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Visão de Mercado

Visão de Mercado

- Publicada em 22 de Março de 2023 às 21:37

A força da marca vem do conteúdo

Marca e negócio são duas faces da mesma moeda.
Marca e negócio são duas faces da mesma moeda.
Marca é a pele, conteúdo é o corpo (organismo).
A energia da marca nasce da perfeita e harmoniosa interação de ambas as dimensões. Marca conhecida não é garantia de ser preferida. O que torna a marca destino é o interesse, desejo das pessoas em usufrui-la. O poder de uma marca é medido pela sua ausência, escassez.
O "oceano vermelho" invadiu boa parte das Instituições de Ensino Superior (IES), impulsionado pela abundância da oferta de cursos sem diferenciais, falta de dinheiro das pessoas, novo comportamento dos jovens, repercussão dos dois anos de confinamento da Covid-19, ainda reforçado pelo valor das mensalidades presenciais.
O superinvestimento na proliferação dos campi fez o fio virar: da escassez de vagas para escassez de alunos.
Aí surge o "novo Colombo com seu ovo precioso", e proclama em alto e bom tom o início de uma nova era: o EAD (ensino a distância). Como se, por um passe de mágica, todas as questões se resolvessem. Em parte funcionou para gerar caixa e manter a máquina funcionando. No entanto, a maioria das EADs não estão preparadas para atuar num patamar tão baixo de mensalidades, e ainda carregar o custo (OPEX) da operação física. Corroborando com isso: quando os assets (ativos) que levam à preferência são acessíveis a todos, a singularidade desaparece. A adesão em massa ao EAD criou um segundo oceano vermelho, agora pela hiperoferta de commodities.
Vendendo cursos por R$ 250,00, a IES atende os alunos (ficam muito felizes), enriquece os distribuidores do conteúdo (empresas que conectam as IES aos alunos), mas o que sobra para as universidades é ridiculamente insuficiente.
Esse modelo de negócios não se sustentará no tempo. O motivo é óbvio: na tentativa de atender o quantitativo destrói a percepção do qualitativo.
Agora, vem comigo e pensa: qual o futuro das IES, endividadas, com portfólios enormes de cursos, pressionadas por todos os lados: seja pelo corpo acadêmico a investir em pesquisas e projetos especiais; alunos exigindo pagar cada vez menos, e ainda reféns dos ditos "distribuidores"? Quem mais ganha nesse tripé é quem conecta, quem mais aproveita são os alunos, e quem perde é quem gera o mais importante: o conteúdo — no caso, as IES.
Ou muda o modelo de negócios, ou terá que ser criado algo absolutamente disruptivo.
O importante é tomar consciência das causas, redesenhar a proposta de valor e redefinir os diferenciais. Tem muitos caminhos, desde a busca pela especialização até mesmo as novas composições com cursos mais rápidos e focados naquilo que, de fato, o mercado quer e paga.
O sucesso passa por uma solução que as leve a criar novos produtos, que dependam menos de quem conecta e sejam mais desejadas por quem precisa de conhecimento para sobreviver. Sim, será fundamental resgatar a energia e vitalidade das IES, isso é ponto de partida.
As oportunidades para as IES são enormes, mas tem que olhar sob outras perspectivas. O problema está no conteúdo com baixa capacidade de solução dos problemas das pessoas. Tudo começa por ler melhor o que está acontecendo do outro lado da porta, encontrar respostas adequadas à vida das pessoas e apresentar com assertividade ao mercado.