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Cultura

artes visuais

- Publicada em 18 de Junho de 2023 às 21:33

De Porto Alegre para o mundo, Roger Monteiro participa de salão de arte em Liechtenstein

Artista gráfico gaúcho Roger Monteiro expõe uma de suas obras no 8º Salão de Arte Brasileira em Liechtenstein, na Europa, entre junho e julho, em importante centro cultural

Artista gráfico gaúcho Roger Monteiro expõe uma de suas obras no 8º Salão de Arte Brasileira em Liechtenstein, na Europa, entre junho e julho, em importante centro cultural


/marco freitas/divulgação/jc
O artista gráfico, escritor e roteirista Roger Monteiro foi selecionado para participar do 8º Salão de Arte Brasileira em Liechtenstein. O porto-alegrense vai expor uma obra inspirada pelo futebol em um principado de língua alemã a mais de 10 mil quilômetros de distância de sua cidade natal. Situado entre a Áustria e a Suiça, Liechtenstein é um pequeno país europeu que, apesar da distância e da ausência de representação diplomática oficial, promove este já tradicional evento para estreitar relações entre os dois países. A mostra acontece de 17 de junho a 2 de julho, no Gasometer Center, importante centro cultural local.
O artista gráfico, escritor e roteirista Roger Monteiro foi selecionado para participar do 8º Salão de Arte Brasileira em Liechtenstein. O porto-alegrense vai expor uma obra inspirada pelo futebol em um principado de língua alemã a mais de 10 mil quilômetros de distância de sua cidade natal. Situado entre a Áustria e a Suiça, Liechtenstein é um pequeno país europeu que, apesar da distância e da ausência de representação diplomática oficial, promove este já tradicional evento para estreitar relações entre os dois países. A mostra acontece de 17 de junho a 2 de julho, no Gasometer Center, importante centro cultural local.
Promovido pela Casa Brasil Liechtenstein, com curadoria de Bruno Portella e Petra Büchel, a oitava edição da mostra de artes convida os 55 artistas selecionados a apresentarem suas visões sobre o tema do futebol. Estreante na exposição, Roger Monteiro apresenta sua colagem digital intitulada The Ecstasy of Goal (O Êxtase do Gol), em referência ao icônico tema composto por Ennio Morricone para o clássico do velho-oeste The Good, the Bad and the Ugly (Três Homens em Conflito).
"Eu estava pensando em como organizar essa obra e, numa madrugada, eu fui rever esse filme", explica Monteiro. "Ele acaba com uma cena muito emblemática, com um dos três protagonistas correndo desesperadamente por um cemitério, onde ele pensa que está enterrado o ouro procurado durante a história do filme." Para marcar o frenesi e o extremo de sentimentos que marcam o filme, a emblemática canção The Ecstasy of Gold (O Êxtase do Ouro) surge durante a busca do personagem. Sendo o futebol uma jornada de fortes emoções de sujeitos correndo em campo em busca do gol — ou goal —, o trocadilho nasceu daí.
Apesar de não ter uma relação muito profunda com o esporte, Monteiro traz consigo o sentimento que permeia uma nação inteira. Mesmo que o futebol não faça parte ativamente da vida de muitos, como espectador ou praticante, ele circunda quase que diariamente o cotidiano do 'país do futebol'. "Não importa muito o tema quando a gente está tratando da emoção. A emoção é um traço comum a todas as pessoas independente dos gatilhos", comenta. Ao ser contatado pelos organizadores do evento, o artista comentou que o tema nunca esteve muito presente em suas expressões, mas o que a mostra buscava era uma diversidade de visões a respeito do esporte.
O futebol frequentemente esteve presente na família e na vida de Roger, e todos os sentimentos que eram vividos durante aqueles sempre frenéticos 90 minutos se infiltraram na sua obra. No futebol, sempre se está a um chute do fracasso ou da vitória. A tensão vira êxtase ou tristeza em poucos segundos: sempre se está na fronteira de sentimentos. "É uma composição gráfica que representa essas emoções, apesar de não ser tão literal, quanto uma bola, um campo de futebol… É uma figura abstrata, uma tentativa de expressar graficamente esse pêndulo de emoção."
Muito inspirado pelos elementos urbanos, como a fotografia e a tipografia, Roger Monteiro já trabalha com a arte não comercial há cerca de uma década. Com formação em Letras, trajetória profissional em design gráfico, Monteiro viu o artista nascer dentro de si quando entrou em contato com a obra do designer norte-americano David Carson. "O Roger artista gráfico surge do Roger designer gráfico", reflete. Trabalhando em agências de publicidade no fim dos anos 1990, o artista lidava muito com elementos como a cor, a forma e a tipografia, componentes que flertam muito com a arte e que seriam, depois, tema central de suas obras.
Totalmente digital, o trabalho de Roger tem a tipografia e as letras como peça fundamental nas composições. Depois de estudar na graduação como essas letras formam uma literatura que expressa e constrói a identidade de um povo ou tempo, o artista percebeu que essas mesmas letras também poderiam ser arte. "Muitas vezes é a partir da letra que eu formo o resto da imagem. Uma letra, antes de ser um signo que serve para transformar palavras e fazer parte da comunicação verbal, ela é um desenho. Ela é uma forma gráfica antes de ser qualquer coisa", comenta. "A tipografia é muito forte no meu trabalho, ela dá o tom pra obra."
Embora faça obras sempre digitais, Roger Monteiro tem uma predileção por exposições físicas, para conseguir visualizar como suas obras tocam as pessoas. "É muito bacana quando você consegue ver as pessoas olhando a tua obra. Ver como elas reagem, como aquilo impacta elas. Isso traz um retorno muito gratificante."