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- Publicada em 18 de Julho de 2022 às 12:15

Comunidade cultural se mobiliza em busca de assistência ao poeta Luiz de Miranda

Aos 77 anos, escritor está internado na UTI, por conta do agravamento de seu estado de saúde

Aos 77 anos, escritor está internado na UTI, por conta do agravamento de seu estado de saúde


FACEBOOK/DIVULGAÇÃO/JC
Adriana Lampert
A comunidade cultural, formada por admiradores, colegas da área literária e amigos do poeta Luiz de Miranda, de 77 anos, tem se mobilizado para buscar assistência ao escritor. Atualmente, ele se encontra internado no Hospital São Lucas da Pucrs, recebendo auxílio mecânico para respirar e permanece sedado. O escritor foi encaminhado para a instituição no último dia 11, para realizar uma bateria de exames. Por conta do agravamento de seu estado de saúde, foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva durante o final de semana.
A comunidade cultural, formada por admiradores, colegas da área literária e amigos do poeta Luiz de Miranda, de 77 anos, tem se mobilizado para buscar assistência ao escritor. Atualmente, ele se encontra internado no Hospital São Lucas da Pucrs, recebendo auxílio mecânico para respirar e permanece sedado. O escritor foi encaminhado para a instituição no último dia 11, para realizar uma bateria de exames. Por conta do agravamento de seu estado de saúde, foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva durante o final de semana.
Diabético, hipertenso e com problema cardíacos, Miranda também vem apresentando episódios de confusão mental. Há cerca de três semanas, ele foi encontrado desorientado, andando pelo Centro de Porto Alegre, pelo músico Fabiano Rodrigues e pelo escritor Jorge Peixoto, que o levaram para seu apartamento alugado na rua Siqueira Campos. "O local estava em situação precária, e os dois inclusive limparam o espaço", conta o escritor e médico José Eduardo Degrazia.
Ele também levou Miranda para casa no último dia 9, um sábado, quando comerciantes da Galeria Sete de Setembro, também no Centro de Porto Alegre, lhe avisaram que o poeta estava desorientado no local. "Ali eu percebi que ele estava mesmo vivendo de forma muito fragilizada, inclusive dormindo em um colchão no chão", observa Degrazia. "Não quero dar diagnóstico, mas ele precisa de ajuda mais consistente, pois não consegue mais caminhar na rua: ele quase cai e sente falta de ar, além de ficar desorientado."
O escritor acredita que não bastam as colaborações individuais de pessoas que têm buscado assessorar o poeta, pois as mesmas acabam se esgotando em algum momento. "É um aspecto legal e burocrático, uma vez que necessita de laudo de assistentes sociais, para que, com o apoio do poder público, possa ser internado em uma clínica", sugere Degrazia.
Antes de alugar o atual apartamento em Porto Alegre, o poeta esteve internado em uma clínica para idosos em Uruguaiana, sua cidade natal. "Ele não tem mais condições de morar sozinho", explica a aposentada Glaucia Blanco de Miranda, esposa de um primo em segundo grau do escritor, Paulo Cesar Fanti de Miranda. "Ele já fez uma cirurgia para o coração e precisa tomar remédios, mas acaba não administrando direito, pois tem estado mentalmente confuso", comenta Glaucia. "Nós temos tentado ajudar ele nos últimos quatro anos, mas moramos em Nova Hartz e agora meu marido teve a perna amputada, por conta da Covid-19. Ficou difícil prestarmos assistência."
No último dia 10, Miranda foi novamente encontrado caminhando desorientado, desta vez na rua Uruguai, no Centro Histórico. Dali, ele foi levado para a Unidade Básica de Saúde Bom Jesus, sendo transferido, no dia seguinte, para o Hospital São Lucas da Pucrs. "Pensamos em encaminhar o caso ao Ministério Público, para conseguir uma internação para ele. Mas antes temos de esperar sair o resultado dos exames, para definir o que fazer", afirma Gláucia.
Solteiro, sem filhos nem parentes mais próximos, além de Glaucia e o marido, o poeta passou por uma série de internações em hospitais de Porto Alegre antes de ser levado para Uruguaiana, onde tem uma outra prima. Segundo Glaucia, ele permaneceu apenas alguns meses em um lar para idosos, mas acabou deixando o local para voltar para Porto Alegre. "Estamos pedindo ajuda, porque dávamos uma assistência esporádica - todo mês a gente ia lá -, mas ele não quer morar com ninguém e não quer cuidador."
Somando 33 livros publicados e reconhecimentos como o Prêmio de Poesia 2001, concedido pela Academia Brasileira de Letras, por Trilogia do Azul, do Mar, da Madrugada e da Ventania (2000), Miranda dispõe de poucos recursos financeiros para pagar uma clínica, segundo amigos e familiares - apesar de ser um renomado autor e detentor da obra poética mais extensa do mundo, com 3.432 páginas contabilizadas.
Uma amiga, a atriz e produtora Clara Clarice Almeida, afirma que falou com funcionários da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), e que os mesmos teriam dito que "há um tempo atrás já haviam tentado" encaminhar o poeta para o Asilo Padre Cacique.
Procurado por um grupo que tenta ajudar o escritor, o secretário municipal de Cultura, Gunter Axt foi quem acionou a Samu, para levar o poeta para uma Unidade de Saúde.
"Agora, ele está sendo assessorado por uma equipe de assistentes sociais da Prefeitura, que irá fazer o diagnóstico, para que possam se estabelecer estratégias de ação da prefeitura neste caso", afirma o titular da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre (SMC). "Também estamos, junto com a Coordenação de Literatura e Humanidades da SMC, estudando como poderemos ajudá-lo de forma mais efetiva."
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