Como todos os grandes teatros da Europa e dos Estados Unidos, a Fundação Theatro São Pedro, que eu saiba, pela primeira vez em sua história de 167 anos, convidou um dramaturgo para escrever e estrear uma peça teatral no espaço do Teatro Simões Lopes Neto. Trata-se de uma homenagem ao escritor Erico Verissimo, cujo nascimento está completando 120 anos e que, por isso mesmo, gerou uma série de atividades naquela instituição, desde uma exposição de adaptação para os quadrinhos da primeira parte do romance “O tempo e o vento” – “O continente” – até este espetáculo. O dramaturgo convidado foi Júlio Conte, o autor do já quase histórico “Bailei na curva” que, aliás, vai ser reapresentado no mesmo palco do Teatro Simões Lopes Neto. Conte foi convidado a escrever um texto dramático em torno de Erico Verissimo. Ele mesmo dirigiu a peça, mas sabiamente repartiu esta tarefa com o também diretor Marcelo Restori. O texto foi intitulado “A hora de Erico”, porque optou por um foco centrado num eventual encontro do escritor sul-rio-grandense com Clarice Lispector, de quem Erico Verissimo não era só amigo como compadre, ao lado de Mafalda, sua mulher. Os dois filhos de Clarice eram afilhados do casal: muitas e muitas vezes Clarice Lispector vinha do Rio de Janeiro apenas para passar um dia com os amigos, disso resultando, inclusive, uma entrevista dela com o criador do Capitão Rodrigo.
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