Deputados e senadores começam a semana com muitos temas polêmicos para serem debatidos, com cobranças, não só da oposição, mas também da base aliada do governo, entre eles: fraude no INSS, aumento do número de deputados, votação da anistia, enchentes, jornada de trabalho. O deputado federal gaúcho Maurício Marcon (Podemos, foto) vem cobrando do presidente da Câmara as prioridades prometidas, e as pendências, entre elas, segurança e educação. Ele sintetiza grande parte do sentimento de lamúria de deputados de diferentes partidos.
População contra mais deputados
O parlamentar gaúcho reclama que, nas últimas semanas o Parlamento votou o aumento de vagas de cargos para o Supremo Tribunal Federal, o dia que não é dos direitos humanos é de quem ajuda os direitos humanos, pois o dia dos direitos humanos já existe. "Agora o plenário da Câmara votou uma medida que eu garanto que 100% da população brasileira é contrária, que é o aumento do número de deputados. Já tem demais", criticou o parlamentar.
Fingir que vale alguma coisa
"Vamos aumentar o número de deputados para quê? Fingir que isso aqui vale alguma coisa? A realidade do que nós temos visto é que tudo que nós votamos aqui e discutimos, muitas vezes, se é relevante e aprovado, algum parlamentar da extrema esquerda entra no Supremo Tribunal Federal e consegue uma liminar para derrubar", argumenta.
Devolver prerrogativas do Parlamento
Na opinião de Maurício Marcon, "antes de pensar em aumentar o número de deputados, nós temos que devolver as prerrogativas deste Parlamento, que é legislar, ou seja, tem assinatura para a anistia? Vamos botar para votar. Tem assinatura para a CPI? Vamos votar. Chega de fingir que a gente manda alguma coisa", disparou o congressista.
Poderes usurpados
"Nossos poderes foram usurpados pelo Executivo e pelo Judiciário. O meu Estado perde duas vagas, que perdesse 15, que diminuísse o número de deputados, e que esse dinheiro fosse aplicado para a segurança, saúde e educação", apontou Mauricio Marcon. Em seu protesto, no plenário, o parlamentar disse ainda: "A gente nem pode trabalhar, a maioria assinou um projeto que era da anistia. O que foi feito? Enterrado. Já há o número suficiente agora para a gente abrir a CPI do roubo dos aposentados. O que está sendo feito? Foi dito que não pode abrir porque há 11 CPIs na frente. Perguntem ao presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), quando nós abriremos as cinco primeiras então? Se há 11 CPIs, há 11 na fila, vamos começar a abrir CPI para investigar", acentuou o deputado federal do Podemos.
Interferências do STF e do governo
Em sua indignação com a morosidade da tomada de soluções na Câmara dos Deputados, Maurício Marcon alertou dizendo: "a nossa prerrogativa de parlamentar é legislar e fiscalizar o Executivo. Há, por exemplo, uma CPI na fila, do nosso colega (deputado federal gaúcho) Marcel van Hattem (Novo), que é para investigar os abusos de autoridade. Nós, nesta casa, não podemos aprovar o projeto porque o Supremo não quer, não podemos abrir CPI porque o Executivo Lula não quer", lamenta o parlamentar.