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Repórter Brasília
Edgar Lisboa

Edgar Lisboa

Publicada em 26 de Agosto de 2025 às 17:01

Tornozeleira contra a violência doméstica

Fernanda Melchionna defende que política pública temque estar em sintonia com demandas que surgem do cotidiano das vítimas

Fernanda Melchionna defende que política pública temque estar em sintonia com demandas que surgem do cotidiano das vítimas

Bruno Spada/Câmara dos Deputados/JC
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A deputada federal gaúcha Fernanda Melchionna (PSOL, foto) protocolou nesta segunda-feira (25) o projeto de lei que prioriza o uso de tornozeleiras eletrônicas para agressores de mulheres. A proposta nasce das atividades da Comissão Externa da Câmara dos Deputados para acompanhar casos de feminicídio no Rio Grande do Sul, coordenada pela parlamentar, e reflete um esforço de transformar em política pública as demandas concretas que surgem do cotidiano das vítimas e de seus familiares.
Proteção às mulheres
Embora o uso da tornozeleira já esteja previsto na Lei Maria da Penha, a ausência de critérios claros para sua aplicação tem limitado a eficácia da medida. O projeto busca definir regras objetivas e permitir que qualquer juiz determine o monitoramento eletrônico diante da constatação de agressões com base no Formulário de Avaliação de Risco.
Fonte de custeio garantida
Outro aspecto importante é a previsão orçamentária: o texto estabelece que pelo menos 5% dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) sejam destinados ao enfrentamento da violência contra a mulher, assegurando recursos estáveis para a compra e manutenção dos equipamentos de monitoramento.
Escalada da violência doméstica
Melchionna argumenta que a experiência já demonstra resultados: “a utilização de tornozeleiras reduz a reincidência dos agressores e diminui os índices de feminicídio. O uso da tecnologia é fundamental para salvar vidas e evitar que a violência doméstica escale até o crime mais extremo”, defende a deputada.
Respaldo suprapartidário
A proposta ganhou respaldo suprapartidário, também assinam o projeto as deputadas gaúchas, Maria do Rosário (PT), Denise Pessôa (PT) e Franciane Bayer (Republicanos). Trata-se de uma rara convergência política em torno de uma agenda que não pode ter divisões ideológicas; proteger mulheres é proteger a vida.
Pré-candidatos de olho na rampa do Planalto
A corrida presidencial já começou, ainda que disfarçada de encontros políticos e eventos sociais. Governadores da direita se movimentam para herdar o espólio eleitoral de Jair Bolsonaro, inelegível até 2030. Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Júnior (PSD-PR) testam discursos e alianças, muitas vezes em sintonia, mas também em rivalidade. Caiado e Zema já se lançaram oficialmente, enquanto Tarcísio avança e recua conforme as pressões, calculando o custo de um confronto direto com a família Bolsonaro.
Tabuleiro em aberto
A presença desses nomes em eventos de massa, como a Festa do Peão de Barretos, sinaliza que a campanha está nas ruas. A crítica à política fiscal de Lula e ao “tarifaço” de Trump une o discurso. No entanto, a fragmentação pode ser o maior obstáculo se não houver consenso em torno de um único candidato, a direita corre o risco de repetir erros de 2022. Hoje a aposta mais forte segue recaindo sobre Tarcísio, mas o tabuleiro ainda está em aberto.

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