Na avaliação do deputado federal gaúcho Marcelo Moraes (PL), "o pós-enchente, na verdade, traz uma ressaca da enchente". Para o deputado, "algumas coisas já foram recuperadas, muito há por se fazer ainda, nós temos agora o impacto na economia".
Perdeu a planta ou o solo
Marcelo Moraes (foto) cita o exemplo da agricultura. "Quem não perdeu a planta, perdeu o solo. Na área da indústria, diferente da pandemia, quando os empresários fecharam as empresas, mas quando voltaram as máquinas estavam lá, o prédio estava lá; agora, não tem isso. Quando os empresários voltam não encontram mais seu maquinário, o prédio está danificado, e por aí vai. Então, necessitam de uma ajuda muito grande por parte do governo federal".
Recurso é adiantamento
Na opinião de Marcelo Moraes, "o governo federal tem ajudado com migalhas e o governo gasta mais tempo tentando criar um anúncio bilionário, que não existe. Foi anunciado ao redor de R$ 90 bilhões para o Rio Grande do Sul e destes 90 bilhões, a grande maioria do recurso é adiantamento, ou seja, dinheiro que já viria igual, independente, de enchente ou não".
Dinheiro não é do governo
Na visão de Marcelo Moraes, "os recursos são prorrogação, dinheiro que nós não pagaríamos agora, mas teríamos que pagar depois, ou é financiamento. Além disso, tem a questão do imposto de renda que foi liberado, não é dinheiro do governo, é do cidadão, ele paga. O Fundo de Garantia é do trabalhador, não é do governo. Tudo isso está dentro da conta dos R$ 90 bi", acentua.
Vender dinheiro para os gaúchos
"Se aproveitam do momento difícil para vender dinheiro para os gaúchos e gaúchas, e esses financiamentos ainda não estão a contento do povo. São linhas de créditos que têm valores pequenos a serem acessados, o que não resolve os problemas da grande maioria das empresas que perderam tudo", dispara o parlamentar.
Compra de rancho
Nos cálculos de Marcelo Moraes, "destes R$ 90 bilhões, ao redor de R$ 2bi apenas, é dinheiro novo". Segundo o congressista, "daqueles 1,2 bi que está reservado para pagar R$ 5.100 por família atingida, que inclusive quero reclamar que tem uma burocracia imposta que faz com que muitas pessoas não consigam acessar esse recurso, um pouco menos de R$ 1 bi, foi encaminhado para os municípios para compra de rancho e alguma coisa básica".
Tratoraço em Porto Alegre
"Nossa expectativa não depende só do Congresso, nós vamos apertar. Na quinta-feira, dia 8, haverá um tratoraço em Porto Alegre que vai reunir milhares de agricultores. Eles não estão pedindo ajuda, o que eles estão pedindo é a oportunidade de ajudar o Estado. Os agricultores estão pedindo para refinanciar as suas dívidas do passado, parcelar isso em 15 anos, dar dois anos de carência, e 3% de juros, ou seja, quem é que vai pagar esta conta? O próprio agricultor. O nome é SOS Agro, mas deveria ser do agro oferecendo ajuda para ao Rio Grande do Sul", diz o parlamentar.
Pressão no Congresso e no Estado
Na verdade, acentua Marcelo Moraes, "eles estão querendo pagar a conta para poder voltar a produzir, para poder ter condições de colocar os insumos na terra para na época da colheita, colher a sua safra. Os agricultores estão tentando ajudar e o governo achando mil empecilhos", argumenta.