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Publicada em 06 de Dezembro de 2023 às 11:38

Atenção no Seguro, por Gerson Anzzulin: A importância da boa utilização do plano de saúde

Angélica Carlini:

Angélica Carlini: "Racionalidade é fundamental para o equilíbrio de um plano de saúde"

FenaSaúde/Divulgação/JC
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Mais de 50 milhões de brasileiros são beneficiários de planos de saúde. Boa parte deste montante possui um plano que é oferecido pelas empresas aos seus colaboradores. O atual cenário aponta que o uso demasiado, e muitas vezes inconsequente dos serviços de saúde, é o fator determinante do cancelamento de contratos pelas empresas de forma unilateral. Este tema será abordado nesta entrevista com a advogada e consultora jurídica da FenaSaúde, Angélica Carlini. O cenário brasileiro do mercado de saúde vem apresentando alterações a partir de alguns pontos, como o aumento da expectativa de vida da população e a maior complexidade das doenças. O que isto significa na prática? A longevidade é uma conquista civilizatória que precisamos festejar. Por outro lado, viver mais tem custo. A rotina de consultas, exames e o consumo de medicamentos aumenta. Também precisamos destacar que as novas tecnologias na área da saúde possuem um custo elevado, com impacto direto sobre os planos.
Mais de 50 milhões de brasileiros são beneficiários de planos de saúde. Boa parte deste montante possui um plano que é oferecido pelas empresas aos seus colaboradores. O atual cenário aponta que o uso demasiado, e muitas vezes inconsequente dos serviços de saúde, é o fator determinante do cancelamento de contratos pelas empresas de forma unilateral. Este tema será abordado nesta entrevista com a advogada e consultora jurídica da FenaSaúde, Angélica Carlini.

O cenário brasileiro do mercado de saúde vem apresentando alterações a partir de alguns pontos, como o aumento da expectativa de vida da população e a maior complexidade das doenças. O que isto significa na prática?
A longevidade é uma conquista civilizatória que precisamos festejar. Por outro lado, viver mais tem custo. A rotina de consultas, exames e o consumo de medicamentos aumenta. Também precisamos destacar que as novas tecnologias na área da saúde possuem um custo elevado, com impacto direto sobre os planos.
O uso demasiado e até inconsequente dos planos de saúde é o fator determinante para que muitas empresas cancelem os contratos de forma unilateral?
Na saúde suplementar as pessoas não têm limites para consultas, internações, exames e procedimentos ambulatoriais. No Brasil, o plano empresarial é uma espécie de complementação de renda do trabalhador, pois geralmente o empregador custeia o plano na integralidade. É preciso racionalidade, pois o gasto é bancado pelo fundo mutual, composto pelas contribuições de muitas pessoas.
O trabalho de auditoria médica é importante no sentido de coibir excessos junto aos planos de saúde?
É fundamental. Dificilmente os pacientes são os responsáveis pelos excessos. É preciso que o médico da operadora avalie o quadro e diga ao colega médico se existe ou não a necessidade de determinado procedimento, como os exames de imagem. Racionalidade é importante e colabora na redução de custos. Esta lógica não se aplica aos casos de urgência e emergência.
Os reajustes estão relacionados ao mau uso do plano de saúde ou o custo da saúde ficou muito elevado?
As duas coisas. Não tenho a intenção de fazer pregação pela diminuição de exames e procedimentos. Defendo a reflexão sobre o uso racional dos mecanismos colocados à disposição dos médicos e beneficiários. Estudos indicam que os custos da saúde subiram não somente no Brasil, sendo motivo de preocupação em diversos países, como Alemanha e Inglaterra.
Na sua avaliação, o regramento sobre o sistema de saúde suplementar é adequado ou precisa de um ajuste?
O regramento da saúde suplementar é de 1998, sendo necessária a revisão. Isto deve ocorrer através de um amplo debate com a sociedade brasileira. A base do mutualismo precisa ser respeitada. Precisamos pensar coletivamente e gastar com racionalidade.

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