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música

- Publicada em 31 de Outubro de 2022 às 19:21

Da internet aos palcos: a trajetória de Kamaitachi, que usa a música para contar histórias

Usando a música para contar histórias sombrias, jovem artista Kamaitachi chega a Porto Alegre para apresentação no Bar Opinião

Usando a música para contar histórias sombrias, jovem artista Kamaitachi chega a Porto Alegre para apresentação no Bar Opinião


/Stéfano Loscalzo/Divulgação/JC
Andressa Pufal Leonarczik
A noite é sempre mais escura antes do amanhecer. E as noites do Rio de Janeiro eram especialmente escuras para Rafael Gonçalves, cantor, compositor e produtor da Zona Oeste carioca, mais conhecido pelo codinome Kamaitachi. Agora, os raios de luz do seu amanhecer aparecem na forma de reconhecimento ao seu trabalho: o músico acumula milhões de visualizações em seus clipes e de streamings em suas músicas nas plataformas digitais, além de milhares de fãs.
A noite é sempre mais escura antes do amanhecer. E as noites do Rio de Janeiro eram especialmente escuras para Rafael Gonçalves, cantor, compositor e produtor da Zona Oeste carioca, mais conhecido pelo codinome Kamaitachi. Agora, os raios de luz do seu amanhecer aparecem na forma de reconhecimento ao seu trabalho: o músico acumula milhões de visualizações em seus clipes e de streamings em suas músicas nas plataformas digitais, além de milhares de fãs.
'Kamaitachi' faz referência a uma entidade japonesa que representa 'o corte causado pelo vento frio' e foi a metáfora escolhida pelo jovem cantor de 23 anos para representar o que ele deseja que sua arte seja na vida das pessoas: algo com um impacto sutil, mas duradouro. "Eu passo com o vento e depois as pessoas percebem o corte. E eu não quero que seja um corte de curto período, eu quero que esse corte permaneça por um longo tempo, ganhando grandes proporções, mesmo que, de início, pareça algo pequeno."
Os porto-alegrenses terão a oportunidade de ter contato com a arte afiada de Kaimatachi no próximo domingo (6), às 20h, em apresentação no Opinião (rua José do Patrocínio, 834). Ingressos, entre R$ 90,00 e R$ 120,00, estão disponíveis na plataforma Sympla. 
Com músicas que abordam temáticas obscuras, sombrias e até mesmo aterrorizantes, o compositor começou a dar forma à sua arte aos 12 anos, quando já compunha algumas músicas, além de escrever alguns livretos. Aos 15 anos, começou a se interessar de forma mais profunda por música e numa noite, enquanto sonhava, diz ter recebido uma espécie de revelação. "Estava dormindo e me veio um sinal, dizendo que eu precisava cumprir uma espécie de propósito, e esse propósito envolvia contar histórias", explica. Depois disso, resolveu trocar as noites de sonhos para torná-los realidade.
Se aproveitando da escuridão das madrugadas, do silêncio de estar sozinho enquanto os outros dormem, Kamaitachi começou a produzir, compor, cantar e gravar suas músicas. Depois, como uma espécie de diário, passou a publicá-las no YouTube, sem a intenção de atrair ouvintes. Fazendo do seu celular — "fraquinho", como o descreve — o seu microfone e transformando a internet em seu palco.
O escuro da noite é tão intenso que transborda para as composições do artista. Acompanhando o músico desde os primeiros lançamentos em 2017, a temática do terror é marcante e se faz presente em muitas das suas músicas. No seu primeiro álbum, Homem Torto (2017), pelo menos metade das canções carregam uma atmosfera mais obscura, assim como nos singles lançados em seguida, com destaque para Bicho Papão, O Treco e Johnny Boy.
Mas nem tudo são trevas: Kamaitachi busca uma variedade de histórias, inclusive tendo em seu repertório um considerável número de canções de amor. A contação de histórias também é algo muito valorizado pelo artista, que se considera um "diretor de música". As estruturas das canções, com início, meio e fim, refletem o sonho que o artista tinha, aos 12 anos, de ser escritor. Sobre os comentários duros que por vezes recebe a respeito do teor da sua obra, Kamaitachi brinca: "se nem Jesus agradou todo mundo, quem sou eu?" E completa: "faço música pra mim, pras pessoas que gostam, e as que não gostam, tudo bem. Mas gostaria que essas pessoas pudessem ouvir as minhas músicas de uma forma mais teatral. Quero que elas entendam que eu sou um contador de histórias. O que eu faço fala de ficção, mas também sobre a realidade", diz. Na visão do artista, não podemos fechar os olhos para o há em meio às sombras, mesmo que seja doloroso de ver.
O sol do amanhecer da sua carreira brilha mais forte agora, na medida em que troca o palco da internet pelos degraus dos palcos em todo o Brasil. Em sua primeira turnê, Kamaitachi percorre 11 cidades para apresentar ao público sua obra carregada de madrugada, em uma excêntrica e expressiva mistura de rock, rap e pop. Para os fãs de Porto Alegre, o músico promete um espetáculo eletrizante. "Vamos trabalhar bastante com as luzes, com telão, vai ter um aspecto bem teatral para criar a atmosfera das músicas. E vai ser um show bem quente, a galera vai pular bastante e curtir muito."
 
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