Certezas matam. Sim, matam – lentamente.
Você vai mesmo empurrar para 2026, o que já está te sufocando?
Permita-se duvidar. É o único antídoto contra a paralisia do sucesso.
Questionar é saudável para o negócio e libertador para você.
Outubro está chegando. Hora de fazer o planejamento estratégico – não aceite o "copie e cola". Respire fundo, tome coragem, e coloque na pauta perguntas que levem todos – conselheiros e alta gerência a não responderem no automático:
1. Nossa comunicação desperta desejo pela marca ou apenas mantém a sopa morna?
2. Nossa operação encanta, nos coloca como destino de compra ou apenas funciona?
3. Onde precisamos cortar, trocar, reinventar?
4. É hora de abrir mais lojas, novos mercados, ou fazer as que temos brilharem?
5. Como surpreender os clientes de hoje e seduzir os de amanhã?
Se as vendas estão bem, a tentação é achar que tudo vai bem. Não vai.
Na sala da diretoria, a palavra que mais paralisa é sempre a mesma:
— Será?
Carl Jung chamou isso de misoneísmo — o medo visceral do novo. Um mecanismo de autoproteção que nos gruda ao que é familiar.
Confortável? Sim.
Seguro? Parece.
Mortal? Sempre.
Ignorar o desconforto custa caro. Muito caro. Uma revolução está acontecendo agora — novas experiências, novos players, novos encantamentos.
Quer um exemplo? As redes de material de construção. Durante a pandemia, venderam como nunca. Margens históricas. Euforia total. Esqueceram da marca. Esqueceram do cliente. Quando o mundo voltou ao normal, murcharam. Perderam o trem. Hoje, o número de lojas fechadas assusta.
Celebrar o "básico bem-feito" é um erro estratégico mortal. Telefone fixo também funcionava. TV preto e branco também entregava imagem. Câmera pendurada no pescoço também fazia foto. E daí? O tempo mostrou que as pessoas não aceitam ficar na mesma página. Perpetuar o passado não fortalece sua marca: desidrata.
Obsolescência não é mais ditada pela indústria. São as pessoas que aceleram o tempo. Se você não consegue inovar, pelo menos seja o primeiro a absorver o novo. Pesquise. Questione. Escute. Leia sua empresa com os olhos de quem compra. Descubra onde ela machuca, desaponta, irrita. Decifre a mente das pessoas, é lá que estão as oportunidades.
Não esqueça: o contrário da dor é valor. E então, de posse dos fatos, encare o time de frente e pergunte: Será que não está na hora de mudar?