A derrubada do decreto que mantinha o IOF sobre operações de crédito é simbólica. O governo tentava preservar R$ 27 bilhões em arrecadação, mas foi vencido por uma aliança entre oposição e até parte da base, sinalizando que o Congresso assumiu papel de protagonista e autônomo, impondo derrotas ao Executivo.
Legislativo hiperpoderoso
O Congresso está mais autônomo e com poder de fogo, uma espécie de Legislativo hiperpoderoso e disposto a exercer seu protagonismo. As presidências da Câmara, com Hugo Motta (Republicanos-PB, à esq. na foto), e do Senado, com David Alcolumbre (União Brasil-AP, à dir. na foto), atuam com forte capacidade de pauta e articulação. O Executivo, por outro lado, hesita em confrontar diretamente os líderes do Parlamento, o que dá margem à intensificação da crise.
Fragilidade política
O governo Lula vem sofrendo derrotas importantes no Congresso como a derrubada do IOF sobre câmbio, proposta que tinha apelo fiscal e ambiental. As vitórias da base são pontuais e caras. A falta de uma base sólida e coesa compromete a governabilidade e revela um avanço da deterioração política, enquanto busca uma saída difícil.
Emendas e a disputa de poder
O controle das emendas, especialmente as chamadas emendas de relator, hoje substituídas por outras modalidades, tem sido o principal instrumento de barganha entre o Planalto e o Congresso. Deputados e senadores pressionam por execução rápida e integral das emendas prometidas, enquanto o governo, com restrições fiscais, segura parte dos repasses, provocando reações hostis.
Polarização e ambiente pré-eleitoral
Com a polarização e o ambiente pré-eleitoral, as atenções já começam a se voltar com maior intensidade para as eleições de 2026. Muitos parlamentares já estão posicionando suas candidaturas ou de seus aliados, inclusive em oposição ao governo. A radicalização e a busca por palanque aumentam a pressão contra o Planalto, principalmente de partidos da oposição bolsonarista, que buscam mostrar força.