Mais de 50 milhões de brasileiros são beneficiários de planos de saúde. Boa parte deste montante possui um plano que é oferecido pelas empresas aos seus colaboradores. O atual cenário aponta que o uso demasiado, e muitas vezes inconsequente dos serviços de saúde, é o fator determinante do cancelamento de contratos pelas empresas de forma unilateral. Este tema será abordado nesta entrevista com a advogada e consultora jurídica da FenaSaúde, Angélica Carlini.
O cenário brasileiro do mercado de saúde vem apresentando alterações a partir de alguns pontos, como o aumento da expectativa de vida da população e a maior complexidade das doenças. O que isto significa na prática?
A longevidade é uma conquista civilizatória que precisamos festejar. Por outro lado, viver mais tem custo. A rotina de consultas, exames e o consumo de medicamentos aumenta. Também precisamos destacar que as novas tecnologias na área da saúde possuem um custo elevado, com impacto direto sobre os planos.
O cenário brasileiro do mercado de saúde vem apresentando alterações a partir de alguns pontos, como o aumento da expectativa de vida da população e a maior complexidade das doenças. O que isto significa na prática?
A longevidade é uma conquista civilizatória que precisamos festejar. Por outro lado, viver mais tem custo. A rotina de consultas, exames e o consumo de medicamentos aumenta. Também precisamos destacar que as novas tecnologias na área da saúde possuem um custo elevado, com impacto direto sobre os planos.
O uso demasiado e até inconsequente dos planos de saúde é o fator determinante para que muitas empresas cancelem os contratos de forma unilateral?
Na saúde suplementar as pessoas não têm limites para consultas, internações, exames e procedimentos ambulatoriais. No Brasil, o plano empresarial é uma espécie de complementação de renda do trabalhador, pois geralmente o empregador custeia o plano na integralidade. É preciso racionalidade, pois o gasto é bancado pelo fundo mutual, composto pelas contribuições de muitas pessoas.
Na saúde suplementar as pessoas não têm limites para consultas, internações, exames e procedimentos ambulatoriais. No Brasil, o plano empresarial é uma espécie de complementação de renda do trabalhador, pois geralmente o empregador custeia o plano na integralidade. É preciso racionalidade, pois o gasto é bancado pelo fundo mutual, composto pelas contribuições de muitas pessoas.
O trabalho de auditoria médica é importante no sentido de coibir excessos junto aos planos de saúde?
É fundamental. Dificilmente os pacientes são os responsáveis pelos excessos. É preciso que o médico da operadora avalie o quadro e diga ao colega médico se existe ou não a necessidade de determinado procedimento, como os exames de imagem. Racionalidade é importante e colabora na redução de custos. Esta lógica não se aplica aos casos de urgência e emergência.
É fundamental. Dificilmente os pacientes são os responsáveis pelos excessos. É preciso que o médico da operadora avalie o quadro e diga ao colega médico se existe ou não a necessidade de determinado procedimento, como os exames de imagem. Racionalidade é importante e colabora na redução de custos. Esta lógica não se aplica aos casos de urgência e emergência.
Os reajustes estão relacionados ao mau uso do plano de saúde ou o custo da saúde ficou muito elevado?
As duas coisas. Não tenho a intenção de fazer pregação pela diminuição de exames e procedimentos. Defendo a reflexão sobre o uso racional dos mecanismos colocados à disposição dos médicos e beneficiários. Estudos indicam que os custos da saúde subiram não somente no Brasil, sendo motivo de preocupação em diversos países, como Alemanha e Inglaterra.
As duas coisas. Não tenho a intenção de fazer pregação pela diminuição de exames e procedimentos. Defendo a reflexão sobre o uso racional dos mecanismos colocados à disposição dos médicos e beneficiários. Estudos indicam que os custos da saúde subiram não somente no Brasil, sendo motivo de preocupação em diversos países, como Alemanha e Inglaterra.
Na sua avaliação, o regramento sobre o sistema de saúde suplementar é adequado ou precisa de um ajuste?
O regramento da saúde suplementar é de 1998, sendo necessária a revisão. Isto deve ocorrer através de um amplo debate com a sociedade brasileira. A base do mutualismo precisa ser respeitada. Precisamos pensar coletivamente e gastar com racionalidade.
O regramento da saúde suplementar é de 1998, sendo necessária a revisão. Isto deve ocorrer através de um amplo debate com a sociedade brasileira. A base do mutualismo precisa ser respeitada. Precisamos pensar coletivamente e gastar com racionalidade.