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Repórter Brasília
Edgar Lisboa

Edgar Lisboa

Publicada em 07 de Julho de 2025 às 18:55

Progressistas faz gesto político calculado com candidatura ao governo do RS

PP lançou nome de Covatti Filho à disputa do Palácio Piratini em 2026

PP lançou nome de Covatti Filho à disputa do Palácio Piratini em 2026

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados/JC
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O anúncio da pré-candidatura de Covatti Filho (PP, foto) ao governo do Rio Grande do Sul, feito pelo Progressistas, não é apenas mais um lance antecipado no xadrez eleitoral de 2026, trata-se de um recado claro: o partido está desembarcando, ainda que de forma ensaiada e estratégica, da gestão Eduardo Leite (PSD). E o faz ocupando, paradoxalmente, cargos de relevo no próprio governo estadual.
O anúncio da pré-candidatura de Covatti Filho (PP, foto) ao governo do Rio Grande do Sul, feito pelo Progressistas, não é apenas mais um lance antecipado no xadrez eleitoral de 2026, trata-se de um recado claro: o partido está desembarcando, ainda que de forma ensaiada e estratégica, da gestão Eduardo Leite (PSD). E o faz ocupando, paradoxalmente, cargos de relevo no próprio governo estadual.
Fim da continuidade?
Ao lançar uma candidatura própria, o Progressistas rompe com a lógica de continuidade representada pelo atual vice-governador, Gabriel Souza (MDB). É um movimento que dialoga com uma parcela da sociedade que considera esgotado o modelo tucano de gestão. A crítica implícita é a de que o Rio Grande do Sul segue enfrentando os mesmos problemas estruturais — endividamento, falta de infraestrutura e entraves ao desenvolvimento regional — sem as respostas corajosas que o momento exige.
Bastidores: vice, alianças e cacifes
Fontes ouvidas indicam que, apesar da pré-candidatura de Covatti Filho, há negociações em curso nos bastidores. Uma das possibilidades ventiladas com força seria a deputada estadual Silvana Covatti, mãe de Covatti Filho, compor como vice de Gabriel Souza. Mas, entre os próprios progressistas, há resistência: MDB e PP são rivais históricos em muitos redutos do interior gaúcho, o que tornaria difícil para prefeitos e lideranças locais pedirem votos conjuntamente.
Vice de Zucco, outro caminho
Outro caminho debatido é a aproximação com o deputado federal gaúcho Zucco (PL), com o PP indicando o vice em uma eventual chapa com ele. Nada está definido — e o movimento atual pode ser apenas uma forma de Covatti Filho se cacifar, ganhar visibilidade e aumentar seu poder de barganha nas articulações.
Estrutura e força no tabuleiro
A movimentação tem peso, porque o clã Covatti é hoje uma das famílias mais influentes na estrutura política e administrativa do Estado. Vilson Covatti, pai de Covatti Filho, comanda a Secretaria de Desenvolvimento Rural e, com ela, a Emater — peça-chave no agro gaúcho. A família também influencia fundações estratégicas, como a Francisco Dornelles, ex-Milton Campos.
O tabuleiro está montado
O movimento do Progressistas não é isolado — é o início de uma disputa feroz pela hegemonia no Rio Grande do Sul. A pré-candidatura de Covatti Filho, com o peso de uma família influente e um partido com presença regional capilarizada, joga luz sobre o desgaste do atual projeto e antecipa um debate essencial: que tipo de gestão o Estado precisa a partir de 2026?
Contagem regressiva
As peças se movem cedo — e, com elas, o jogo político gaúcho entra numa nova fase. O governador Eduardo Leite, ainda que formalmente no comando, já vê a construção de pontes alternativas entre antigos aliados e caminha agora pelo PSD, para tentar subir a rampa do Palácio do Planalto ou uma vaga no Senado da República. O certo é que o relógio da sucessão já está em contagem regressiva.
 

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