Conhecido por dirigir o longa Holocausto Canibal (1980), considerado um dos mais chocantes filmes de terror de todos os tempos, o italiano Ruggero Deodato faleceu nesta quinta-feira (29), aos 83 anos. A causa da morte não foi imediatamente revelada.
O realizador, que também atuou como roteirista e ator, começou no cinema como assistente de diretores como Roberto Rossellini e Sergio Corbucci. Seu primeiro trabalho como diretor, não creditado, foi em Ursus, Prisioneiro de Satanás (1964). Após dirigir algumas comédias e musicais, seguidos por um período na produção de comerciais para televisão, Deodato encontrou-se como diretor de filmes de terror.
Rodado na floresta amazônica, Holocausto Canibal tornou-se um dos mais infames clássicos do cinema, trazendo a história de uma expedição que buscava registrar imagens de uma tribo de canibais. O realismo e violência de suas cenas fizeram com que a obra fosse banida em muitos países, e a escolha em apresentar a história fictícia como se fosse um documentário rendeu processos criminais contra o diretor, que precisou provar que os atores e atrizes estavam vivos e não tinham sido assassinados durante as filmagens.
Após seu filme mais famoso, Deodato dirigiria filmes como Inferno ao Vivo (1984), Contagem de Cadáveres (1986) e Phantom of Death (1988). Ele é um dos principais responsáveis pelo status cult do cinema de horror italiano. Sua última obra na direção é um dos segmentos de Deathcember, lançado em 2019. Deodato esteve em Porto Alegre em 2013, durante o festival Fantaspoa, do qual foi um dos homenageados naquele ano.