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Coluna

- Publicada em 15 de Agosto de 2014 às 00:00

Katakló: mais exigente e mais diversificado


Jornal do Comércio
“Katakló” quer dizer, em grego, “dançar contorcendo-se”. A diretora Giulia Staccioli afirma que gostou da palavra e, assim, o grupo, apesar de italiano, assumiu este nome e com ele se tornou mundialmente conhecido e admirado. De modo geral, o Katakló, que é uma companhia de dança atlética, como seu nome indica, é formado por antigos atletas olímpicos que resolveram abrir os horizontes de seu treinamento para a sensibilidade estética. O grupo já esteve anteriormente no Brasil e agora retorna com um espetáculo denominado Puzzle, palavra difícil de se traduzir, sugerindo-se, quem sabe, Quebra-cabeças. O espetáculo, dividido em dois blocos de cerca de uma hora cada, por sua vez, se fragmenta em 10 quadros, na primeira parte, e mais 10, na segunda. O entusiasmo do público porto-alegrense, ou simplesmente a vontade de se apresentar, fez com que o grupo brindasse a plateia ainda com mais uma interpretação, talvez a mais solta, natural e divertida de todo o programa.

“Katakló” quer dizer, em grego, “dançar contorcendo-se”. A diretora Giulia Staccioli afirma que gostou da palavra e, assim, o grupo, apesar de italiano, assumiu este nome e com ele se tornou mundialmente conhecido e admirado. De modo geral, o Katakló, que é uma companhia de dança atlética, como seu nome indica, é formado por antigos atletas olímpicos que resolveram abrir os horizontes de seu treinamento para a sensibilidade estética. O grupo já esteve anteriormente no Brasil e agora retorna com um espetáculo denominado Puzzle, palavra difícil de se traduzir, sugerindo-se, quem sabe, Quebra-cabeças. O espetáculo, dividido em dois blocos de cerca de uma hora cada, por sua vez, se fragmenta em 10 quadros, na primeira parte, e mais 10, na segunda. O entusiasmo do público porto-alegrense, ou simplesmente a vontade de se apresentar, fez com que o grupo brindasse a plateia ainda com mais uma interpretação, talvez a mais solta, natural e divertida de todo o programa.

Os títulos das peças são variados: Cores, A fábrica de chocolate, Águia, Pele, Luz e sombra, Sonho suspenso, Ao meu mentor, Poder e assim por diante. Os títulos não são descrições do que se vai ver, quando muito, sugestões, como ocorre com Sonho suspenso, em que o bailarino aparece numa espécie de rede - como aquelas que se costuma representar a cegonha trazendo bebês - em que se balança. De modo geral, também, os enredos são tênues, de modo que as peças se apresentam muito mais como exercícios e experiências em que se testam movimentos, a resistência dos corpos diante de certas leis físicas - como numa das peças finais, em que os bailarinos aparecem em esquis e exploram radicalmente as possibilidades do equilíbrio - ou simplesmente cores, tecidos e elementos cenográficos variados, em confronto com seus próprios corpos.

Uma coisa que chama a atenção é o fato de o grupo que aqui veio, de sete bailarinos, estar integrado por quatro mulheres e três homens: mas nem a coreografia, nem os figurinos levam muito isso em conta. Quando muito, os homens ficam com os torsos nus e as mulheres apresentam-se com malhas quase da cor da pele ou com bustiês. As coreografias, contudo, colocam todos em pé de igualdade, ou seja, o que um bailarino faz a bailarina também realiza. O fato de o grupo dispor de outros coreógrafos, além da própria diretora, como Paolo Benedetti, ex-bailarino do grupo e até então assistente de Giulia, além de Maria Agatiello-Marco Zanotti, bailarinos do mesmo grupo - possibilita variações sobre o estilo característico do conjunto. Assim, passamos de peças mais conceituais a apresentações mais líricas e narrativas, como no caso da terceira peça da primeira parte, em que os dois bailarinos, com suas bicicletas, sob a trilha sonora bem italiana, chegam a evocar passagens de filmes de Federico Fellini.

A composição deste espetáculo resulta de uma seleção de obras já apresentadas em outros espetáculos do grupo e que se revelaram importantes para o seu crescimento. Ao mesmo tempo, resumem, por isso mesmo, etapas evolutivas alcançadas pelo conjunto. Enfim, e não de maneira excludente, integram-se a algumas novas peças, recém desenvolvidas, e que sugerem outros movimentos do coletivo, em busca constante de superação. É evidente que, nestes casos, o gosto do público é variado e a recepção de cada interpretação, portanto, pode suscitar uma reação mais ou menos calorosa. Mas parece que o grupo está preparado para isso, tanto que não se preocupou com a quantidade de aplausos, mas tratou de incitar a platéia a marcar ritmos e a interagir com o elenco, alcançando excelente resultado, que culminou, justamente, no número extra apresentado e que, de fato, levantou o público.

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