Em Brasília, apesar de não ter eleições municipais, a disputa para a presidência da Câmara dos Deputados movimenta, não só parlamentares, mas toda a Esplanada dos Ministérios. Incluem-se aí também Palácio do Planalto, legendas partidárias, além da população. Todos de olho para saber quais os rumos do Parlamento nesta polarização entre a chamada "direita e esquerda", para a manutenção da democracia.
Campanha e disputa
Os candidatos buscam apoio de diferentes partidos e blocos parlamentares, negociando cargos e promessas para obter a maioria dos votos. A eleição é realizada por voto secreto entre os deputados, o que muitas vezes resulta em surpresas. Uma virada não prevista sacudiu, esta semana, a disputa para o comando da Câmara dos Deputados. O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB, foto) é a nova peça no tabuleiro. O presidente do partido, Marcos Pereira, desistiu de disputar o cargo e declarou apoio a Hugo Motta, o colocando como favorito para sentar na principal cadeira dos deputados. A mudança provocou uma série de reuniões, inclusive do novo favorito, com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Negociação com Lula
As negociações com Lula foram intermediadas por Marcos Pereira, que elogiou a atuação de Hugo Motta na Câmara. Teve que argumentar se a pouca idade do parlamentar, 34 anos, não era empecilho para presidente da Câmara, pois chegou muito jovem ao Parlamento, com 24 anos. E sustentou que com esses mandatos, adquiriu experiência no difícil "caminho das pedras".
Ligado a Lira
Bastante ligado ao presidente Arthur Lira (PP-AL), o comandante do Centrão, que continua forte, Hugo Motta tem também alguma proximidade com o governo do presidente Lula. Ele tem sido um dos principais interlocutores do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), no Congresso Nacional. Com esse emaranhado de situações, o nome de Hugo Motta passou a ter consenso na disputa pela presidência da casa.
Grande articulador
Alguns líderes do Congresso Nacional afirmam que Hugo Motta é conhecido como o grande articulador do Centrão, com forte atuação lado a lado ao presidente da Câmara, Arthur Lira.
Amigo do desafeto de Lula
Mas ele também é amigo de desafeto do presidente Lula, do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Inclusive, em 2014 quando ele chegou na Câmara, com 24 anos, ganhou de Cunha a presidência da CPI da Petrobras, que era uma comissão muito grande e muito importante naquela época.