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Teatro

- Publicada em 23 de Junho de 2022 às 18:44

Vida nova ao Theatro São Pedro


ANDRESSA PUFAL/JC
Antonio Hohlfeldt
Na próxima segunda feira, dia 27, o Theatro São Pedro completa 164 anos de existência. Sofreu algumas obras significativas, como enfrentou ameaças de derrubada, sendo a mais recente, em 1974, quando, durante o recital de uma violista japonesa, um spotlight desprendeu-se do alto e caiu no piso do palco, justo a seu lado.
Na próxima segunda feira, dia 27, o Theatro São Pedro completa 164 anos de existência. Sofreu algumas obras significativas, como enfrentou ameaças de derrubada, sendo a mais recente, em 1974, quando, durante o recital de uma violista japonesa, um spotlight desprendeu-se do alto e caiu no piso do palco, justo a seu lado.
A casa foi fechada, então, e passou-se algum tempo até que houvesse uma decisão clara de que o teatro seria mantido e reformado. Eva Sopher foi chamada para esta verdadeiramente hercúlea tarefa: conseguiu, ao longo de uma década, pacientemente, reconstruir a casa. Reinaugurada, aí está em pleno funcionamento, com um ritmo dinâmico, que deve se desdobrar até o final deste ano. No entanto, o Theatro São Pedro, por questões de sua própria sobrevivência, precisa fechar suas portas por cerca de dois anos, para sofrer obras: obras obrigadas por novas legislações, inexistentes quando de sua inauguração, em 1858; obras exigidas por legislações mais recentes, resultantes, por exemplo, de episódios como o incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, ou do Museu Nacional, no Rio de Janeiro; por fim, obras necessárias para propiciar a todo cidadão o desfrute de espetáculos e de espaços culturais.
Por outro lado, desde o ano 2003, outra iniciativa, utópica e revolucionária de Eva Sopher, o chamado Multipalco, deveria ter-se concretizado em cerca de cinco anos, segundo se pretendia. No entanto, passaram-se quase duas décadas e o espaço projetado ainda não pode ser ocupado totalmente, por motivos que vão de novos contextos sócio-econômicos, até a própria idade de Eva Sopher, que a levou a distanciar-se daquele trabalho, que foi, então, interrompido. São dois, pois, os desafios que a instituição Fundação Theatro São Pedro, constituída pelo centenário Theatro São Pedro e o moderno Multipalco, precisam enfrentar: o teatro deve ser modernizado e adaptado para atender a uma necessária democratização de acessibilidade de todos os públicos. O Multipalco precisa ter seus espaços concluídos, possibilitando este contraste complementar tão admirável entre um prédio do século XIX e outro, que se projeta no século XXI. Aliás, Eva Sopher bem compreendeu esta perspectiva quando decidiu construir um túnel que une as duas edificações: ele não serve apenas para impedir que as pessoas tomem chuva ao passar de um prédio para o outro mas, sobretudo, simbolicamente, evidencia que é nas diferenças que ambos se fundem numa única realidade, um dos maiores centros culturais do continente, quando concluído.
O governo do Estado, através do governador Eduardo Leite e da secretária de Estado da Cultura, Beatriz Araújo, tiveram a sensibilidade de compreender a tarefa que o futuro lhes colocava à frente: num primeiro momento, foram liberados R$ 7,5 milhões para a conclusão de obras do Multipalco, à exceção do teatro italiano ali parcialmente edificado, obras estas que tiveram planejamento célere, licitação imediata e ações que se desenvolvem desde março último até dezembro vindouro. Serão entregues por etapas, a começar pelo teatro oficina, em setembro vindouro.
A Associação Amigos do Theatro São Pedro, por seu lado, com nova diretoria efetivamente imbuída de suas responsabilidades, tendo à frente Gilberto Schwartzmann, recuperou um antigo projeto de renovação do equipamento de ar condicionado do teatro, que foi todo trocado entre 20 de dezembro do ano passado e 20 de março deste ano. Neste momento, a Associação tem um segundo projeto, para as obras de acessibilidade e de prevenção de incêndio, que já tramita em Brasília. Aprovado, este projeto gerará obras de dois anos, ao final dos quais o teatro estará inteiramente renovado e modernizado. Nos dois casos, a empresa Gerdau é a parceira decidida do investimento necessário.
Ao mesmo tempo, o governo do Estado liberou mais R$ 17 milhões, com o que se pretende concluir o teatro italiano do Multipalco. O projeto original foi revisto e logo deve ser enviado para licitação. Até final do ano espera-se assinar o contrato com a empresa que vier a atuar na obra, concluindo-se o trabalho em dois anos, no máximo.
Em síntese: aos 164 anos de existência, a Fundação Theatro São Pedro se organizou no sentido de, até 2024, entregar aos artistas e ao público um complexo cultural verdadeiramente gigante. O Theatro São Pedro mostra, assim que, ao encarar seus 165 anos de idade, está mais robusto, mais dinâmico e mais disposto aos desafios do que nunca. Vida longa ao Theatro São Pedro e seu complexo Multipalco.
 
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