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Repórter Brasília
Edgar Lisboa

Edgar Lisboa

Publicada em 14 de Maio de 2024 às 20:25

Enchente de Porto Alegre pode gerar revolução de planejamento

Frederico Flósculo é professor na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB)

Frederico Flósculo é professor na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB)

Pilar Pedreira/Agência Senado/JC
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Para o professor Frederico Flósculo, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), "esse episódio lamentável do Rio Grande do Sul, as cheias do Guaíba, ele prenuncia várias outras coisas muito graves, que, com certeza, acontecerão. Espero que esse episódio de Porto Alegre signifique uma pequena revolução no planejamento urbano e na gestão urbana", disse, em debate na televisão com os deputados federais gaúchos Bohn Gass (PT) e Luiz Carlos Busato (União), além de Pedro Aihara (PRB-MG) e do físico gaúcho Osvaldo Moraes. Todos reclamam da falta de planejamento e comunicação.
Para o professor Frederico Flósculo, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), "esse episódio lamentável do Rio Grande do Sul, as cheias do Guaíba, ele prenuncia várias outras coisas muito graves, que, com certeza, acontecerão. Espero que esse episódio de Porto Alegre signifique uma pequena revolução no planejamento urbano e na gestão urbana", disse, em debate na televisão com os deputados federais gaúchos Bohn Gass (PT) e Luiz Carlos Busato (União), além de Pedro Aihara (PRB-MG) e do físico gaúcho Osvaldo Moraes. Todos reclamam da falta de planejamento e comunicação.
Vitória da construção civil
"Quando você examina, por exemplo, o Plano Diretor de Porto Alegre, você vê imprevisibilidade. Nós vemos a vitória de algo que acontece em todas as cidades brasileiras, que é a vitória da construção civil. A vitória da especulação imobiliária", argumenta o arquiteto.
Planos de sustentabilidade
De acordo com o urbanista, "temos hoje planos diretores urbanos imobiliários, planos de negócios; não são planos para o desenvolvimento humano e não são planos para o desenvolvimento de uma sustentabilidade; até a cidade e sua região são negócios mesmo, e da pior qualidade, porque quando você ganha muito dinheiro e não há responsabilidade com essa movimentação imensa, hoje você tem Porto Alegre, como você vai ter outras situações horrorosas no Brasil".
Parâmetros ambientais
"O planejamento urbano deve prever limitantes adentro. Nós não trabalhamos com parâmetros ambientais, a ecologia tem limites e tem pontos de não retorno", acentua o professor. Porto Alegre, em especial, "é uma armadilha geográfica e ambiental, porque no Guaíba deságuam três grandes rios, se um desses rios recebe muita água na cabeceira, é problema para o Guaíba", avaliou.
Hipóteses previsibilíssimas
"Dois rios, duplo problema, dessa vez foram três, e são hipóteses previsibilíssimas. Esses três rios contribuíram para esse desastre, e, ao mesmo tempo, a construção civil estava ocupando margens, estava agindo como se os negócios fossem imunes ao clima. Então, devemos ter planejamento urbano; agora de uma maneira centralizada", disse.
Inteligência de planejamento
O professor diz que o governo federal "tem um Ministério das Cidades que não coordena inteligência urbana, inteligência de planejamento, e não coloca à disposição das nossas 5.540 prefeituras essa tecnologia de planejamento, essa associação do planejamento urbano a metas de defesa civil".
 

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