Na última semana antes do recesso, Brasília viveu dias de agitação incomum. Deputados e senadores entraram em modo de esforço concentrado, discutindo projetos decisivos até a madrugada desta quinta-feira. A sessão, marcada por embates e reações externas, se estendeu até às 3h41min. Entre os temas centrais estiveram a reação brasileira às tarifas anunciadas por Donald Trump, mudanças no Imposto de Renda e o polêmico projeto que altera o licenciamento ambiental.
Resposta ao tarifaço de Trump
A carta do governo Lula aos Estados Unidos expressando "indignação" com as tarifas foi o ápice de uma série de reações diplomáticas. As novas taxas sobre exportações brasileiras foram interpretadas como retaliação política, com impacto direto sobre o agronegócio e o setor cafeeiro, que tem os EUA como maior mercado. Para piorar, Trump criticou o Pix e o comércio informal da 25 de Março, gerando reação imediata da bancada paulista, que rebateu com números.
Licenciamento ambiental
Aprovado pelo Congresso, o projeto que flexibiliza o licenciamento ambiental divide opiniões. Ambientalistas denunciam riscos à preservação e a comunidades tradicionais. Já os defensores alegam que a nova legislação trará eficiência e segurança jurídica aos investidores. O debate que promete continuar no segundo semestre, escancara o impasse entre preservação ambiental e crescimento econômico.
Popularidade em recuperação
Em meio às turbulências, Lula colheu frutos: sua aprovação cresceu na região Sudeste, entre mulheres, católicos, e na classe média com Ensino Superior. O projeto que aumentava o número de deputados de 513 para 531, vetado por Lula, após pressão popular e mais de 80% de rejeição, reforçou a conexão do Planalto com o sentimento das ruas.
Imposto de Renda
A Comissão Especial aprovou, por unanimidade, a ampliação da faixa de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil. Também foram mantidas isenções para lucros e dividendos até dezembro de 2025. Para quem recebe acima de R$ 50 mil, a alíquota será de até 10%. A proposta, considerada razoável pelo setor produtivo, será votada em plenário após o recesso.