Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Música

- Publicada em 02 de Dezembro de 2022 às 00:00

Pata de Elefante completa 20 anos e faz show de novo álbum

O quinto álbum do grupo chega pela gravadora Worldhaus Music

O quinto álbum do grupo chega pela gravadora Worldhaus Music


RAUL KREBS/DIVULGAÇÃO/JC
Adriana Lampert
Celebrada por ter jogado luz sobre a cena de rock instrumental do Rio Grande do Sul, a banda Pata de Elefante comemora 20 anos de existência e faz show de lançamento de seu novo disco nesta quinta-feira, às 21h, no Bar Ocidente (avenida Osvaldo Aranha, 960). Ingressos, entre R$ 25,00 e R$ 50,00, podem ser adquiridos pelo Sympla. Intitulado Novas Aventuras, o quinto álbum do grupo chega pela gravadora Worldhaus Music e estará disponível em todas as plataformas de streaming digital a partir desta segunda-feira.
Celebrada por ter jogado luz sobre a cena de rock instrumental do Rio Grande do Sul, a banda Pata de Elefante comemora 20 anos de existência e faz show de lançamento de seu novo disco nesta quinta-feira, às 21h, no Bar Ocidente (avenida Osvaldo Aranha, 960). Ingressos, entre R$ 25,00 e R$ 50,00, podem ser adquiridos pelo Sympla. Intitulado Novas Aventuras, o quinto álbum do grupo chega pela gravadora Worldhaus Music e estará disponível em todas as plataformas de streaming digital a partir desta segunda-feira.
No show de quinta-feira, o power trio formado por Gabriel Guedes (guitarra e baixo), Daniel Mossmann (baixo e guitarra) e Reynaldo Migliavacca Neto (bateria) também dá início a uma nova fase, após o longo período de isolamento por conta da pandemia de Covid-19. "Já estávamos fazendo alguns shows no decorrer de 2022, apesar de ter sido um ano bem parado para a gente, a ponto de algumas pessoas acharem que a banda tinha acabado. Agora, a ideia é voltar para o circuito de festivais e outros eventos que rolarem pelo País", comenta Guedes. 
Outra marca da nova fase é a presença de Migliavacca Neto, figura conhecida do rock gaúcho que passou uma temporada na Inglaterra, onde tocou na banda de Charly Coombes. Desde que retornou a Porto Alegre, ele assumiu definitivamente as baquetas da banda. O novo integrante do grupo substitui o compositor Gustavo Telles, que esteve com a Pata de Elefante desde sua fundação, em 2002, até o final de 2017. "No início, a banda não tinha nome e a gente se apresentava de improviso, sem repertório, nas festas das 'Catacumbas' do CEUE" - promovidas, na época, pelo Centro de Estudantes Universitários de Engenharia da Ufrgs. "Depois de um ano e meio, nos demos conta que era hora de colocar um nome na banda e fazer músicas próprias", recorda o guitarrista. Desde sempre, o grupo toca rock instrumental. 
Esse foi um dos grandes diferenciais da Pata de Elefante, uma das primeiras bandas a romper o nicho da música instrumental e levá-lo para o mainstream local. Após gravar o primeiro álbum (Pata de Elefante, 2004) pelo selo Monstro Discos, de Goiânia, o grupo começou a participar dos principais festivais de música do país e seu segundo disco, Um Olho no Fósforo, Outro na Fagulha saiu em formato de CD no ano de 2007. Em 2010, o terceiro álbum, Na Cidade, foi gravado pelo selo Trama, que fomentou a cena musical independente e o lançamento de talentos que conferiram nova cara à MPB pós tropicália, tais como Otto, Max de Castro, O Teatro Mágico e Cansei de Ser Sexy, entre outros. 
No cenário nacional, a ascensão da Pata de Elefante aconteceu simultaneamente à de outras bandas do gênero, como a Macaco Bong (Cuiabá) e a Retrofoguetes (Salvador). Em março de 2013, Gustavo Telles oficializou o término da banda pelas redes sociais, mas o grupo ainda gravou o disco independente Julio Rizzo e Pata de Elefante em 2014 e, após cerca de dois anos de recesso, a banda retomou suas atividades. Telles acabou saindo do grupo e foi então que, a partir de 2018, Migliavacca Neto e Pedro Petracco assumiram a bateria, de forma alternada, até o meio do primeiro semestre de 2022. "O Petracco é um cara polivalente, que toca muito", elogia Guedes. "E o Reinaldo (Migliavacca) é um 'mosntro' no instrumento, é especialista em bateria", emenda. 
Segundo Guedes, a chegada de Migliavacca muda a "pegada" sonora da banda. "É bem diferente, dá para perceber neste novo disco." O guitarrista destaca que Novas Aventuras é um álbum que começou a ser gravado ainda em 2018, e estava para ser mixado quando veio a pandemia. O novo disco, de cerca de 45 minutos, é feito de dez temas que desenham cenas e histórias na cabeça de quem ouve. "É extremamente visual, bem de trilha sonora de filme", afirma Guedes. "Dá para dizer que é diferente dos outros, não de forma radical, mas a sonoridade está mais definida, os timbres dos instrumentos estão mais fortes (antes eram mais comportados, no estilo rock clássico) e a gente traz um estranhamento com uns sons de guitarra 'sujos', que incomodam - no bom sentido, eu espero (risos)".
A faixa que inicia o álbum, As novas aventuras, é um surf music carregado de fuzz (efeito de guitarra que se ouve bastante no álbum) e com bateria pulsante. Já de cara apresenta as credenciais da banda, com temas melódicos e marcantes, cheios de energia e que embalam uma festa. Plano tem uma levada de bateria meio John Bonham e e um tema western com um órgão Hammond ao fundo. A viagem segue com Oh My, num clima lisérgico dos anos 1960, que remete a Kinks, mas lembra os modernos Allah-Las.
Crime é quase um bolero dramático, e poderia ser trilha de qualquer filme de Quentin Tarantino; Na Orla é um tema com melodia e esperança impressas na guitarra; Festa do Rochinha é inspirado na soul music americana clássica; Goofy Footer é um surf music/calypso direto dos anos 1960 e Luz Vermelha é uma balada mexicana, com cordas e uma guitarra western carregada de drama e emoção, que lembra um mistura de John Charles Fiddy com Ennio Morricone.
O disco segue para seu encerramento na onda calypso/cumbia/surf music com Quarto Distrito e seu tema "cantado" em um dueto guitarra/órgão. O final de Novas Aventuras reserva uma explosão vulcânica em Krakatoa. Sobre as temáticas das músicas, Guedes destaca que o grupo compõe "movido pelo som". "É um processo animal, totalmente instintivo. A proposta não é dizer coisas, apesar dos títulos (que são somente pistas), deixamos em aberto para que as pessoas escutem e criem suas próprias histórias." No repertório do show que também comemora o aniversário da banda, dentre as cerca de 20 músicas ainda estão sucessos antigos como Marta, Soltaram! e Um olho no fósforo, outro na fagulha, além de algumas surpresas. 
Às vésperas da comemoração, o guitarrista celebra o reencontro com o público no Ocidente. "Tocar ali é sempre bom demais: é nossa casa na cidade, e onde comemoramos nosso aniversário quase todos os anos, com raríssimas exceções". Guedes pondera que, apesar da longa data da relação com o Ocidente, esta é a primeira vez que um show acontece no mesmo dia de lançamento oficial de um disco do grupo. "Dá um friozinho na barriga um pouco diferente", declara. 
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO