O deputado federal gaúcho Ubiratan Sanderson (PL, foto) fez um duro pronunciamento no plenário da Câmara dos Deputados, cobrando medidas concretas e urgentes contra o avanço das organizações criminosas em todo o território nacional. Segundo ele, “as facções tomaram conta do Brasil, não apenas nas grandes capitais como Rio de Janeiro e São Paulo, mas também no interior dos estados. Hoje temos 88 facções identificadas como organizadas. Isso é resultado de um conjunto de omissões institucionais”.
Oásis para o crime organizado
Para Sanderson, o problema é fruto da inércia acumulada dos Três Poderes. “O Judiciário tem culpa, o Congresso tem culpa, o Executivo tem culpa, todos foram omissos nos últimos 30 anos. O Brasil virou um oásis para o crime organizado”, denunciou.
Fronteiras desprotegidas
Sanderson ressaltou que as fronteiras brasileiras continuam abertas e desprotegidas, permitindo a entrada de armas e drogas. “Os faccionados usam fuzis de alto calibre que não são fabricados aqui. Entram pelas fronteiras, abandonadas, porque o governo federal não prioriza a segurança pública”.
Discurso sem ação prática
O parlamentar afirmou que “o atual governo apenas faz discurso, sem ação prática”. Ele contou ter ouvido de agentes da Polícia Federal que faltam recursos até para diárias e que as operações estão paralisadas. “Não há investimentos”.
Unidade no Congresso
O deputado defende a união dos partidos, sejam de direita, centro e esquerda no combate às facções. “Não podemos permitir que o Brasil se transforme num narco-estado”, enfatizou.
Fortalecimento das forças policiais
Sanderson encerrou pedindo união e fortalecimento das instituições de segurança.
“A Polícia Federal é órgão de Estado, não de governo, e deve ser prestigiada. Só com integração e inteligência poderemos enfrentar o crime organizado”.
O abandono dos pescadores gaúchos
O deputado Daniel Trzeciak (PSDB/RS) fez um desabafo na tribuna: “milhares de pescadores artesanais do Rio Grande do Sul estão sem receber o Seguro-Defeso desde julho. O benefício, garantido por lei, assegura renda durante o período em que a pesca é proibida para preservação das espécies”.
Injustiça e descaso federal
“São mais de três mil famílias de Pelotas, Rio Grande, São José do Norte e São Lourenço do Sul, enfrentando meses sem renda, com armários vazios e contas atrasadas. Enquanto o governo promete reuniões e soluções, o sofrimento aumenta”, diz.
O absurdo do “vencidão”
A deputada Gisela Simona (União-MT) subiu à tribuna da Câmara para denunciar uma proposta que soa como um atentado à saúde pública. O Projeto de Lei 3059/2025, pretende acabar com o prazo de validade dos alimentosno Brasil. A ideia é substituir a data de validade por uma mera indicação de “consumir preferencialmente até tal data”, sob o argumento de reduzir o desperdício de comida.
Retrocesso perigoso
Gisela alerta que a medida desmonta um dos maiores retrocessos ao Código de Defesa do Consumidor, em vigor desde 1990. Ao eliminar o prazo de validade, o texto transfere ao consumidor a responsabilidade de “observar, cheirar e provar” o alimento para saber se está bom, uma lógica que ela chama de “retrocesso civilizatório”.