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- Publicada em 14 de Março de 2022 às 17:46

Mostra reúne desenhos e outras artes de Plato Divorak no Museu do Trabalho

Abertura da mostra ocorre no dia 19 de março, (sábado) às 18h

Abertura da mostra ocorre no dia 19 de março, (sábado) às 18h


Zênite Rock / Divulgação/JC
Conhecido por sua trajetória na cena independente do rock gaúcho, o multiartista Plato Divorak fará sua primeira exposição de arte visual, a partir do próximo dia 19 de março (sábado), às 18h, no Museu do Trabalho (Rua dos Andradas, 230 - Centro Histórico). 
Conhecido por sua trajetória na cena independente do rock gaúcho, o multiartista Plato Divorak fará sua primeira exposição de arte visual, a partir do próximo dia 19 de março (sábado), às 18h, no Museu do Trabalho (Rua dos Andradas, 230 - Centro Histórico). 
Intitulada Zênite Rock - A Psicodelay de Plato Divorak, a mostra documental e artística de uma das figuras mais lendárias da cena cultural da cidade reúne originais de desenhos, colagens, pinturas, convites, HQs, artes de discos e fitas k7, cartazes e zines, cartas íntimas e bilhetes enviados pelo artista aos seus colaboradores e afetos.
Em meio ao material de rock e pop arte, criado no decorrer de 35 anos de carreira musical do artista, há dois desenhos feitos por ele durante a infância, que destoam dos demais: um deles revela o mapa do Brasil, com cada estado representado por um animal relativo à região, a exemplo da jaguatirica no Rio Grande do Sul.
"Eu tinha 10 anos de idade, e era uma espécie de geniozinho artístico da escola", brinca Divorak. "Eu sempre quis me tornar um pintor de verdade. No fim, acabei indo para a música", emenda. 
Mas como a criatividade é "borbulhante", o artista não deixou de extravasar seu desejo assinando as artes de 90% dos materiais de divulgação de seus 1.018 shows realizados, muitos destes ao lado de parceiros de longa data, como Frank Jorge. Por sinal, a dupla, que há 25 anos mantém vivo o projeto Frank & Plato, vai lançar até o final de 2022 seu primeiro CD oficial, Futuristas Antiquados ou, todavia, Crocantismo, pelo selo Discos Além, do jornalista e produtor Pedro Brandt. "Serão cerca de 20 músicas, com pitadas de psicodelia, folk, jovem guarda..de tudo um pouco", adianta Divorak.
Canceriano, batizado com o nome de Paulo Alexandre Paixão de Oliveira, Plato Divorak nasceu em 1966, na cidade de Santa Rosa, e mudou-se com a família para a Capital no início dos anos 1970. Figura fundamental do rock porto-alegrense, com uma trajetória iniciada em 1987, atualmente o músico trilha sua carreira artística com a banda Plato Divorak & Os Exciters, além de manter em paralelo o projeto Frank & Plato. Suas incursões solo acompanham bandas afiadíssimas, como Os Analógicos e Os Exciters, e sua contribuição para a produção cultural da cidade, com a Krakatoa Records e o Montehey Popstock Festival, seguem sendo marcos da história underground da Capital gaúcha.
Desde os anos 80, o artista integrou grupos como Lovecraft - que chegou a ser chamado na imprensa de Mutantes dos Pampas -, Peré Lachaise, e Momento 68, entre outros. 

Público vai se deparar com um "universo psicodélico", afirma curadora

Serão expostos mais de 50 itens, selecionados a partir da curadoria de Joana Alencastro

Serão expostos mais de 50 itens, selecionados a partir da curadoria de Joana Alencastro


JOANA ALENCASTRO/DIVULGAÇÃO/JC
A ideia da exposição no Museu do Trabalho surgiu através do olhar da curadora Joana Alencastro, que assina também a produção do evento, ao lado de Juliana Costa. "Fizemos uma pesquisa extensa e encontramos um vasto material que estava com ele, mas que também foi buscado junto a diversas pessoas que guardavam cartas, desenhos, poemas e outros escritos enviados por Plato no decorrer dos últimos anos", resume Joana. Segundo ela, foram selecionados cerca de 50 itens. O evento também abre a temporada de exposições de 2022 no Museu do Trabalho, local tradicional em Porto Alegre, por apresentar nomes das artes visuais da cidade, além de novidades, tendências e muito da produção contemporânea da Capital.
Destacando a "caligrafia muito única" de Divorak, a curadora adianta que o público vai se deparar com um universo psicodélico, que reflete na sonoridade e identidade musical do artista. "O Plato é um cara super produtivo, com uma trajetória brilhante. As pessoas conhecem e adoram ele. Além disso, esse material mostrar todo o corre que é feito para viver no circuito cultural independente e underground", resume Joana.
Sobre os escritos que serão expostos, a curadora afirma que "essa maneira de se comunicar, de forma analógica, com bilhetes, cartas, letras de música, que Plato mantém até hoje, tem a ver com a vertente psicodélica da sua produção artística". Ela destaca que, em meio às artes de capas de discos e CDs executadas no esquema do it yourself, "foram encontrados alguns tesouros".
"São coisas primitivas, e passam por imagens de cogumelinhos e pequenas explosões, que foram feitas com lápis sete cores, hidrocor grosso, caneta bic, colagem com purpurina...", pondera Divorak. Entre as suas influências para desenhar, ele cita o universo de outros artistas, como Antonio Peticov, Jean-Michel Basquiat, Arnaldo Batista e Charles Bukowski, além do "lado mais primitivo" dos surrealistas. "É algo que eu curtia muito nos anos 1980. Mas não fica só nisso: é somatório, um turbilhão de coisas e pessoas."
No ambiente da mostra, também será reproduzido do vídeo Imaginasom, um compilado de imagens de vários shows realizados pelo artista desde meados dos anos 1980, além dos clips Freak Out Smile e Just a Best. Essa foi a forma que a curadoria encontrou de mostrar, além do trabalho gráfico feito por Divorak por mais de três décadas, assim também um pouco do artista atuando na cena musical.
Para quem quiser conferir ou rever sua performance ao vivo, na data de abertura da exposição sobre sua trajetória, haverá ainda uma intervenção musical do artista e convidados no espaço destinado à mostra no Museu do Trabalho. Ao afirmar que ficou "muito feliz" com o convite para a realização da mostra, Divorak define melhor o sentimento: "É uma espécie de plenitude, algo que me preenche".
Aberta à visitação (de terça a sábado, das 13h30min às 18h30min e aos domingos e feriados, das 14h às 18h30min) até o dia 1º de maio, a exposição também marca a abertura da programação de 2022 no Museu do Trabalho.