Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

MÚSICA

- Publicada em 06 de Abril de 2022 às 20:24

As fronteiras fluidas entre a música e a poesia no novo trabalho de Vitor Ramil

Vitor Ramil lança nesta quinta-feira (7) o álbum 'Avenida Angélica', dedicado à poesia de Angélica Freitas

Vitor Ramil lança nesta quinta-feira (7) o álbum 'Avenida Angélica', dedicado à poesia de Angélica Freitas


MARCELO SOARES/DIVULGAÇÃO/JC
Lara Moeller Nunes
Luzes baixas, cenário simples, telão com vídeos, voz e violão. Era assim que estava o palco do Theatro Sete de Abril - o terceiro mais antigo do Brasil - em Pelotas no dia em que Vitor Ramil gravou as canções do álbum Avenida Angélica, com lançamento marcado para esta quinta-feira no YouTube (com a gravação do show ao vivo) e nas demais plataformas digitais de áudio. A obra, com 17 músicas interpretadas por ele, é inteiramente dedicada à poesia de Angélica Freitas publicada nos livros Rilke Shake e Um útero é do tamanho de um punho.
Luzes baixas, cenário simples, telão com vídeos, voz e violão. Era assim que estava o palco do Theatro Sete de Abril - o terceiro mais antigo do Brasil - em Pelotas no dia em que Vitor Ramil gravou as canções do álbum Avenida Angélica, com lançamento marcado para esta quinta-feira no YouTube (com a gravação do show ao vivo) e nas demais plataformas digitais de áudio. A obra, com 17 músicas interpretadas por ele, é inteiramente dedicada à poesia de Angélica Freitas publicada nos livros Rilke Shake e Um útero é do tamanho de um punho.
Selecionado pelo edital Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura do Rio Grande do Sul (Pró-Cultura), o disco acústico viaja por diferentes ritmos, harmonias, acordes e temáticas ao longo de um extenso repertório poético. Entre as faixas que integram a produção, gêneros como blues rural e samba ganham destaque, respectivamente, nas canções Cosmic Coswig Mississipi e Mulher de malandro.
"Fui desafiado em muitos momentos ao longo do processo e foi uma super experiência passar por todos esses estilos. Angélica é muito aberta em relação ao seu texto. Não é possessiva no sentido de não deixar mexer em nada nem fazer pequenas alterações. Em determinados momentos, sentimos a necessidade de mudar certas palavras ou alterar a estrutura de algumas frases, e ela foi muito tranquila em relação a isso. Tive muita liberdade e construímos uma parceria muito boa", conta Ramil.
Conterrâneos pelotenses, Ramil conheceu o trabalho da autora através de um editor comum em São Paulo e automaticamente se encantou pelos versos. "Fiquei surpreso por não ter conhecido ela até então, mas, assim que comecei a ler a sua obra, já me fisguei por completo. Me pareceu extremamente musical e identifiquei um poder muito grande de comunicação na escrita, que é extremamente sensível e delicada." A primeira releitura ritmada, intitulada Vida aérea, tomou forma pouco tempo depois do primeiro contato com o texto, quando o músico já havia retornado para sua cidade natal. Na sequência, aos poucos, deram continuidade ao projeto conjunto.
"Ela fez com que eu mergulhasse em um universo poético que, até então, estava fora da minha curva. Ela fala muito sobre o feminino e sobre realidades que não me pertencem. Isso me deixou fascinado, pois tudo é colocado de uma forma muito real e concreta, criando uma falsa superficialidade que, depois de um tempo, faz com que tu te aprofundes no assunto. Ela tem uma coloquialidade que, quando tu menos espera, te arrasta para dentro do poema", reflete.
Idealizado inicialmente para ser gravado com banda de fundo, o disco tomou um formato mais intimista depois de Ramil realizar uma apresentação apenas em voz e violão com as faixas do repertório. A pandemia, que chegou logo depois, também colaborou com a redução da equipe no momento das filmagens. No palco, além do músico acompanhado de seu fiel instrumento, poucos elementos entraram em cena para compor a atmosfera do local.
A ocasião também marcou a primeira vez em que Ramil gravou um trabalho em Pelotas. A última música da setlist, Rilke Shake, é acompanhada do som dos sinos da Catedral Metropolitana da cidade. "Fazer isso em casa foi muito simbólico. É um teatro que vou desde criança e sei que muitas pessoas importantes já passaram por ali. Ele estava fechado há muitos anos, então me senti extremamente bem por conseguir levar uma energia bacana para dentro deste espaço antes de retomarem oficialmente com as atividades - além de, claro, absorver todo o aspecto histórico que ele carrega."
Sobre o lançamento do disco, o músico comenta que pretende promover, alguns dias depois, uma versão física do produto em um formato gráfico alternativo (retangular), com as fotografias do show e as letras dos poemas na íntegra. O objetivo é documentar de maneira consistente a parte visual, musical e poética que compõem o projeto.
Na quinta-feira, dia em que o álbum será liberado, acontece também um bate-papo com Vitor Ramil e Angélica Freitas sobre música, poesia e processos de criação. A conversa será transmitida ao vivo pelo canal de YouTube Satolep Music.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO