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Repórter Brasília
Edgar Lisboa

Edgar Lisboa

Publicada em 01 de Julho de 2025 às 19:02

Governo paralelo: declarações de Bolsonaro causam preocupação

Ex-presidente concentrou suas falas na estratégia eleitoral para o próximo ano

Ex-presidente concentrou suas falas na estratégia eleitoral para o próximo ano

AFP/Divulgação/JC
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A manifestação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL, foto), no domingo, na Avenida Paulista, acendeu alertas no meio político e empresarial. Embora o foco inicial do ato tenha sido a criticar o STF e o inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado, o tom predominante do ex-presidente remeteu a um discurso de mobilização para as eleições de 2026 — ainda que ele esteja inelegível. Mais do que uma simples fala de oposição, suas declarações alimentaram a ideia de uma espécie de "governo paralelo".
A manifestação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL, foto), no domingo, na Avenida Paulista, acendeu alertas no meio político e empresarial. Embora o foco inicial do ato tenha sido a criticar o STF e o inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado, o tom predominante do ex-presidente remeteu a um discurso de mobilização para as eleições de 2026 — ainda que ele esteja inelegível. Mais do que uma simples fala de oposição, suas declarações alimentaram a ideia de uma espécie de "governo paralelo".
Manda quem tiver o Congresso
Mesmo sem citar diretamente nomes da Suprema Corte, Bolsonaro ironiza as investigações e, como tem feito em outras ocasiões, terceiriza responsabilidades. O ex-presidente concentrou suas falas na estratégia eleitoral para o próximo ano; pediu aos seus seguidores que deem maioria ao PL e partidos do Centrão no Congresso Nacional.
Mandar mais que o presidente
"Se vocês me derem por ocasião das eleições ano que vem 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil (...) não interessa onde esteja — aqui ou no além — quem assumir a liderança, vai mandar mais que o presidente da República", disparou Bolsonaro, sugerindo, na prática, que a força de sua influência pode transcender o cargo formal.
Liderança paralela à institucional
A fala foi interpretada por analistas como uma tentativa de consolidar uma liderança paralela à institucional — que assusta e preocupa setores democráticos e empresariais. Seria um "governo alternativo" sem respaldo legal, mas com poder de mobilização, especialmente nas redes e no Legislativo. Seu discurso foi mais anti-Lula e anti-PT do que anti-STF. Bolsonaro está construindo um novo papel para si: o de líder de bancada, influente nas decisões do Parlamento e nas prévias eleitorais.
Em queda, mas com base ativa
Apesar do comparecimento de milhares de apoiadores, sua força política já não é a mesma do auge do bolsonarismo. Ainda assim, o ato contou com a presença de quatro governadores — Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Cláudio Castro (RJ) e Jorginho Mello (SC) —, o que revela que sua influência não deve ser subestimada.
 

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