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- Publicada em 22 de Dezembro de 2022 às 00:35

Tempo Infinito

João Satt
Semana passada, dentro de um Uber em São Paulo, li o artigo "O Papa é f*d@", publicado no Valor, do Rony Meisler, CEO da Arezzo.
Semana passada, dentro de um Uber em São Paulo, li o artigo "O Papa é f*d@", publicado no Valor, do Rony Meisler, CEO da Arezzo.
O artigo me inspirou e despertou inveja, porque é simplesmente maravilhoso. Meisler traz duas figuras carismáticas, com histórias lindas que se completam e complementam: o Papa Francisco, e o autor Simon Sinek.
Em 2013, o Papa foi entrevistado por uma jornalista sobre o futuro da Igreja para os católicos. Na sua simplicidade e profundo saber, ele responde com apenas duas palavras — fé e peregrinação. O Papa é f*d@ pela sua capacidade de síntese, mas muito mais ainda pela sua visão de "tempo infinito". Não se pode confundir falta de pressa com permitir que o tempo faça a sua parte: conscientizando as pessoas do que de fato é essencial na vida.
Já há algum tempo, venho pensando que precisamos desse calendário gregoriano para organizar nossa memória, datando os fatos no tempo. Mas junto vem uma visão muito pobre e egoísta em relação a como reagimos àquilo que a vida nos surpreende.
Nesse ponto, o artigo de Rony transborda em sensibilidade quando aborda o livro "Jogo Infinito", publicado em 2020, pelo nada menos f*d@ autor e professor Simon Sinek.
Há dois tipos de jogos:
1. Os finitos, que têm início e fim disputados por jogadores conhecidos. Com regras fixas e um objetivo em comum acordo que, ao ser alcançado, encerra o jogo. O futebol é um exemplo. Todos os jogadores usam uniformes e são facilmente identificados.
2. Já os infinitos têm jogadores conhecidos e desconhecidos. Não existem regras precisas ou acordadas. Embora possa haver convenções ou leis que regulam como os jogadores vão se comportar, eles agem como querem.
3. Todos sabemos que temos prazo de validade, o que esquecemos é que a vida é infinita. Somos jogadores do jogo infinito da vida. Chegamos e partimos, nascemos e morremos, e a vida continua, com ou sem a gente.
Há outros jogadores, alguns deles são nossos rivais, obtemos vitórias e sofremos derrotas. Não importa quanto dinheiro ganhamos, não importa quanto poder acumulamos, não importa quantas promoções nos são dadas, nenhum de nós jamais será declarado vencedor do jogo da vida. Sempre que você entrar em uma estrada terão carros à sua frente, e tantos outros atrás. Você pode passar o tempo todo ultrapassando, mas lá perto do horizonte sempre existirão mais carros.
Esse sem-fim da competição nos traz uma sensação gigantesca de vazio, inutilidade. Por isso, o Natal nos comove, e o ano novo sempre representa uma oportunidade. Podemos optar se queremos jogar e como queremos jogar. No jogo da vida, é um pouco diferente. Só temos uma escolha. Uma vez tendo nascido, somos jogadores. A única alternativa será se queremos jogar com mentalidade finita ou mentalidade infinita.
Se optamos por viver nossa vida com mentalidade finita, isso significa que fizemos com que nosso propósito primordial seja o de ficarmos mais ricos, ou sermos promovidos mais rapidamente do que os outros. Tudo muda quando você muda sua visão e compreensão sobre a sua finitude. A consciência da grande estrada, do jogo que não tem fim, nos faz mais humanos, sensíveis e amorosos.
Feliz 2023. Bem-vindos ao tempo infinito.
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