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Repórter Brasília
Edgar Lisboa

Edgar Lisboa

Publicada em 13 de Agosto de 2025 às 16:06

Tarifaço está contaminado pela disputa política

"A polarização entre direita e esquerda, Lula e Bolsonaro, foi internacionalizada", afirma Pompeo de Mattos

"A polarização entre direita e esquerda, Lula e Bolsonaro, foi internacionalizada", afirma Pompeo de Mattos

câmara dos deputados/divulgação/JC
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  O deputado federal gaúcho Pompeo de Mattos (PDT, foto) avalia que o tarifaço anunciado por Donald Trump contra produtos brasileiros extrapola questões comerciais. Segundo ele, “embora o ex-presidente norte-americano tenha taxado diversos países, o caso do Brasil foi contaminado pela disputa política interna. A polarização entre direita e esquerda, Lula (PT) e Bolsonaro (PL), foi internacionalizada, abrindo espaço para que a briga doméstica influenciasse decisões externas”. Intromissão na soberania Para Pompeo, “a medida representa uma intromissão na soberania nacional, um desrespeito total”. Ele considera absurdo que um país estrangeiro utilize motivações políticas para justificar barreiras econômicas. “Quando a tarifação não é econômica, mas política, ela transcende os limites e prejudica a capacidade de diálogo”, reforça. Perda de diálogo O deputado critica a falta de interlocução entre o governo americano e o brasileiro. “Trump e seus ministros não dialogam com os ministros brasileiros. E ainda utilizam argumentos distorcidos, como dizer que temos a capital mais insegura do mundo, o que não é verdade”. Para ele, “o clima no Congresso também é desfavorável, já que parte dos parlamentares, abraçados à bandeira azul e vermelha, coloca preferências ideológicas acima dos interesses nacionais”. Contra o Brasil e os brasileiros Pompeo de Mattos alerta que a taxação não é contra Lula ou seu governo, mas contra o país. “É contra a renda das empresas e o emprego dos trabalhadores. Ele vê um cálculo político-eleitoral por trás de ações e declarações vindas dos EUA, citando inclusive a atuação de Eduardo Bolsonaro (PL), que está no país. Tem gente que prefere que piore, desde que atinja o Lula. É a tese do quanto pior, melhor”. O “xerife do mundo” Na avaliação do pedetista, “Donald Trump se aproveita da briga interna para atingir a economia brasileira e reforçar seu papel de xerifão mundial”. Questionado se o alvo seria a China, Pompeo nega: “Não, ele quer se impor como xerife do mundo, e aqui encontrou um terreno fértil pela divisão política”. Discussão contaminada Enquanto outros países enfrentam Washington por razões estritamente econômicas, o Brasil, segundo Pompeo, sofre com uma combinação tóxica. “Interesses econômicos somados à exploração da crise política interna. Trump está se valendo da questão política para ampliar seu ganho econômico”. O apelo ao diálogo O deputado federal gaúcho Ronaldo Nogueira (Republicanos) critica a postura do governo brasileiro, mas com outro foco. Para ele, “o confronto aberto com os Estados Unidos expõe fragilidades; o Brasil tem dependência tecnológica, principalmente dos EUA. Nossa infraestrutura cibernética e bélica é precária”. O parlamentar sugere mais diplomacia: “Precisamos orar para que o governo volte ao caminho do diálogo e do entendimento”, aconselhou o Republicano. Dados de Trump são equivocados O governador de Brasília, Ibaneis Rocha (MDB), diz que dados sobre violência em Brasília, divulgados por Donald Trump, são “equivocados”. Em documento enviado ao presidente americano, afirma “ser necessário esclarecer, com base em dados oficiais, que tal percepção não reflete a realidade da capital brasileira”.
 
O deputado federal gaúcho Pompeo de Mattos (PDT, foto) avalia que o tarifaço anunciado por Donald Trump contra produtos brasileiros extrapola questões comerciais. Segundo ele, “embora o ex-presidente norte-americano tenha taxado diversos países, o caso do Brasil foi contaminado pela disputa política interna. A polarização entre direita e esquerda, Lula (PT) e Bolsonaro (PL), foi internacionalizada, abrindo espaço para que a briga doméstica influenciasse decisões externas”.
Intromissão na soberania
Para Pompeo, “a medida representa uma intromissão na soberania nacional, um desrespeito total”. Ele considera absurdo que um país estrangeiro utilize motivações políticas para justificar barreiras econômicas. “Quando a tarifação não é econômica, mas política, ela transcende os limites e prejudica a capacidade de diálogo”, reforça.
Perda de diálogo
O deputado critica a falta de interlocução entre o governo americano e o brasileiro. “Trump e seus ministros não dialogam com os ministros brasileiros. E ainda utilizam argumentos distorcidos, como dizer que temos a capital mais insegura do mundo, o que não é verdade”. Para ele, “o clima no Congresso também é desfavorável, já que parte dos parlamentares, abraçados à bandeira azul e vermelha, coloca preferências ideológicas acima dos interesses nacionais”.
Contra o Brasil e os brasileiros
Pompeo de Mattos alerta que a taxação não é contra Lula ou seu governo, mas contra o país. “É contra a renda das empresas e o emprego dos trabalhadores. Ele vê um cálculo político-eleitoral por trás de ações e declarações vindas dos EUA, citando inclusive a atuação de Eduardo Bolsonaro (PL), que está no país. Tem gente que prefere que piore, desde que atinja o Lula. É a tese do quanto pior, melhor”.
O “xerife do mundo”
Na avaliação do pedetista, “Donald Trump se aproveita da briga interna para atingir a economia brasileira e reforçar seu papel de xerifão mundial”. Questionado se o alvo seria a China, Pompeo nega: “Não, ele quer se impor como xerife do mundo, e aqui encontrou um terreno fértil pela divisão política”.
Discussão contaminada
Enquanto outros países enfrentam Washington por razões estritamente econômicas, o Brasil, segundo Pompeo, sofre com uma combinação tóxica. “Interesses econômicos somados à exploração da crise política interna. Trump está se valendo da questão política para ampliar seu ganho econômico”.
O apelo ao diálogo
O deputado federal gaúcho Ronaldo Nogueira (Republicanos) critica a postura do governo brasileiro, mas com outro foco. Para ele, “o confronto aberto com os Estados Unidos expõe fragilidades; o Brasil tem dependência tecnológica, principalmente dos EUA. Nossa infraestrutura cibernética e bélica é precária”. O parlamentar sugere mais diplomacia: “Precisamos orar para que o governo volte ao caminho do diálogo e do entendimento”, aconselhou o Republicano.
Dados de Trump são equivocados
O governador de Brasília, Ibaneis Rocha (MDB), diz que dados sobre violência em Brasília, divulgados por Donald Trump, são “equivocados”. Em documento enviado ao presidente americano, afirma “ser necessário esclarecer, com base em dados oficiais, que tal percepção não reflete a realidade da capital brasileira”.

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