinca Bi. "O Calibre, por exemplo, não é uma música que ficou tão conhecida assim, mas a gente gosta muito dela. Outra é O Amor Não Sabe Esperar, que fizemos com a Marisa Monte. Então, a gente coloca algumas coisas que foram importantes para a gente, como banda, mas é basicamente para ser os grandes sucessos, mesmo", acentua.
Seja como for, o leitor ou leitora pode ter certeza que tocar os hits não incomoda Bi Ribeiro, de maneira algum. "A gente vê pessoas como Paul McCartney falando que lançam discos com músicas inéditas, mas o pessoal só quer ouvir mesmo as músicas antigas. E eu entendo isso, é assim mesmo". Afinal, cada lugar é um lugar diferente, e todo show é uma experiência renovada. "Eu gosto muito do Araújo (Vianna), acho que tinha que ter um Araújo desses em cada capital do Brasil, é um lugar maravilhoso. A gente tocou muitas vezes aí, desde antes da cobertura (incluída na última reforma), e sempre é um ambiente muito legal", anima-se.
Uma banda que carrega consigo um legado tão amplo quanto o Paralamas do Sucesso poderia perfeitamente sentar na fama e viver de turnês celebratórias até o final dos tempos. Não é o caso, porém: a ideia do trio é, já no começo do ano que vem, juntar as ideias para, quem sabe, um novo álbum de estúdio. "A gente não está conseguindo se reunir para inventar coisas porque agora estou morando na Bahia, há seis meses. Então, a gente vai ter que fazer isso (compor juntos) mais premeditadamente, começar a se encontrar três vezes por mês, sei lá. Porque a gente tem essa necessidade de se manter vivo artisticamente, de criar coisas novas, mesmo que a gente vá acabar não tocando tanto (ao vivo). A banda tem que estar andando para a frente, para nós isso é muito necessário."