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Repórter Brasília
Edgar Lisboa

Edgar Lisboa

Publicada em 27 de Maio de 2024 às 19:26

Agricultura familiar sofre graves perdas com a enchente

Heitor Schuch é um dos representantes da agricultura familiar na Câmara dos Deputados

Heitor Schuch é um dos representantes da agricultura familiar na Câmara dos Deputados

Edgar Lisboa/Especial/JC
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O deputado federal gaúcho Heitor Schuch (PSB, foto), um dos representantes da agricultura familiar no Parlamento, fala com tristeza sobre a situação desesperadora pela qual passam os pequenos produtores, após as cheias que acabaram com tudo no Rio Grande do Sul. "Além de vidas, casas, equipamentos, sementes, nós perdemos praticamente 100% da nossa produção de hortigranjeiros. Fruta não é tanto, mas os legumes, as verduras, as folhosas, com muita umidade, e submersas, apodrecem", disse.
O deputado federal gaúcho Heitor Schuch (PSB, foto), um dos representantes da agricultura familiar no Parlamento, fala com tristeza sobre a situação desesperadora pela qual passam os pequenos produtores, após as cheias que acabaram com tudo no Rio Grande do Sul. "Além de vidas, casas, equipamentos, sementes, nós perdemos praticamente 100% da nossa produção de hortigranjeiros. Fruta não é tanto, mas os legumes, as verduras, as folhosas, com muita umidade, e submersas, apodrecem", disse.
100 dias para produzir
Na opinião do parlamentar, "terminou a beterraba, a cenoura, essas coisas apodrecem na terra. Se o tempo ajudar, esses ciclos são mais curtos, em 90 a 100 dias dá para a gente voltar a produzir", tem esperança o congressista. "Para isso, o agricultor precisa logo de tratores, equipamentos, insumos e até novos locais de plantio", argumenta.
Venda das vacas
"Nós temos situações do leite em que os agricultores em muitos lugares perderam a silagem que fizeram, foi embora, e o gado ficou sem comer. A pastagem não tem mais, então resolveram vender as vacas. No município de Alto Alegre, na semana passada, três agricultores venderam todas as vacas", lamentou Heitor Schuch.
Não tem comida para os animais
"Não tem mais o que dar para os animais. Na região do integrado dos suínos e das aves, aí o drama é outro; tem estradas interrompidas, e os caminhões não chegam, as cooperativas, as empresas produzem as rações, mas não tem como chegar." Segundo Schuch, "os agricultores estão diminuindo a ração de cada animal. O suíno comia dois quilos de ração por dia, o pessoal está dando meio quilo para tentar mantê-lo".
Leite para os suínos
"Tem agricultor que está pegando leite que iria vender e dando para os suínos, para não deixar morrer de fome. No frango, é ainda mais delicado, não dá para dar leite para o frango, para o suíno ainda dá. Então o frango precisa de ração, tem gente que faz milagres, inventam coisas que a gente, às vezes, tem dificuldade de entender."
Falta de produção
Schuch aponta que "aquele lote de animais que deveria estar sendo engordado, ele vai ficar pronto; se conseguirmos abrir as estradas, muito mais tarde, ou seja, vai levar um ciclo muito maior, se ele sobreviver".
Frigoríficos vazios
Na avaliação do parlamentar, "a consequência será a falta de produção. Os frigoríficos vão ficar vazios, vão ter que dar folga, férias para os seus trabalhadores, porque não vão ter o que abater. Os prejuízos econômicos e os reflexos disso nós vamos sentir por muito tempo".
 

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