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Repórter Brasília
Edgar Lisboa

Edgar Lisboa

Publicada em 05 de Agosto de 2025 às 23:27

País está entre o caos e os novos caminhos

Afonso Hamm afirma que "o setor de carnes, calçados, móveis e tabaco serão fortemente atingidos"

Afonso Hamm afirma que "o setor de carnes, calçados, móveis e tabaco serão fortemente atingidos"

/Vinicius Loures/Câmara dos deputados/JC
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O tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros que entra em vigor hoje imposto por Donald Trump é mais do que um ataque ao Brasil, é o sintoma de uma erosão global das regras que garantiram previsibilidade ao comércio internacional nas últimas décadas. O tarifaço é a crise do comércio global, entre o caos e a urgência por novos caminhos.
O tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros que entra em vigor hoje imposto por Donald Trump é mais do que um ataque ao Brasil, é o sintoma de uma erosão global das regras que garantiram previsibilidade ao comércio internacional nas últimas décadas. O tarifaço é a crise do comércio global, entre o caos e a urgência por novos caminhos.
Protecionismo volta a ganhar força
Como alerta o ex-diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC) embaixador Roberto Azevêdo, "o mundo vive um novo normal, em que o protecionismo volta a ganhar força sem freios institucionais". A crítica de Azevêdo é precisa e incômoda. "A OMC, que já foi um instrumento poderoso de resolução de disputas, está hoje paralisada, sem juízes e sem força política. A responsabilidade, nesse caso, não é apenas de Trump. Biden também falhou, manteve e até ampliou medidas protecionistas. Ou seja, o problema é estrutural, o multilateralismo perdeu espaço para uma lógica de salve-se quem puder."
É hora de buscar alianças
Nesse cenário, o Brasil precisa agir com pragmatismo e criatividade. Como diz Azevêdo, "não adianta insistir em canais que terminam na Casa Branca. É hora de buscar alianças com atores econômicos nos EUA e com outros países igualmente prejudicados. O governo Lula precisa assumir o protagonismo e liderar uma resposta articulada, técnica e política".
Parceiro estratégico
Ficar apenas na diplomacia simbólica será inútil. O Brasil tem o que mostrar que é um parceiro estratégico e confiável. Mas para ser ouvido, precisa se fazer respeitar. O mundo mudou, e insistir em fórmulas ultrapassadas não é estratégia. É resignação.
Oposição anuncia obstrução e exige anistia
Em manifestação na rampa do Congresso Nacional, a oposição protesta contra a prisão de Bolsonaro. Líderes anunciam a obstrução no Parlamento e pedem anistia e o fim do foro privilegiado.
Instabilidade institucional
O deputado federal gaúcho Afonso Hamm (PP, foto) alertou para os impactos do tarifaço de 50% imposto pelos EUA, especialmente sobre o agronegócio gaúcho. "O Rio Grande do Sul é um dos maiores exportadores para os Estados Unidos. O setor de carnes, calçados, móveis e tabaco serão fortemente atingidos", afirmou.
Tensão com Trump
Segundo o parlamentar, "o governo Lula falhou ao romper o diálogo com os EUA priorizando alianças ideológicas e provocando tensão com Trump. Houve confronto desnecessário, como a proposta de abandonar o dólar e declarações provocativas durante o Briscs". Hamm também associou o tarifaço à percepção internacional de que há restrições à liberdade no Brasil, com decisões monocráticas do Supremo e perseguição política ao ex-presidente Bolsonaro.
 

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