Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

- Publicada em 08 de Dezembro de 2022 às 00:35

As certezas podem nos matar

João Satt
Byung-Chul Han, filósofo sul-coreano, no livro "Favor fechar os olhos", comove o mundo ao abordar o absurdo da aceleração. Ele tem se dedicado a estudar e entender a questão dos vínculos entre os distúrbios psiquiátricos comuns em nossos tempos, como a síndrome de burnout, a depressão e o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Os excessos são os vetores da nossa autodestruição.
Byung-Chul Han, filósofo sul-coreano, no livro "Favor fechar os olhos", comove o mundo ao abordar o absurdo da aceleração. Ele tem se dedicado a estudar e entender a questão dos vínculos entre os distúrbios psiquiátricos comuns em nossos tempos, como a síndrome de burnout, a depressão e o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Os excessos são os vetores da nossa autodestruição.
Inconscientemente, somos induzidos ao universo do "otimismo sem limites", onde tudo parece ser possível. Essa premissa danosa do "pode ter certeza, vai dar tudo certo" nos faz entrar em um ritmo alucinante de dupla cobrança. Por um lado, nos sentimos cobrados a entregar a superação para quem está próximo, mas a pior e mais cruel cobrança está dentro de nós. A maldição muitas vezes é o próprio sucesso. Superar o passado recente promove um nível absurdo de estresse, e consequente baixa autoestima.
Dados de realidade:
1. A volta do "velho normal", pessoas circulando, mas com um novo mindset;
2. O comércio online já não cresce no ritmo da pandemia, apesar de representar volumes importantes;
3. Os brasileiros, em especial das classes média e baixa, estão hiperendividados. Boa parte busca empréstimos para fechar as contas do mês;
4. Na outra ponta, as pessoas endinheiradas não estão consumindo como poderiam, porque vale mais investir no mercado financeiro do que consumir.
Com um cenário político e econômico nebuloso, vendas se arrastando, Black Friday aquém das previsões, tudo corrobora para que a maioria dos empresários e executivos não demonstrem muito entusiasmo em relação ao que de fato irá acontecer na nossa pátria amada, Brasil. Os efeitos são claros: a indústria com mais dificuldades para colocar seus produtos, e os varejistas sem saber como trazer mais fluxo potencial para suas lojas.
Independente da "big picture" e do que cada um enfrenta no seu dia a dia, os princípios que definem o sucesso se mantêm inalterados:
1. Vender muito;
2. Vender rápido;
3. Vender com preços acima da média do mercado.
A pergunta que precisa ser respondida: como entregar o resultado desejado pelos acionistas em 2023? O mais fácil é reduzir custos. Detalhe: você conhece alguma empresa que realizou resultados brilhantes cortando músculos? No final do dia, o corte faz sua marca perder a relação de luz e calor com as pessoas. Para destruir uma posição criada ao longo de anos é muito rápido, sempre terá um concorrente de prontidão para fazer um contra-ataque na sua base de clientes.
Escolha crescer com moderação, ainda é melhor do que encolher. Se reconhecer vulnerável nesse momento representa um ato de responsabilidade e inteligência. Adote uma nova visão, aquela que remete às estratégias dinâmicas. Tudo se resume à força das conexões que a marca irá desenvolver e sustentar.
Aumentando as sinergias, a empresa terá um ganho adicional de velocidade. Seja aquele time que, pelo profundo entrosamento de seus jogadores, consegue definir passes rápidos, velocidade acima da média, e surpreende ao vencer de goleada. Questione as suas certezas, sem medo. Isso é um ato de bravura que a sua empresa merece, e sua saúde agradece.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO