Observar para criar

Dona de uma intensidade nem sempre detectável em suas maneiras reservadas, Debora Ioschpe é generosa ao confessar amores: cinema, moda, design, mercado, pedras, “não vivo sem elas”, livros. Quando não está em Porto Alegre, pode apostar: está em Nova Iorque, observando o mundo, ou em Punta del Este, desenhando e descansando. Em plena comemoração de 13 anos de atividades, somados a partir de sua formação acadêmica em desenho industrial, na Ulbra, ela conta que o processo de criação de suas joias tem origem na observação atenta “do cotidiano, das pessoas, sentimentos e detalhes da vida”. Como designer, sempre seguiu um caminho próprio, ousando nas formas e nos materiais: atualmente, junto com ouro e pedras brasileiras, vem usando peles de píton e arraia, pergaminho e penas. Como resultado, harmonia e extrema elegância, sempre. Mãe de trigêmeas, de seis anos de idade, Debora lança duas grandes coleções ao ano e várias menores, normalmente temáticas. O que encontrará quem for bisbilhotar no porta-joias da designer? “Por incrível que pareça, não muitas peças, mas sempre em ouro negro. Meu anel de caveira é absolutamente inseparável e indispensável. À noite, gosto de brincos pretos e verdes”. A designer se prepara para, a partir do próximo ano, comercializar suas joias em outras paragens: Rio de Janeiro e São Paulo, e Copenhague, na Dinamarca, como primeiro passo no exterior – que, a julgar por sua trajetória, deverá ser firme e forte.