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Publicada em 12 de Abril de 2024 às 10:50

Atenção no Seguro: O impacto do roubo de cargas

Marcos Siqueira: "A tecnologia é uma aliada no gerenciamento de riscos"

Marcos Siqueira: "A tecnologia é uma aliada no gerenciamento de riscos"

Divulgação FenSeg/JC
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Nos últimos cinco anos, o mercado segurador pagou mais de R$ 2 bilhões em indenizações por cargas roubadas no Brasil. Levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras apontou que o valor de R$ 477,2 milhões pagos pelo Seguro de Responsabilidade Civil de Desvio de Carga em 2023 supera em55% o total de 2019, quando cerca de R$ 307,9 milhões foram desembolsados. Este tema será abordado nesta entrevista com o vice-presidente da comissão de transportes da Federação Nacional de Seguros Gerais, Marcos Siqueira.
Nos últimos cinco anos, o mercado segurador pagou mais de R$ 2 bilhões em indenizações por cargas roubadas no Brasil. Levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras apontou que o valor de R$ 477,2 milhões pagos pelo Seguro de Responsabilidade Civil de Desvio de Carga em 2023 supera em
55% o total de 2019, quando cerca de R$ 307,9 milhões foram desembolsados. Este tema será abordado nesta entrevista com o vice-presidente da comissão de transportes da Federação Nacional de Seguros Gerais, Marcos Siqueira.
- Quais as coberturas que estão previstas no seguro desvio de carga?
A principal cobertura é o roubo de carga. Esse produto é destinado aos transportadores rodoviários de cargas. É necessário declarar quais são as mercadorias que serão transportadas antes do início da viagem. O profissional deve estar registrado na Agência Nacional de Transportes Terrestres. Atualmente, 98% do mercado transportador é constituído por pessoas jurídicas.

- Por que chegamos ao número expressivo de mais de R$ 2 bilhões em indenizações por cargas roubadas no Brasil? O que está por trás desta marca? A falta de segurança?
São vários fatores. O principal é a falta de investimentos em infraestrutura, que pode causar acidentes seguidos de saques e roubo de cargas. O segundo é a segurança pública, que também necessita de investimentos por parte dos governos. E ainda temos as milícias, as organizações criminosas, que utilizam o roubo de cargas para lavarem dinheiro.
- As seguradoras fazem algum tipo de exigência para a contratação deste produto?
As seguradoras trabalham para indenizar o segurado e repor o bem. Neste sentido, as empresas precificam de acordo com o risco, Mercadorias de valor agregado e de maior risco têm uma taxa maior. É importante destacar que as companhias não querem o roubo e não querem cobrar mais do segurado. O objetivo é colocar um preço adequado pelo risco para cobrir eventuais acontecimentos. Neste sentido, a tecnologia é uma aliada no gerenciamento de riscos. Colabora para evitar roubos, acidentes e mortes de motoristas.
- O que mais envolve o gerenciamento de risco?
O fluxo da cadeia logística. Quando um fabricante contrata a matéria-prima, fica no aguardo para produzir o produto acabado e colocar na economia. Caso ocorra um acidente ou roubo, o atraso na cadeia logística gera problema de fornecimento. Isto é o que queremos evitar. Com a tecnologia, podemos controlar a velocidade do caminhão, monitorar o local de rota, determinar origem e destino, travar roda e cortar combustível. A responsabilidade pela contratação de uma gerenciadora de risco é do segurado. O que as seguradoras fazem é apresentar um bom plano de gerenciamento. Quanto maior o nível de proteção, menor será o custo do seguro e maior será o nível de aceitação.

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