Como é que se escreve, professor?

Desde 1971, quando se formou em Letras, o mestre em Linguística Aplicada Paulo Flávio Ledur nunca mais deixou de lecionar. Primeiro, em diversas faculdades, depois, em cursos eventuais, ministrados em empresas e entidades, atividade que, hoje, divide com seu trabalho como editor, à frente da AGE. Ao todo, tem 16 obras publicadas, todas dedicadas a facilitar o entendimento da nem sempre simples língua portuguesa. A maioria de suas obras tem lugar garantido e permanente na mesa de quem escreve por ofício e de todos aqueles que não querem cometer erros. Afinal, assim como ele próprio, seus livros são referência sempre segura na matéria. Ledur já foi presidente do Instituto Estadual do Livro, da Câmara Rio-Grandense do Livro e do Conselho Estadual de Cultura e se preocupa com a qualidade do ensino no Brasil: “Entre tantas causas para o fracasso, o maior dos problemas é pensar pouco e decorar muito; utilizando só a memória, aprende-se de forma limitada, sem avançar por conta própria; com o uso da inteligência, do raciocínio lógico-dedutivo e da reflexão, conquista-se o conhecimento, tornando-o permanente e prazeroso”. E a reforma ortográfica, professor Ledur, como vai? “Nos meios editoriais, está consolidada, mas entre os estudantes e usuários em geral, ainda está longe de ser absorvida. As pessoas pensam que com o tempo, aos poucos, vão assimilando as mudanças, o que não acontece; é necessário um esforço concentrado de alguns dias e vontade de se adaptar”. Então, um pouco de aplicação para adequar-se às novas normas não é má ideia. Ideia, agora, sem acento, vale lembrar.