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música

- Publicada em 07 de Dezembro de 2022 às 00:35

Em seu primeiro disco solo, Alexandre Kumpinski busca o reencontro pela conexão

Lançando carreira solo paralela ao Apanhador Só, Alexandre Kumpinski lança Cartilagem nesta quinta-feira, em show no Agulha

Lançando carreira solo paralela ao Apanhador Só, Alexandre Kumpinski lança Cartilagem nesta quinta-feira, em show no Agulha


/JOSEMAR AFROVULTO/DIVULGAÇÃO/JC
Andressa Pufal Leonarczik
Nome conhecido na cena alternativa da música brasileira, Alexandre Kumpinski agora alça novos voos: pega sua bagagem enquanto vocalista da banda Apanhador Só e se lança enquanto artista solo. Desde que o grupo decidiu pelo hiato em 2017, o músico continuou suas composições, que agora são compiladas em um disco que vem pra marcar a nova fase do artista.
Nome conhecido na cena alternativa da música brasileira, Alexandre Kumpinski agora alça novos voos: pega sua bagagem enquanto vocalista da banda Apanhador Só e se lança enquanto artista solo. Desde que o grupo decidiu pelo hiato em 2017, o músico continuou suas composições, que agora são compiladas em um disco que vem pra marcar a nova fase do artista.
O novo álbum, Cartilagem, será apresentado ao público em um show no Agulha (rua Conselheiro Camargo, 300) nesta quinta-feira, às 21h. Alexandre sobe ao palco junto do produtor e músico Bruno Neves para apresentar ao público o novo disco, que traz oito composições inéditas e uma versão intimista de Ando Só, de Humberto Gessinger. Trazendo um pop com toques de experimentação, as canções trazem pingos de melancolia que misturam a inovação com a familiaridade.
A cartilagem que liga a trajetória de 15 anos de banda com o futuro de um novo caminho - desta vez, verdadeiramente só - também se transforma em metáfora para uma arte que se propõe a refletir sobre a conjuntura atual e agir como ferramenta para amenizar, flexibilizar, atenuar os embates e atritos sociais que estão em alta. "A figura da cartilagem vem como algo necessário para o arrefecimento dessa situação. Ela liga as estruturas, lembrando que está tudo conectado, fazendo parte de um todo", explica Kumpinski.
Ao lado de Bruno Neves e Lorenzo Flach, Alexandre começou a produção do álbum em 2019. Mas, com o estouro da pandemia no ano seguinte, o lançamento do disco foi colocado em suspenso. O adiamento foi decidido porque a troca com o público, que não viria a acontecer por questões sanitárias, era essencial.
"Não era um bom momento pra lançar. É muito importante fazer um lançamento e poder tocar ao vivo, se conectar presencialmente com as pessoas." Enquanto o lançamento não vinha, Kumpinksi se juntou com sua companheira, Lúcia Tietboehl, e saiu em viagem pelo Brasil. Morando em uma kombi, ficaram isolados, mas em movimento. Num primeiro momento, com destinos mais desertos e afastados; com a chegada dos efeitos da vacina, puderam entrar em contato com diferentes pessoas e culturas.
"Tivemos contato com a fotografia em movimento do Brasil. Foi muito interessante e complementou de alguma forma o discurso do disco. Como se tivesse sedimentado dentro de mim as questões que já estavam colocadas ali, até me ajudando a ver que eu realmente concordava com os pontos que eu coloquei no álbum", pondera.
Em um país em que a divisão foi muito estimulada nesses últimos tempos, se faz necessária uma reflexão a respeito do que pode nos unir novamente. A cartilagem, que evita o atrito de duas durezas, que evita a rachadura, a quebra, se transforma em símbolo para algo que, além de ser uma espécie de intermediador entre duas forças, une e mantém conectadas as peças desse quebra-cabeças.
Em busca de "atmosferas mais respiráveis" para o Brasil, Kumpinski põe em prática algo que era um antigo desejo. Desde os tempos de Apanhador Só, achava que seria interessante a carreira solo, mas, como suas principais composições eram incorporadas pelo grupo, não sobrava material de qualidade para o projeto solo. O músico agora ganha espaço para se exercitar sozinho e se depara com um desafio que considera positivo: o de construir sua própria imagem fora da banda que foi sucesso por muitos anos. "Está sendo interessante essa busca por uma identidade própria", conta Alexandre. "Eu me exijo para não cair num lugar de conforto, para o meu projeto não soar muito como Apanhador Só. Gostaria que soasse diferente, mas, ao mesmo tempo, eu não acho que seria interessante fugir da minha essência".
Sempre buscando compor músicas que não reprisem caminhos que ele já andou, Kumpinski, na verdade, faz os seus caminhos pretendendo chegar no mesmo lugar sempre: a conexão com as pessoas. Necessidade vital para qualquer artista, o público é o objetivo final das canções de Alexandre, fazendo das músicas, uma extensão de si mesmo. "Quando as pessoas ouvem, se identificam e se emocionam, e quando as minhas músicas passam a fazer parte da vida das pessoas, aí se completa o ciclo e o meu trabalho passa a fazer sentido real no mundo. Essa é a minha vontade."
 
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