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Artes Visuais

- Publicada em 23 de Novembro de 2022 às 20:37

As mulheres e os campos icônicos de Erico Santos em exposição na Galeria Bublitz

Artista expõe pinturas e esculturas inéditas na mostra itinerante 'As Camponesas', que percorrerá quatro cidades, além da Capital gaúcha

Artista expõe pinturas e esculturas inéditas na mostra itinerante 'As Camponesas', que percorrerá quatro cidades, além da Capital gaúcha


ISABELLE RIEGER/JC
Adriana Lampert
O artista visual Erico Santos terá sua mostra As Camponesas circulando por quatro cidades, além da Capital gaúcha, onde, desde sábado (19), está em cartaz na Bublitz Galeria de Arte (Av. Neusa Goulart Brizola, 143, bairro Petrópolis). Ao todo, são 31 obras, sendo a maioria inédita. Ali, a visitação pode ser feita de segundas às sextas-feiras, das 10h às 18h, e aos sábados, das 10h às 13h, até o dia 17 de dezembro. 
O artista visual Erico Santos terá sua mostra As Camponesas circulando por quatro cidades, além da Capital gaúcha, onde, desde sábado (19), está em cartaz na Bublitz Galeria de Arte (Av. Neusa Goulart Brizola, 143, bairro Petrópolis). Ao todo, são 31 obras, sendo a maioria inédita. Ali, a visitação pode ser feita de segundas às sextas-feiras, das 10h às 18h, e aos sábados, das 10h às 13h, até o dia 17 de dezembro. 
Em janeiro, a mostra segue para o interior, passando pelos municípios de Bagé, Santa Cruz do Sul e Caxias do Sul, e depois cumpre temporada em Atlântida, no Litoral Norte. Os icônicos campos e as mulheres presentes nas obras do artista gaúcho são apresentados na forma de 26 pinturas e cinco esculturas, sendo a maioria dos trabalhos inéditos.
"Foram três meses de dedicação nesta mostra", conta Santos, que está expondo individualmente a convite da Bublitz Galeria. "Foi um trabalho intenso (para produzir 20 telas), mas valeu a pena: a equipe da Bublitz escolheu molduras muito adequadas, e eu gostei muito. Acho que esta é uma das melhores exposições que fiz na vida, eles organizaram muito bem", avalia.
Aos 70 anos de idade, Erico Santos soma 48 anos de trajetória na pintura e já realizou 300 exposições coletivas e 40 individuais entre as que ocorreram no Brasil e no Exterior, principalmente na Itália. "A ideia de uma mostra itinerante partiu do marchand Nicholas Bublitz. Muitas vezes os eventos artísticos acabam acontecendo só na Capital, e quem gosta de arte tem que viajar até Porto Alegre", avalia o pintor, que também é desenhista, gravador, escultor e escritor.                 
Conhecido por homenagear, desde sempre, as mulheres (principalmente as do campo) em suas pinturas, Santos dá a estas personagens uma forma e identidade própria, muitas vezes copiada por outros artistas. "Me sinto honrado quando citam meu nome nestas ocasiões e, por outro lado, fico chateado quando reproduzem minhas mulheres, sem fazer referência à autoria, uma vez que as características delas saíram do meu processo criativo", comenta o pintor.
Ele destaca que o mote de sua pintura é social, e que a homenagem às mulheres do campo vem de sua admiração por elas: "vejo nelas pessoas de muita força, porque cuidam dos filhos e da casa e ainda pegam pesado com o marido na roça." Nesta nova mostra, o pintor e escultor apresenta 25 obras inéditas. A maioria são pinturas que trazem, além das mulheres, os inconfundíveis campos, as cores e as colheitas que também configuram sua identidade como artista.
Produzido ao longo da pandemia, o trabalho de Santos apresenta, pela primeira vez, também esculturas produzidas em bronze e vidro. Em uma delas foi esculpida a tradicional camponesa, em outra, um menino e sua pandorga. Ambas ganharam, ainda, versões na forma de pinturas com as cores tradicionais do artista. Outra novidade apresentada na exposição é o lançamento de uma série com quatro gravuras inéditas, serigrafias originais, numeradas e assinadas por Santos, produzidas na editora Arteprints, de São Paulo, a mesma que imprime as obras de grandes nomes da arte como Aldemir Martins e Carybé.
"A pintura de Erico Santos é uma sinfonia de amarelos, cádmios, ocres, terras de siena, de quentíssimo colorido. Sua essencial pincelada gestual, em espontâneo namoro com a temática, se completa no hino vital. Campos, jardins, primavera em mapa humanístico", observou o célebre Danúbio Gonçalves, em 2002, em uma análise que permanece atual.
Ao reforçar que suas obras são resultado de um "olhar para dentro", Santos comenta que, ainda assim, sempre se sentiu inspirado pelos contrastes de luzes e movimentos do pintor e gravador holandês Rembrandt. "Na minha visão, ele foi quase um cinegrafista, pois pegava o flagrante de uma cena em movimento e congelava. Além disso, suas luzes sempre me inspiraram." Na lista de referências que marcaram sua carreira autodidata, Santos ainda cita o pintor realista Jean-François Millet e o impressionista Oscar-Claude Monet.
"Esses mestres e alguns professores de arte com quem tive contato em Santa Maria, por intercessão de uma prima minha (Vera), que já faleceu, me inspiraram, além das muitas enciclopédias de arte que acessei nos tempos de juventude", comenta Santos. O artista gaúcho comenta que também chegou a lecionar pintura: "Eu tinha alunas que vinham com obras que eram reproduções das minhas mulheres, então eu sempre dizia para esquecerem a forma e o tema, e trabalharem com a cor. Saber trabalhar com a cor e a atmosfera ambiental, focando na perspectiva cromática, inicialmente com pinturas abstratas, é um caminho para o trabalho autoral."
Sobre a Galeria Bublitz, Santos revela que esta é sua sexta mostra individual no espaço. "Também participei, desde 1999, de outras seis coletivas no mesmo local." Nascido em Cacequi, no interior do Estado, Santos se formou em direito na UFSM, mas sua paixão foi sempre o desenho e arte. Do desenho publicitário da década de 1970 até hoje, o premiado artista já mostrou sua obra para além do solo nacional, em países como Argentina, México, Estados Unidos, Espanha, França, Itália e Inglaterra. Só neste ano, foram três exposições na Itália: Gênova, Reggio Calabria e Turim, onde recebeu um Atestado de Mérito na mostra Maestri Reali.
 
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